Em um debate de alto nível que marcou o primeiro encontro entre os sete candidatos à Prefeitura de Santa Cruz na manhã de sábado, 3, o atual governo e a vice-prefeita Helena Hermany (PP), que lidera as intenções de voto a 40 dias da votação, foram os alvos principais.

Com duas horas e meia de duração, o debate foi transmitido pela Rádio Gazeta e Portal Gaz direto do plenário da Câmara de Vereadores e contou com uma ampla audiência: só nas redes sociais, o alcance chegou a 61,8 mil pessoas. Embora dois dos cinco blocos tenham sido dedicados a perguntas entre candidatos com tema livre, não houve bate-boca e temas-chave da campanha, como as projeções para o cenário pós-pandemia, vieram à tona. A poucos dias do início da propaganda em TV e rádio, os prefeituráveis deixaram evidentes os nortes de suas estratégias.

LEIA MAIS: Veja fotos do primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de Santa Cruz

O debate começou em meio à repercussão da pesquisa feita pelo Instituto Methodus e publicada pela Gazeta do Sul, que apontou Helena com vantagem acima da margem de erro e uma disputa embolada entre Alex Knak (MDB), Mathias Bertram (PTB) e Carlos Eurico Pereira (Novo). Com isso, Helena precisou desviar a todo momento de críticas à gestão de Telmo Kirst e às investidas dos adversários, que buscavam associá-la à atual administração, enquanto ela fez menção, em mais de uma ocasião, ao seu rompimento político com o prefeito no ano passado.

Em desvantagem no levantamento do Methodus, a candidata apoiada por Telmo, Jaqueline Marques (PSD), fez defesas veementes da atual gestão, invocando avanços em educação e os índices de aprovação, e usou seus espaços de pergunta para tentar desconstruir os candidatos que disputam o segundo lugar. Estes, por sua vez, evitaram embates entre si e concentraram as críticas à situação, buscando atingir Helena por tabela, levantando questões como lentidão de obras, desigualdade no atendimento aos bairros e interior e supostas falhas no enfrentamento da pandemia.

LEIA MAIS: Confira quais foram os principais temas do debate entre os candidatos de Santa Cruz

AS ESTRATÉGIAS

Alex Knak (MDB)
Em suas intervenções, apresentou-se como alternativa aos clãs familiares tradicionais da política local, endereçando-se tanto a Helena quanto Mathias, por sua relação com os Moraes. Também procurou destacar a sua atuação enquanto vereador e secretário.

Carlos Eurico Pereira (Novo)
Buscou colocar-se como alternativa aos vícios tradicionais da política, criticando em vários momentos o aparelhamento do poder público por partidos e defendendo uma gestão de perfil técnico.

Frederico de Barros (PT)
Focou suas manifestações nos dois pontos-chave de seu plano de governo: a valorização da participação popular na gestão pública por meio do orçamento participativo e mais atenção ao poder público aos bairros e ao interior. Também buscou defender o legado do PT no município.

Helena Hermany (PP)
Na condição de líder da pesquisa, evitou confrontos durante todo o debate, focando suas manifestações em questões administrativas. Procurou desvencilharse do atual governo, aludindo em mais de um momento ao seu rompimento político com Telmo Kirst.

Irton Marx (Solidariedade)
Disparou críticas a todo momento ao atual governo e buscou apresentar-se como um caminho diferente em relação aos grupos políticos tradicionais. Não chegou a abordar o tema do separatismo, com o qual é fortemente identificado.

Jaqueline Marques (PSD)
Buscou firmar-se como a representante do governo Telmo, exaltando a todo momento os feitos e os índices de aprovação da atual gestão. Teve uma das posturas mais contundentes no debate, buscando desconstruir os candidatos que disputam o segundo lugar.

Mathias Bertram (PTB)
Fez muitas críticas ao atual governo e destacou em vários momentos o legado do PTB no município e a representatividade do partido em níveis estadual e federal. Também procurou salientar a sua experiência como empresário.

LEIA MAIS: Veja o patrimônio declarado pelos candidatos à Prefeitura de Santa Cruz