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Contra Ponto

A guerra dos topetudos

Os dicionários informam vários significados para “topetudo”. Alguns bichos têm topete, penacho, crista ou crina. Pode ser uma pessoa que tenha um cabelo armado, saliente e colorido. Também pode ser alguém valente, atrevido, brigão e encrenqueiro.

Parece ser o caso dos dois mais conhecidos topetudos da atualidade mundial. Refiro-me ao presidente norte-americano Donald Trump e ao ditador norte-coreano Kim Jong-un.

E são topetudos em dois sentidos. Primeiramente, por suas cabeleiras excêntricas e de feitios especiais. Kim, no melhor estilo militar “recruta zero”. E Trump, disfarçando a calvície e repuxando a melena colorida de um lado a outro. 

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No outro sentido, não menos excêntrico, para não dizer patético e infantil, ainda que perigoso, assumem um perfil atrevido, encrenqueiro e valentão. Atualmente, travam uma guerra verbal com troca de ameaças bélicas e de consequências imprevisíveis e catastróficas.

Kim, de 24 anos, sucede ao pai Kim Jong-il desde seu falecimento em 2011. Seu pai ficara 17 anos no poder. Antes, seu avô Kim Il Sung permanecera no poder durante 46 anos. A Coreia do Norte é um país pobre e isolado, sob ditadura familiar e militar, com partido único e nenhuma liberdade de imprensa e opinião. 

Afinal, por que Trump e Kim tanto discutem e ameaçam brigar? Logo após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, ocorreu o conflito armado na Coreia (1950-1953). Em março de 1953, depois de ameaças nucleares norte-americanas, a Coreia do Norte (e seu também aliado China) aceitaram a proposta de paz das Nações Unidas. Mas permaneceram divididas as duas Coreias.

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O norte sob influência dos soviéticos e o sul sob influência norte-americana. Significa dizer que então se inicia a guerra fria, a disputa geopolítica entre o capitalismo e o comunismo.

Dada a participação desses dois extremos político-militares, ambos potências nucleares, também principia neste momento a cultura da ameaça e chantagem nuclear. 

Pano de fundo da atual discussão e troca de ameaças, a expansão da capacidade bélico-nuclear da Coreia do Norte (ignorando acordos anteriores de redução e congelamento de arsenal) tem servido como sua moeda de troca na obtenção de ajuda alimentar e favores ocidentais, haja vista a pobreza do povo norte-coreano.

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Mas, agora, tudo desandou. E por quê? Por causa de dois topetudos. Um é tirano e o outro um demagogo. Entre eles e com medo, ao alcance das bombas, o povo das duas Coreias e o vizinho Japão. E o mundo, por tabela!  

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