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Mulheres são mais desrespeitadas em espaços públicos, diz pesquisa

Pesquisa da organização Énóis Inteligência Jovem indica que o espaço público é o ambiente mais citado por jovens mulheres como local em que não há segurança ou em que elas se sentem mais desrespeitadas como mulheres. Realizada com jovens de 14 a 24 anos, a consulta foi divulgada nesta quinta, durante o 1º Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres, em São Paulo.

De acordo com a entidade, cerca de 94% das entrevistadas relataram que já foram assediadas verbalmente nas ruas e 77% relataram que o assédio foi físico, desde estupro até o toque ou beijo forçado na balada. “Desses 77%, 10% sofreram algum tipo de assédio por familiar ou dentro de casa, o que é um número gravíssimo”, disse Érica Teruel, do Énois Inteligência Jovem, organização que trabalha principalmente com temas relacionados à educação envolvendo jovens, especialmente os de periferia.

Dos episódios de assédio físico, 72% ocorreram com desconhecidos em transporte público, baladas ou parques, entre outros ambientes. “Essa menina não se sente à vontade no espaço público. Ela vai para a rua e é assediada o tempo inteiro. Ela não é respeitada, o que acaba tendo consequência no dia a dia dela”, informou Érica.

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O estudo apontou também que nove em cada dez mulheres já deixaram de sair à noite ou usar determinada roupa por medo da violência. “As mulheres conquistaram muitas coisas, mas, infelizmente, na infância e na adolescência ainda temos uma educação muito machista, que impede e tolhe a liberdade dessas meninas. Quando se fala que ‘isso não é coisa de menina’, a consequência é direta no desenvolvimento, na carreira que ela vai escolher, na vida sexual e na vida afetiva”, afirmou.

Entre as entrevistadas, 41% revelaram ter sofrido agressão física por homem. Segundo o Énóis Inteligência Jovem, 51% dessas agressões foram praticadas por algum familiar, 38% por parceiros e 23% por amigos. A pesquisa indicou ainda que 47% das mulheres consultadas já foram forçadas a ter relações sexuais com seus parceiros.

Denominada #Mulherpodetudo – como o machismo e a violência contra a mulher afetam a vida das jovens das classes C,D e E, a pesquisa ouviu 2.285 jovens de 370 cidades brasileiras, com idades entre 14 e 24 anos e renda familiar de até R$ 6 mil.

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