O balanço do terceiro trimestre de 2014 divulgado pela Petrobras na madrugada desta quarta-feira, 28, não levou em conta o cálculo que apontou para a perda de R$ 88,6 bilhões nos ativos da companhia por corrupção ligada à Operação Lava Jato. Conforme a presidente da estatal, Graça Foster, o número não foi usado porque a metodologia usada para chegar ao valor não foi considerada adequada.
Segundo o jornal Correio do Povo, o estudo mostrou que os ativos com valor justo abaixo do imobilizado totalizaram R$ 88,6 bilhões de diferença a menor. Os ativos que apresentaram valor justo com diferença a maior frente ao imobilizado totalizaram R$ 27,2 bilhões. O resultado líquido entre os dois números originou a perda potencial de até R$ 61,4 bilhões. O montante equivale a quase todo o lucro acumulado pela empresa desde 2012, que foi de R$ 58,191 bilhões.
A divulgação do número, em um momento no qual o mercado guardava o valor das perdas estimadas pela Petrobras com casos de corrupção, gerou turbulência sobre as ações da estatal. Por volta das 13h30, as ações preferenciais operavam em queda de 11,31%, sendo negociadas a R$ 9,02. As ações ordinárias caíam 11,51% e eram negociadas a R$ 8,53.
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Conforme sejam feitos ajustes nas métricas de avaliações implementadas pela Petrobras e por auditorias externas, o montante de R$ 88,6 bilhões, não contabilizado, deverá passar por mudanças. De acordo com a empresa, o cálculo dimensiona as possíveis perdas provocadas pelos casos de corrupção investigados na Operação Lava Jato, mas também deve levar em consideração variáveis como taxas de câmbio, mudanças nos projetos e até mesmo equívocos no planejamento desses projetos, entre outros motivos.