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IDEIAS E BATE-PAPO

Tempos de medo e persistência

Estamos perto da época em que a correria, o estresse e a agitação tomam conta do cotidiano. A proximidade das festas de final de ano, seguidas das férias de verão, faz ressaltar a ansiedade. O aumento das despesas e a necessidade de comprar presentes e lembrancinhas para inúmeras pessoas, além de viajar para desopilar em janeiro e fevereiro, somam-se aos compromissos como IPTU, seguro do carro e outros gastos.

A ansiedade tem sido uma companhia inseparável há oito meses. A crise sanitária nos impõe restrições inimagináveis. Convivemos há quase um ano com o terror das notícias ruins, das mortes, das estatísticas que não cedem, das UTIs lotadas, da segunda ordem que aportou sem aviso de que a primeira tinha terminado.

Há tempos abandonei a ideia de presentear apenas para cumprir uma obrigação. Não economizo. Gasto com recordações que valem a pena para pessoas que realmente valham a pena. Sejam amigos, parentes ou vizinhos. Cada agraciado merece atenção a partir de seus gostos, hábitos e hobbies. Um presente deve ser, de verdade, o resultado de uma atitude e carinho e afeto. “Lembrancinhas” não têm lugar em minha lista de Natal.

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Sobre férias pouco falo. Não lembro a última vez em que gozei ao menos 15 dias de folga, longe do relógio, celular, jornal e rádio, companheiros onipresentes da rotina de jornalista. Desligar completamente é um desafio que jamais venci.

Mais do que nunca, férias são fundamentais para manter a sanidade neste ano repleto de tropeços. A maioria das pessoas não poderá usufruir desse “luxo” porque milhões estão desempregados. Outros tiveram os salários reduzidos, sem falar daqueles que ainda sofrem as sequelas da Covid-19. Passar ileso por essa prova de obstáculos é para os fortes, que não desistem, apostam em si mesmos e ajudam seus afetos.

Completo nove meses de “regime semiaberto forçado”, em eterno home office. Saio pouquíssimo, o que aumenta o meu sofrimento. Circular entre amigos, conhecer novas pessoas, convidar parceiros para um churrasco com cerveja gelada em casa e bebemorar bons momentos ficaram no passado. Videochamadas frias, whatsapp impessoais e áudios pouco calorosos resumem a comunicação interpessoal, que avançou como uma avalanche, soterrando as relações. A frustração, a depressão e a tristeza geradas pelo afastamento exigem resiliência inédita, força de vontade para poucos, criatividade constante.

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O otimismo de algumas semanas cedeu ao medo da não retomada das atividades rotineiras em um futuro próximo. Há de ter paciência para driblar o vírus e, ao mesmo tempo, o risco de soçobrar ao desvario do confinamento. Se 2020 foi o ano do medo, 2021 será tempo da persistência, com apoio de que está próximo de nós, compartilhando das agruras que desafiam a fortaleza emocional de todos nós.

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