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SANTA CRUZ

Paixão que começou no Túnel Verde: conheça Carlos Eurico Pereira, candidato à Prefeitura

Foto: Lula Helfer

Gabrielense, Carlos Eurico chegou a Santa Cruz após sua esposa se estabelecer em Venâncio e acabou criando raízes no município

Foi ao percorrer pela primeira vez o Túnel Verde da Rua Marechal Floriano, no fim dos anos 1990, que Carlos Eurico da Luz Pereira decidiu que faria de Santa Cruz do Sul o seu lar. “Entrei na rua principal para chegar ao Hospital Santa Cruz e, quando passei pelas tipuanas, me apaixonei. Eu disse: ‘É aqui’”, conta.

Natural de São Gabriel, Carlos Eurico, que é médico pneumologista, buscava um mercado para se estabelecer na região, já que sua esposa, a ginecologista Luciane, havia se instalado há pouco tempo em Venâncio Aires. Acabou por conseguir emprego no hospital, abriu consultório particular e não demoraria a criar vínculos com a cidade.

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Mais velho de três filhos de um ex-militar e plantador de arroz e de uma professora, foi aprovado em Medicina antes mesmo de completar 16 anos em Santa Maria, onde morava desde os 14, após a separação dos pais. Desportista desde cedo por recomendação médica, já que é portador de asma, sonhava em estudar Educação Física, mas acabou se decidindo pela carreira médica na fila de inscrição para o vestibular. Também foi pela condição de asmático que acabou se interessando pela área de pneumologia. Após formar-se aos 22 anos, foi fazer residência na Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, onde conheceu Luciane.

Foi a própria esposa que propôs, em 2017, que os dois entrassem no então estreante partido Novo. Acostumado a ocupar postos de liderança ao longo da vida, já havia cogitado ingressar na política, tanto que alguns anos antes chegou a assinar ficha para se filiar ao PTB, com a ideia de concorrer a vereador. “Na época, porém, a minha ficha se perdeu. Na verdade, foi uma manobra da má política para que eu não pudesse concorrer por nenhum partido”, relata.

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Antes de chegar ao Novo, a família pensou em deixar o Brasil, a exemplo de alguns colegas de medicina, devido à instabilidade política. “Pensei: ou nos envolvemos ou vamos embora. Acabei por decidir me envolver.”

Em 2010, tornou-se bicampeão panamericano master de judô em Orlando, nos EUA | Foto: Arquivo Pessoal

Uma marca

A vida de Carlos Eurico e dos irmãos foi fortemente marcada pela figura do pai que, na sua adolescência, afastou-se da família por causa do alcoolismo. Até falecer, enfrentou problemas financeiros, passou por internações e chegou ao ponto de entrar na Justiça contra os filhos para receber pensão.

“Só nós sabemos tudo o que fizemos para tentar ajudar. E até os 35 anos, eu não botei uma gota de álcool na boca com medo que a genética me levasse para o mesmo lado.” No entanto, também reconhece que o pai deixou contribuições valiosas. “Ele era perfeito no sentido de que nos botou na cabeça um monte de coisas importantes, como trabalhar muito e ter persistência. Mas depois nos assombrou durante muito tempo”, disse.

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Do consultório para os palcos

Como pneumologista, Carlos Eurico fez uma carreira sólida na região. Mais recentemente, porém, passou a sentir falta de algo além da rotina de consultório. A oportunidade surgiu por meio de um colega, que indicou um curso de palestrante em São Paulo com Roberto Shinyashiki. Sem grandes pretensões, decidiu se inscrever e acabou selecionado para fazer o curso gratuito.

Foi então que teve contato com conceitos muito em voga hoje, como startups, branding, marca e posicionamento. “Nunca tinha prestado atenção nisso. Vi um monte de gente jovem mudando completamente a maneira de fazer as coisas”, conta. De imediato, buscou uma equipe de marketing, passou a gerar conteúdo nas redes sociais e começou a dar palestras. Há cerca de dois anos, identificando um campo em aberto, passou a focar-se em empreendedorismo para profissionais da saúde.

