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Rodovias

EGR estuda elevar valores de pedágios

Sem dinheiro para investir pesado e em curto prazo nas rodovias que administra, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) estuda duas formas que, juntas, podem contornar a situação e garantir o acesso a novos recursos: buscar financiamento interno ou externo (o que pode ser obtido por meio de parcerias público-privadas, por exemplo) e elevar as tarifas de pedágio. Só na RSC-287, duas praças – de Candelária e Venâncio Aires – sofreriam alteração na cobrança. A justificativa é de que a arrecadação atual não é suficiente para obras complexas, mas apenas medidas simples. “A EGR não pode só ficar cobrando tarifa e tapando buraco. Temos que adotar uma nova filosofia”, admite o diretor técnico Milton Cypel. 

Um grupo ligado ao Conselho de Administração da EGR estuda qual seria a tarifa ideal de cada praça, já que uma quantidade diferente de veículos passa pelas unidades. Por isso, não se descarta que cada lugar cobre um valor específico e não mais padronizado, lógica que é adotada nos 14 postos de pedágio administrados pela EGR. Se o aumento na taxa ocorresse de acordo com a necessidade de obras na rodovia, as praças da RSC-287 seriam fortes candidatas a sofrer um reajuste estratosférico, já que a principal estrada do Vale do Rio Pardo é uma das que têm pior estado de conservação entre as administradas pela EGR. “A que eu mais precisaria aumentar é justamente a que eu menos consigo dar uma resposta (em serviços)”, reflete.

Quanto à possibilidade de obter financiamentos por meio de empresas privadas ou órgãos públicos, Cypel avisa que existem interessados, mas tudo isso ainda precisa passar por avaliação. Outro detalhe é que ainda não se sabe se a RSC-287 entraria no conjunto de rodovias contempladas pelo financiamento, já que a EGR administra um total de 954 quilômetros de estradas no Rio Grande do Sul. No final desta semana, uma nova reunião com os integrantes da EGR e representantes de outros setores do Estado vai tratar dessa remodelagem na estrutura da empresa e as possibilidades de obtenção de recursos. Os próximos passos ainda serão avaliados, mas a tendência é de que a estatal ofereça ao órgão financiador a absorção de uma parte da arrecadação junto às praças de pedágio, fontes de recursos. 

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A diretoria que assumiu a EGR este ano também não descarta a criação de novos polos de cobrança no Rio Grande do Sul. Por enquanto, a ERS-324, de Passo Fundo a Marau e Casca, é administrada pela empresa e não tem recolhimento de pedágio, o que futuramente deve acontecer. O diretor técnico também afirma que a EGR poderá incorporar até mais cinco rodovias para aliviar o Tesouro do Estado. Milton Cypel ainda não confirmou quais são essas estradas, mas informou que duas vias – uma na Serra e a outra na Região Metropolitana – poderão passar aos cuidados da EGR e futuramente contar com praças de pedágio. 

Com o início de um novo governo estadual neste ano, comandado por José Ivo Sartori (PMDB), a EGR foi um dos órgãos que passaram por mudanças nos cargos políticos de sua diretoria. Criada durante o governo Tarso Genro (PT) para substituir as concessionárias e com o propósito de oferecer obras definitivas a baixo custo para os usuários, a EGR se encontra hoje em uma situação difícil. O presidente do Conselho Comunitário das Regiões das Rodovias Pedagiadas (Corepe) Trecho 8, Luciano Naue, conta que a ideia dos usuários sempre foi reduzir o valor das tarifas de pedágio em razão da baixa qualidade do serviço prestado. No entanto, disse que vai esperar o retorno da EGR com uma planilha de custos para dar mais informações sobre o tema.

Entre as piores

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O diretor técnico da EGR, Milton Cypel, admite que a RSC-287 está entre as piores estradas administradas pela empresa. “Hoje ela está totalmente obsoleta em termos de estrutura de pavimento. A rodovia está na pior situação possível. Ela foi construída com uma tecnologia para suportar de 20 a 30 toneladas e hoje transitam com 60 a 70 toneladas. Eram 2 a 3 mil veículos (na década de 70), hoje são 13, 14 mil”, compara Cypel.

OUTROS PONTOS

VIADUTO 

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A construção do viaduto junto ao Trevo Fritz e Frida, em Santa Cruz do Sul, é prioridade para a EGR e não deve parar, segundo o diretor técnico Milton Cypel. A obra foi anunciada no final do ano passado, antes da troca de governo. Apesar das desconfianças, o consórcio Ebrax-Iccila deu início à obra e continua trabalhando no local. Segundo a EGR, o viaduto é prioridade, enquanto a duplicação de trecho, prevista pelo mesmo contrato, pode ficar para depois. 

DUPLICAÇÃO

A EGR prometeu priorizar a construção do viaduto junto ao Trevo Fritz e Frida, na frente da ERS-418. A duplicação de 4,2 quilômetros da RSC-287 e de mais um quilômetro junto à praça de pedágio de Venâncio Aires, ainda que façam parte do mesmo projeto, ficarão para depois. Conforme o diretor técnico da empresa, vai depender da disponibilidade de recursos do governo do Estado. O custo total da obra é de R$ 20 milhões, e ela será bancada parte com recursos da EGR e parte com verbas do Estado. Já um projeto mais abrangente de duplicação ficará para o futuro, começando em pontos críticos. 

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SINALIZAÇÃO

Apesar de ter sido recuperada em alguns trechos, a RSC-287 segue sem sinalização horizontal no pavimento em pontos como Vera Cruz e Candelária. No fim do ano passado, terminou o contrato com a empresa responsável pela pintura da pista. Um novo processo licitatório foi aberto no mês de fevereiro, e a empresa que apresentou o valor mais baixo se encontra em fase de apresentação de defesa. Ainda não há previsão de quando o novo contrato será assinado.

SOCORRO MÉDICO

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O Corpo de Bombeiros não mais deverá ser responsável pelo atendimento nas estradas. A EGR estuda modificar o serviço de forma que as ambulâncias sejam dispostas em pontos estratégicos das estradas. Também estão previstos convênios com hospitais da região. Segundo o diretor técnico, Milton Cypel, a ideia é oferecer aos usuários uma ação mais efetiva com um custo menor para os cofres da estatal. 

NOVAS PRAÇAS

Para aliviar o Tesouro do governo estadual, a EGR pode incorporar até cinco novas rodovias aos 954 quilômetros sobre os quais já tem responsabilidade. E, para que seja possível fazer a manutenção de cada uma delas, a tendência é que sejam criadas novas praças de pedágio. Sabe-se, por ora, que uma estrada da Região Metropolitana e outra da Serra estão entre as que passarão aos cuidados da EGR. 

COREPES

A nova administração da EGR pretende dar continuidade aos Conselhos Comunitários das Regiões das Rodovias Pedagiadas (Corepes). No entanto, a periodicidade das discussões entre os grupos e a EGR poderá sofrer alterações. A tendência é que continuem ocorrendo encontros nas regiões que os Corepes representam, mas também devem acontecer com maior frequência em Porto Alegre.

INVESTIGAÇÃO

Auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS) deram início, na semana passada, à auditoria de supostas irregularidades cometidas pela EGR na contratação de serviços de recuperação de trechos. Os auditores deverão permanecer na sede da estatal pelo período de 90 dias. Sobrepreço, pagamentos por serviços não executados ou com qualidade inferior e tipo de licitação em desacordo com a lei estão entre as práticas averiguadas pelo TCE.

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