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Pechinchar sempre, até conseguir o melhor preço

Praticamente, todos os especialistas em finanças pessoais e educação financeira recomendam ao consumidor pechinchar sempre, até conseguir um preço melhor. A propósito, em algumas regiões do mundo, aceitar o primeiro preço sem oferecer uma contraproposta é considerado ofensivo pelo vendedor. Entretanto, sempre existem limites.

Contam a história de um famoso marchand inglês de móveis antigos que percorria as mais remotas aldeias rurais da Inglaterra, em busca de antiguidades para oferecer a seus clientes. Certa vez, se deparou com a peça mais procurada por colecionadores: a última das únicas quatro cômodas, executadas por um renomado designer inglês. Os proprietários pediram 87 libras pela peça, valor pago conforme recibo original. Fazendo-se passar  por um piedoso reverendo, o marchand ofereceu inicialmente 10 libras pelo móvel.

Depois de muita negociação, sob o argumento de que o velho móvel só serviria mesmo de lenha para a lareira da casa paroquial, o negócio foi  fechado  em 20 libras. Orgulhoso por sua habilidade para pechinchar e já antevendo o extraordinário ganho que teria com a revenda do móvel – o valor de mercado superaria facilmente as 20 mil libras  -, além de assegurar-lhe um lugar na história da arte, o marchand foi buscar o carro para embarcar o móvel. Enquanto isso,  temerosos de que talvez o móvel não coubesse no pequeno automóvel e o comprador quisesse desistir do negócio, os camponeses  pegaram um machado e, em poucos minutos, a rara cômoda se transformou em lenha para lareira.

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É sabido que as emoções tem forte influência ou  poder na lida com o dinheiro, manifestando-se  através de várias atitudes ou até manias, sendo que uma delas pode ser  pechinchar por qualquer coisa, em qualquer lugar ou situação. O que deveria ser apenas uma forma de negociação, pode tornar-se um exercício de pura chateação. Há pessoas que pechincham por pechinchar.

Mesmo sabendo que o preço do artigo desejado é justo, o melhor possível,  muitas vezes até tabelado, elas não ficam satisfeitas enquanto não obtiveram um desconto, por menor que seja – o que pode até ser em forma de algum brinde. Há pessoas que pechincham  até mesmo em coisas que tem preços praticamente irrisórios, principalmente quando se trata de produtos oferecidos por vendedores ambulantes, na beira da praia, por exemplo.

Os vendedores normalmente cedem, o que explica em parte  a situação financeira lastimável  em que a maioria deles se encontra. Independente das razões de quem vende,  as pessoas pechinchadoras  chegam a sentir-se diminuídas em seu valor pessoal se comprarem alguma coisa pelo valor da etiqueta ou pelo primeiro preço pedido.

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Na área de prestação de serviços, onde não existem parâmetros de preço exatos, dependendo de cada profissional ou empresa,  muitas pessoas insistem em querer baixar o preço. Isso acontece muito na contratação de cursos ou palestras. Esses profissionais podem ser vítimas mais facilmente desse tipo de pressão. Se não tiverem uma mente focada na prosperidade possivelmente vão ceder além do que deveriam, apenas para não perder o cliente,  realizando o trabalho por um preço aquém do normal. Com isso, entretanto, sentindo-se desvalorizados, ficam tensos, insatisfeitos e, sem perceber, estão  plantando suas próprias dificuldades financeiras. Pior que ceder a pressão, alguns profissionais já cobram um preço muito baixo para evitar a pechincha. Ou, então, já oferecem descontos, sem que o cliente tenha pedido, numa clara demonstração de falta de confiança em si mesmo e na abundância.  

Muitas vezes, a pechincha irracional, cobiçosa, compulsiva ou apenas para poder contar vantagem para os amigos e colegas, responde a padrões autônomos inconscientes. Em vez de servir à racionalidade econômica, esses comportamentos podem prejudicar a obtenção de algum ganho comercial, como aconteceu com o marchand inglês que, pela necessidade de ter que barganhar preços, deixou de ganhar 20 mil libras.

Pechinchar demais é um reflexo da velha mentalidade de escassez: a sensação de que o outro está ganhando demais, sentir-se explorado, falta de confiança de que pode ter mais, o medo de gastar por achar que não vai conseguir melhorar seu padrão. Isso não quer dizer que se deva perder a noção e pagar qualquer valor que for pedido.

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Fazer pesquisas e pedir desconto dentro do que for razoável ajuda a cuidar bem do dinheiro. É possível, até, pagar  a alguém mais do que foi cobrado, simplesmente porque o serviço ou o produto valeu bem mais do que foi pago por ele. Generosidade também é atitude de mente próspera.

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