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Santa Cruz

Vida real: Três vezes esperança

Valentina é esta menina doce que você na foto: tem apenas 2 anos de idade, está abraçada à sua boneca ainda sem nome e vive grudada  em sua melhor amiga, Joice. Joice Indianara Pereira é mais velha: com 11 anos, tem também em Valentina a sua companhia inseparável de todos os dias. As duas se amam, se cuidam, se protegem. Inclusive nos programas de tevê, de preferências pouco parecidas – uma quer a Peppa e a outra, telenovelas –, não deixam de assistir juntas. A esperança da pequena Valentina, no entanto, é de que sua fiel companheira possa sair da clausura em que está submetida a viver e possa, com ela, explorar espaços simples como o pátio, a rua, a pracinha.

Devido às suas fragilidades, Joice não pode fazer nada disso. O calvário dessa menina estudiosa e que está no 5º ano do ensino fundamental não é de agora. Começou faz tempo: há oito anos. Aos 3 anos de idade, Joice foi diagnosticada com uma doença chamada neurofibromatose não maligna – afeta sistema nervoso, pele, alterações ósseas. Os problemas na família, como a morte do pai quando tinha 6 anos, retardaram o tratamento e só fizeram seu estado de saúde piorar. Aos 9, a mãe, sem condições de cuidar da filha, perdeu a guarda da criança. A tia, Ana Maria Voelz, ciente das dificuldades que encontraria, passou a ser responsável pela menina.

Até o momento foram oito cirurgias. Na última, feita em um hospital de Porto Alegre, colocou placas e parafusos na região do pescoço, o que a impede de fazer alguns movimentos. Há pouco mais de um ano, por meio de decisão judicial, e como não poderia fazer esforços mínimos – por exemplo, subir um degrau de escada –, Joice passou a ter atendimento em domicílio. Foi quando apareceu, na vida dela, uma pessoa muito especial: o fisioterapeuta Samuel Kolling Mancio.

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SUPERAÇÃO

Quando Samuel conheceu Joice, ela nem caminhar conseguia. Estava em cadeira de rodas. Desde então, com fisioterapias três vezes por semana, ela voltou a dar os primeiros passos, limitados do quarto para a cozinha. Os primeiros movimentos da menina, inclusive, Samuel gravou em seu celular, para não esquecer da vitória da persistência. Segundo o profissional, o mérito de superação é todo dela. Há pouco tempo, Joice fez uma perícia e lhe foi negado auxílio-doença. A justificativa é de que, por receber um salário de pensão pela morte do pai, não teria direito a outro benefício.

Enquanto isso, dona Ana se vira como pode. Atualmente, moram no primeiro piso de um apartamento emprestado por uma amiga, no Residencial Santo Antônio, do Bairro Progresso, porque, sem degraus, Joice pode se deslocar mais facilmente quando precisa ir às regulares consultas na Capital. A menina ainda enfrenta a burocracia no atendimento. Uma viagem é para fazer o raio-x, outra para a consulta. E a apreensão de Ana, Joice e até mesmo da pequena Valentina, agora, é pela nona cirurgia. Há meses, dona Ana espera o telefone tocar para que o procedimento seja feito. A demora pode causar complicações respiratórias, e é com isso que dona Ana se preocupa. Para quem quiser ajudar a família, o telefone de contato é (51) 9967 7241. Sensibilizado com a situação, o dr. Eduardo Bender atende Joice gratuitamente, há um ano, nos tratamentos dentários. Mas além de Valentina, Ana e Samuel, Joice precisa de mais anjos.

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*Pauta sugerida por Guiomar Rossini Machado.

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