“Hoje sou chamado para falar nos maiores eventos de inovação, tecnologia e carreira para médicos no Brasil. Em 2019, dei 32 palestras em seis estados para mais de 5 mil pessoas.” Também prepara-se para lançar um livro, cujo título provisório é Muito além do jaleco. O gosto pela inovação também atraiu-o a campos como o da telemedicina, que vem crescendo. “Enquanto outros colegas estão com falta de trabalho, eu voei durante a pandemia porque já tinha todo esse know-how.”

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RAIO X

Livro: Audaz, do Maurício Benvenutti. Fala sobre como a tecnologia pode mudar a nossa vida.
Filme: Patch Adams.
Música: gosto de música acústica. Mas hoje em dia escuto mais podcasts.
Ídolo: Aurélio Miguel, medalhista olímpico que brigou para mudar a Confederação de Judô.
Pior defeito: muito teimoso.
Maior qualidade: humildade.
Ideologia: liberal.
Time do coração: Internacional.
Bolsonaro: alguém que precisa ser apoiado.
Lula: uma decepção e um bandido.
Eduardo Leite: muito educado, articulado e sabe usar as palavras a seu favor.
Santa Cruz do Sul: uma paixão.

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Uma luta para salvar um esporte

Aos 48 anos e morador do Bairro Country, Carlos Eurico divide seu tempo entre a medicina, as palestras e a família – que, além da esposa, inclui os filhos Enzo, de 14 anos, e Caio, de 11.

Outra de suas paixões é o judô, que começou a praticar aos 6 anos por causa da asma. Seu primeiro ensaio como político, aliás, se deu ao assumir por oito anos a Federação Gaúcha de Judô.

Às vésperas da Olimpíada de Pequim, em 2008, apesar da tradição da modalidade no Estado, a entidade encontrava-se em crise, com dívidas milionárias, condenações judiciais, poucos filiados e risco de intervenção. “Ou a gente tomava uma atitude ou o judô ia acabar no Rio Grande do Sul”, recorda.

No posto, participou de uma forte mobilização em Brasília para corrigir a legislação que fez cair no colo das federações esportivas dívidas herdadas de antigas parcerias com bingos. Sua gestão conseguiu encaminhar o saneamento das contas da entidade e fortalecer o quadro de filiados, além de incluir novos eventos no calendário mundial do esporte. “Temos muito orgulho do que fizemos na federação”, diz.

Em 2001, também ajudou a fundar a Associação de Judô de Santa Cruz, que fomentou o esporte na cidade e encabeçou um projeto social que chegou a atender mil crianças em situação de vulnerabilidade em 2017 e 2018 com aulas de judô, línguas e reforço escolar, entre outros.

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A série

Na segunda-feira, 28 de setembro, a Gazeta do Sul iniciou a publicação da primeira série de reportagens especiais sobre os candidatos a prefeito de Santa Cruz do Sul. Os sete prefeituráveis receberam a reportagem nas residências e falaram sobre as trajetórias profissionais e políticas, bem como sobre as famílias e interesses. Na largada da campanha, será uma oportunidade de os eleitores conhecerem quem são as pessoas que pleiteiam o comando do município e comparar os perfis.

A ordem de publicação foi definida em sorteio na presença de representantes das chapas, em reunião realizada no dia 19. A ordem é: Jaqueline Marques (PSD) na segunda-feira; Alex Knak (MDB) na terça; Helena Hermany (PP) na quarta; Mathias Bertram (PTB) na quinta; Carlos Eurico Pereira (Novo) na sexta; Frederico de Barros (PT) no dia 5, e Irton Marx (Solidariedade) no dia 6.

LEIA TODAS AS REPORTAGENS DA SÉRIE:
1. Uma militância que começou cedo: conheça Jaqueline Marques, candidata à Prefeitura

2. Um sonho que nasceu na infância: conheça Alex Knak, candidato à Prefeitura
3. Do Banco do Brasil ao Palacinho: conheça Helena Hermany, candidata à Prefeitura
4. Liderança que saiu de Pinheiral: conheça Mathias Bertram, candidato à Prefeitura
5. Paixão que começou no Túnel Verde: conheça Carlos Eurico Pereira, candidato à Prefeitura
6. A juventude que tomou a frente: conheça Frederico de Barros, candidato à Prefeitura
7. O homem que quer um novo país: conheça Irton Marx, candidato à Prefeitura

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