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O pêndulo do relógio

Sempre nova, a velha imprensa!

Vocês conheceram o telex? Lembram-se como eram passadas as notícias até algumas décadas, nos idos do saudoso século 20 ? Na primeira infância, na cidade de São Paulo, adorava andar de ônibus com meu avô. O passeio era mais delicioso quando passávamos pela Rua Major Quedinho: velha sede de “O Estado de São Paulo”.
Gostava de contemplar os letreiros. As notícias fresquinhas, desfilando no alto; passadas por telex. Será que tinham cores, ou a saudade do nono Duilio Salatin, retornado para a Casa do Pai, em 1972, tinge-as de aquarela?!  

Papai trabalhava no Estadão. Aposentou-se na referida empresa; editor especializado em trabalhismo e sindicalismo. Meu tio Ibi (Ibiapaba Martins) era diretor da Última Hora; o querido tio Araguaia, chefe de redação de o Correio Paulistano; tio Itamarati, jornalista da Folha… A família transpirava imprensa. 

Algumas notícias eram vociferadas em casa. A morte de Getúlio (não era nascida); a “revolução de 64” – que abortou a guerra civil – “este moço sindicalista, nordestino, que, em 1976, se destaca entre os metalúrgicos de São Bernardo”…

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Não havia internet; muito menos Facebook, WhatsApp e outras armas poderosíssimas como meio de comunicação. Tudo no papel. Pelo telefone, telegrama e telex. Jornal vivo que parecia embrulhado no cheirinho das manhãs; com gosto de leite de garrafa que todo dia o leiteiro deixava na porta de casa impondo seu comando na cozinha bem aquecida nos dias gelados de junho. O Estadão de domingo era para ler saboreando.  

“Claro que me recordo do telex”, diz o mano Pêndulo. Todo guapo e vestido, hoje, para o festejo de jornais e jornalistas. Dia da liberdade de imprensa: celebração de liberdade. Reflexão pelos que partiram “no rabo do foguete”…

Nos tempos atuais de tantos pontos de interrogação e maquiagem circense, o 7 de junho tem seu destaque… O direito que tem os profissionais da mídia de informar sem a espada de Dâmocles sobre suas cabeças. Sem falácias ou manipulações da verdade. Uma coisa é a real notícia. Outra, sua interpretação.

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A liberdade de imprensa é pressuposto do “estado de Direito”. Nada mais contra tudo isso do que a estúpida censura ditatorial. Censores de olhos voltados para a terra e a cabeça onde convinha. 

No Brasil, somente pôde se falar em “direito de imprensa” a partir da chegada da família real, em 1808. Graças a Deus, sempre vai existir quem ame a notícia e o livre direito de informar. A Constituição Federal de 1988 reassegurou o direito de imprensa. Recordo-me do aborrecimento de meu pai. A área sindical era a mais visada. As lacunas preenchidas por poemas de Camões e receitas de bolo e outros quitutes…

AQUELE ABRAÇO para a equipe Gazeta neste 7 de junho. Que põe a notícia no ar, aquecendo a tradição.

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