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O pêndulo do relógio

Cristais de novembro

Flagrei o Pêndulo com D. História, a velhota da cadeira de balanços. Para a frente e para trás… Enfadada com mesmices e repetições. Quando algo novo acontece, celebra na fonte de eterna juventude. 

O Mano fazia queixas… Sentia-se excluído de nossas últimas crônicas, como se não tivéssemos mais parceria… “Até o Companheiro – testemunha de fatos e registros – sente ciúmes, minha gente?” 

Coisa que, quando não mata, atormenta… Daí, feito avestruzes, pisoteamos biografias. Como se imortais fôssemos. Dou voz ao Amigo e sua Lei Pendular da História. São para sempre. O dia nove de novembro, por exemplo, convida à reflexão. 

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Recordamos fatos que parecem gangorras desiguais, mas que fazem síntese. E lançam sementes em terras que haverão de dar suculentos frutos, se Deus quiser.  

Em 1998, em um dia de hoje, a Inglaterra pôs um fim na pena de morte. Decidir já é tarefa de paradoxos. Pode ser ordenadora e necessária. Mas, também, pode ser terrível. Vaidosa. De olhos no poder e satisfação pessoal.

Há julgamentos que desenterram os vivos e matam defuntos. Condenar à morte é tarefa desumana, para quem se reconhece mortal. Equívocos e distorções de provas às vezes acontecem. Mortalidade e erro caminham de braços dados. Assim como o mano Pêndulo do Relógio e D. História. Chance humana de errar – de se equivocar sem querer – existe. E a experiência infeliz de homens e mulheres, quando o assunto é pena capital, é irremediavelmente desastrosa. 

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Tudo o que se obtém, com o extermínio de outro ser humano, é frustração. E impotência. 

Para pessoas de fé, a vida é um dia depois do outro. Precisamos existir, para que nossos erros sejam reparados. E nossos acertos divididos. Para que reflitamos lindamente a imagem do Criador estampada em nós. Somente a Infinita Surpresa conhece os corações. E os ronda para que se rendam à Vida.

Em um nove de novembro, no ano de 1989, o tenebroso muro de Berlim começou a vir abaixo. A Humanidade comemorou. A triste divisão entre as Alemanhas  foi repetida lembrança de morte. Não só física. Também morte de sonhos. Colchas de retalhos que se dilaceravam em farrapos – afirma o Pêndulo do Relógio. 

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Armas apontadas por vinte e oito anos. O povo, como sempre, pagando a conta – cochicha D. História. Para frente e para trás, na cadeira que só cabe a ela…

Somente o amor, para que não perecessem no degredo na própria pátria. E o amor foi mais forte que a morte. Festejada a queda do muro! Cerveja de graça; gente se abraçando e voltando a ter como sonhar. Do lado de lá e acolá de os escombros.

Pensamos o Pêndulo e eu – em outro nove de novembro. Em 1938. Kristallnacht, em alemão. A Noite dos Cristais. Sinagogas destruídas; lojas arrasadas. Sangue israelita misturando-se a espanto estilhaçado… Décadas depois, o papa partilha a refeição com rabinos. No Vaticano. Pontífice entre lados diferentes. Para que o sonho de Deus se torne possível. Que é a paz entre todas as suas amadas crianças. 

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