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Emprego

Processamento do tabaco tende a seguir até outubro

Foto: Rodrigo Assmann

A paralisação das atividades industriais já modificou a safra de tabaco 2019/20 junto às empresas. Conforme a Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo), durante o mês de abril, em Santa Cruz do Sul, o número de safreiros foi de 1.898 a menos (cerca de 31%) na comparação com abril de 2019 – devendo levar à prorrogação do período de processamento do produto até outubro.

O presidente da Fentifumo, Gualter Baptista Júnior, utiliza dados do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul (Stifa), em cima das estimativas das indústrias do município durante o mês de abril. “Não é um levantamento exato. É uma estimativa em cima das contratações feitas até o mês passado”, explica. Conforme Baptista, o número de safreiros nas linhas de produção em abril era estimado em 4.180, contra 6.078 no mesmo mês do ano passado.

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Além da redução no número de temporários, a quantidade de efetivos no trabalho também caiu. Em abril de 2019, as indústrias empregavam 2.650 efetivos, contra 2.480 neste ano, pouco mais de 6% de redução. “Assim como na redução de safreiros, muitos trabalhadores estão nos grupos de risco, e, por conta disso, afastados de suas funções”, frisa.

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Baptista: contrato de efetivos também caiu

A redução no número de safreiros ainda não impacta de forma negativa no setor, pois, segundo as entidades que representam os trabalhadores, existe uma demanda de tabaco para ser processada pela indústria até o fim da safra. Com base nisso, a projeção é de que a safra se estenda mais em 2020. Comumente, o período de contratações de temporários nas indústrias encerrava-se entre o fim de agosto e o início de setembro. “Com isso, há tendência de prorrogação da safra até outubro. Tudo dependerá dos decretos e das medidas que serão adotadas pelo governo do Estado e pelas prefeituras daqui para a frente”, avalia Gualter Baptista.

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Empresas continuam fazendo contratações

Parte da mão de obra está afastada por conta das restrições aos trabalhadores pertencentes aos grupos de risco. Outra parcela foi afastada das linhas em decorrência da suspensão de contratos necessária ao distanciamento social. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins (STI-Fumo) de Venâncio Aires, Rogério Borges Siqueira, todas as indústrias no município seguem contratando. “Os contratos serão tardios neste ano. A gente acredita numa manutenção dos empregos, porém por um prazo maior neste ano”, comenta Siqueira.

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De acordo com ele, cerca de 700 trabalhadores em Venâncio Aires estariam afastados das linhas de produção, por pertencerem aos grupos de risco. “Cada empresa opta por um método. Alguns estão suspendendo contatos, outros rescindindo. Cada indústria adotou métodos próprios, com base nas flexibilizações criadas pelo Ministério da Economia”, conta Siqueira.

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A santa-cruzense JTI anunciou aos seus safreiros do grupo de risco – cerca de 70 pessoas maiores de 60 anos com ou sem doenças crônicas e menores de 60 anos com patologias crônicas – que o término do contrato deles, que seria no segundo semestre, foi antecipado. No entanto, a empresa arcou com todos os encargos trabalhistas em função da decisão, acrescendo este desligamento a gratificações.

Segundo a empresa, o valor líquido que o safreiro ganharia até o fim da safra foi indenizado, somado ao abono de faltas e ao pagamento do ticket alimentação. “A medida que tomamos visa ao bem-estar nesse momento crítico em que eles estão mais suscetíveis à Covid-19. A antecipação do fim de contrato não impacta no retorno na safra 2021. Nosso desejo é que eles fiquem em casa e fiquem bem, para estarem conosco na próxima safra”, enfatiza o líder de operações de Tabaco no Brasil, Paulo Saath.

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Na avaliação do presidente da Fentifumo, Gualter Baptista Júnior, cada empresa do setor criou regras específicas para afastar ou suspender safreiros por causa da pandemia do novo coronavírus. “No entanto, todas elas seguem as orientações da Medida Provisória que regulamenta a flexibilização dos contratos por causa da pandemia”, considera o dirigente.

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