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O que vem pela frente

Os novos desafios de Telmo Kirst

Escolhido por mais de 42 mil pessoas para comandar o quinto maior PIB do Rio Grande do Sul pelos próximos quatro anos, Telmo Kirst (PP) terá, mais uma vez, que colocar à prova a sua experiência de mais de quatro décadas de vida pública – que inclui passagens pelo Congresso Nacional, Assembleia Legislativa e governo estadual. Se, no seu primeiro mandato, conseguiu desatar alguns dos nós que sufocavam o município – como os impasses do saneamento e do transporte urbano e a carência de atendimentos de saúde na Zona Sul –, a partir de 2017 terá que enfrentar um quadro político atravessado pela disputa sucessória e pela pressão dos aliados em troca de apoio, além de um cenário de caos financeiro, com a crise econômica nacional ainda persistindo. Além disso, também será momento em que algumas de suas decisões tomadas de 2013 para cá estarão sob teste.

A Gazeta do Sul ouviu, nos últimos dias, vários integrantes da política local, tanto da base de Telmo quanto da oposição, e lista nesta reportagem as principais empreitadas que o prefeito tem pela frente.

1 Água e transporte à prova

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Embora Telmo diga que seu governo foi aprovado nas urnas pela população, duas das decisões de maior impacto tomadas por ele no primeiro mandato serão colocadas à prova com mais intensidade a partir de agora. Uma delas envolve o saneamento. Após a assinatura do novo contrato com a Corsan, em julho de 2014, a Prefeitura chegou a multar a estatal este ano por atrasos no cumprimento de alguns itens do convênio, e ainda há queixas quanto ao fornecimento de água em certas regiões da cidade, principalmente em épocas de muito calor. 

Além disso, segundo um vereador que integra a base de Telmo, a tendência é que os investimentos previstos no contrato também passem a ser mais cobrados pela oposição, sobretudo em setores nos quais ainda não há avanços notáveis, como na expansão da rede de esgoto. “A presença de figuras como a Kelly Moraes e o Carlão (Francisco Carlos Smidt) na Câmara deve fazer com que o tema volte à pauta”, avalia o parlamentar.

Outro ponto sensível é o transporte coletivo urbano. Telmo conseguiu resolver um imbróglio de mais de uma década e assinou, em dezembro, um novo contrato para o serviço. O preço, porém, será sentido pela população: até fevereiro, a tarifa deve saltar de R$ 3,00 para R$ 3,50, em meio a um momento de profunda crise econômica. “As melhorias que o governo está prometendo vão ter que compensar esse aumento. Se continuar como é hoje, vai ser um problema para o governo”, observa um progressista.

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2 Expectativas x crise

Por um tempo que hoje é impossível de estimar, Telmo seguirá enfrentando um contexto de baixa atividade econômica, o que vai impactar na arrecadação da Prefeitura. Se, por um lado, poucos duvidam da sua capacidade de gestão fiscal, por outro, é certo que levar a cabo muitos dos projetos levantados durante o período eleitoral – e que serão cobrados pela oposição – será uma tarefa difícil. “O prefeito falou na campanha em construir uma arena esportiva, só para citar uma das promessas. Em época de crise, vai tirar dinheiro de onde?”, lembra um vereador de oposição. Um aliado de Telmo diz que compatibilizar as expectativas da população com a crise dos entes federados é um de seus maiores desafios. “Sobretudo em função da amplitude da vitória eleitoral.”

Além de obras, devem pesar demandas que impactam diretamente na sensação de bem-estar da população, como a geração de empregos, a criação de vagas nas escolas de educação infantil, a mobilidade urbana e a qualidade das estradas na zona rural. Isso sem falar nas expectativas do funcionalismo – que, assim como em 2012, teve um papel decisivo no resultado da eleição.

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3 A sucessão

Embora a eleição de 2020 esteja longe, é consenso que Telmo terá que orquestrar seus movimentos a partir de agora com a perspectiva de formar um sucessor – o que pode ter reflexos já na primeira escalação do governo. Além de lidar com um cenário político ainda dominado por grupos tradicionais, Telmo terá como maior desafio evitar que o processo sucessório tumultue a sua base. “Ele terá que evitar que o desejo de projeção dos candidatos à sucessão contamine a unidade da equipe”, analisa um aliado.

4 Manter a base

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Assim como ocorreu em 2013, Telmo Kirst iniciará o segundo mandato sustentado por uma base grande de partidos, e está em vias de agregar mais um para garantir a indispensável maioria na Câmara de Vereadores. Se a aliança com o PT se confirmar, serão cinco grandes siglas com representação no Legislativo (PP, SD, PDT, PMDB e PT), além de possíveis apoios individuais. Tudo isso deve desencadear uma pressão por espaço no governo – o que já começou nos debates pré-eleição da Mesa Diretora da Câmara e deve se intensificar quanto tiver início a composição do primeiro escalão.

Embora Telmo se diga “imune a pressões” e já tenha testado sua habilidade de articulação (sobretudo após reverter uma minoria no início da gestão), é certo que precisará atender às demandas das legendas, ainda mais se tiver que acionar a Câmara para discutir temas polêmicos – nos bastidores, há expectativa por projetos voltados a aumento de receita da Prefeitura. Ao mesmo tempo, mantém firmemente a afirmação de que não irá elevar despesas com cargos. “Ele terá que imprimir o seu estilo gerencial de administração sem que isso prejudique a coalizão no Legislativo”, observa outro 

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