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Direto da redação

Aos amigos, muito obrigada

Há quem diga que a solidão é necessária. E talvez seja mesmo. A tal arte de conviver bem consigo mesmo. Mas eu, particularmente, nunca fui do tipo de gente que gosta de estar sozinha. Prefiro estar cercada de pessoas. Sempre gostei da companhia, das risadas, dos pratos compartilhados, das histórias, das confidências, dos cafés, dos telefonemas longos, dos chopes e dos choros na madrugada. Talvez por isso seja quase sempre eu a capitanear os encontros dos amigos, as despedidas, as boas-vindas, as comemorações. Porque eu gosto de estar ali. Dos momentos. 

Sempre gostei de tudo que envolve as relações, especialmente as amizades. Amizades são a nossa forma mais sincera de amar. São o nosso melhor lado. Não que os amores não sejam. Mas é que as amizades são mais fáceis de lidar. Não pressupõem certos sentimentos. Nunca pensamos que os amigos podem nos deixar. Ou que não nos amam mais. Ou que nos amam demais. Não pensamos se devemos morar ou não juntos. Se devemos ter filhos. E que nome dar a eles. Se vamos brigar. Se vamos cansar um do outro. Quem vai morrer primeiro. A amizade só segue seu curso natural, sem necessitar de maiores dramas. Ela só vai. 

Talvez a amizade seja exatamente o que deveriam ser nossos amores. A evolução deles. Um dia, quem sabe, estaremos prontos para sermos assim, mais leves, mais livres, em todas as relações. Mas enquanto não alcançamos essa maturidade, os amigos seguem sendo nosso porto mais seguro. Nosso refúgio. E que bom que é assim. Que bom que eles estão lá para nos ouvir. E para serem ouvidos. Talvez por sorte, ou porque a vida teima em ser boa comigo, encontrei muitas pessoas nesse caminho que me fazem gostar tanto de estar com elas. Por mais que elas nem sempre estejam aqui perto de mim.

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Um dia alguém me disse que todas as amizades passam. Que todas as pessoas seguem caminhos distintos em algum momento da vida. Que isso faz parte do amadurecimento. E talvez isso seja, de alguma forma, verdade. Os amigos por vezes se afastam. Então outros se aproximam. E vamos aprendendo a conviver com eles. A descobrir. E a driblar as distâncias para manter os antigos. A desbravar novos lugares para reencontrá-los. Então alguns se perdem mesmo nesse trajeto. E um dia outros nos encontram de novo com aquele mesmo jeitinho de sempre. Como se sempre estivessem ali. Porque é verdade. Eles sempre estiveram. 

Sempre estiveram porque as amizades, assim como os amores, seguem vivas dentro da gente. Em cada lembrança, em cada nota dentro de nós que se altera nessa convivência. É por isso que acredito que só nos resta agradecer a essas pessoas por tudo que elas nos dedicam. Por tudo que nos compartilham. Por tudo que nos ensinam. Por seus defeitos. Por suas fraquezas. Por seus erros. E por todas as suas complexidades. Agradecer por fazerem parte da nossa vida. Por serem humanos. E nos fazerem pessoas melhores. Agradecer por estarem aqui, mesmo quando não estão.

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