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Cuidado com o Whats

Fake news é o neologismo para definir o que antigamente se denominava fofoca ou boato. Gente especializada em difundir conteúdos falsos povoam o mundo desde o paraíso, onde a serpente – sempre citada como vilã – nunca pôde se defender.

“Não existe verdade, só existem versões.” Esta máxima cito com frequência no ambiente acadêmico onde converso com estudantes de Comunicação. Um acidente de trânsito que aconteça numa esquina movimentada de qualquer cidade jamais será narrado de duas maneiras iguais por expectadores do fato. A percepção, a experiência e os valores herdados da família são parte do manancial de indicadores na hora de analisar ou opinar sobre qualquer assunto.
Estudo da Universidade de São Paulo (USP) revelou que os grupos de WhatsApp de família são o principal vetor de notícias falsas. O popular “whats” ou “zap-zap” é um aplicativo de mensagens por celular extremamente disseminado no Brasil. É visto como uma das redes mais propícias para a difusão de boatos ou invenções absurdas.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE em 2016 mostraram que a atividade mais popular entre brasileiros, ao usar a internet, é trocar mensagens por meio de aplicativos – 95,5% dos brasileiros responderam que usam internet para fazer isso.

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A mesma pesquisa da USP apontou que os grupos de whats de família são considerados ambientes mais “íntimos” que permitem compartilhar seguramente conteúdos mais especulativos sem que aquele que compartilha seja alvo de julgamento. O conteúdo recebido de um familiar quase sempre acaba vazado para amigos ou outros grupos, multiplicando geometricamente a proliferação de um boato.

Recebo todos os dias conteúdos por whats. São notícias manipuladas e antigas. Quando o emissário é uma pessoa próxima, costumo devolver com as devidas observações. Isso comprova outra pesquisa que revelou que 65% dos usuários do WhatsApp sequer leem os conteúdos que espalham em suas redes.

Com a proximidade das eleições seremos bombardeados por fake news. Apesar da promessa do presidente do TSE, ministro Luiz Fux, é impossível prevenir, detectar e punir autores de boatos que transitarão por celulares e outras plataformas. O clima de fúria do ambiente político é agravado por robôs criados para disseminar falsidades, plantar sementes de ódio e estimular a agressividade.

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Cabe ao eleitor ter bom-senso e visão crítica e adotar critérios de isenção na análise dos conteúdos que aportarão nos celulares. A fofoca, nos tempos tecnológicos, tem consequências muito nefastas que podem custar vidas e detonar explosões de ódio.

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