A morte da adolescente Terluize Toson Farias Teixeira, de 12 anos, moradora de Lagoa Vermelha, ocorrida após a explosão de uma lareira improvisada dentro de casa, chama a atenção para os riscos dos equipamentos, frequentemente utilizados no inverno. Em entrevista à Rádio Gazeta na tarde desta segunda-feira, 6, o auxiliar da Divisão de Operações da Defesa Civil do 6º Batalhão de Bombeiros Militares de Santa Cruz do Sul, sargento Filipe Martins da Cunha, salientou a importância dos cuidados com os equipamentos.

O acidente em Lagoa Vermelha feriu ainda outras quatro pessoas da família da adolescente, que teve 90% do corpo queimado. Ficaram feridos o irmão de Terluize, de 7 anos, e os pais da menina, que seguem internados. A avó, que também foi atingida pelo fogo, já recebeu alta. “O ocorrido é algo que choca e consterna a todos. Diante disso, o Corpo de Bombeiros presta as condolências à família dessa adolescente e alerta à população sobre cuidados essenciais para que fatos como esse não se repitam”.

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Segundo o sargento, é importante ressaltar que o equipamento que ocasionou o incidente em Lagoa Vermelha era um utensílio artesanal e não era algo certificado por alguma empresa. O bombeiro destacou orientações para o uso das chamadas biolareiras, ou lareiras ecológicas, que são certificadas, mas normalmente também funcionam com álcool.

A indicação é que este tipo de utensílio seja mantido afastado de cortinas, de tapetes muito volumosos, ou estofados. “Alguns modelos não possuem um limitador de chamas, o que pode ocasionar um princípio de incêndio. Além disso, as lareiras não devem ficar acesas, de forma alguma, sem que haja a presença de uma pessoa adulta no ambiente e que possa monitorar o equipamento.”

Segundo ele, o cuidado com crianças e animais domésticos precisa ser redobrado. “As lareiras são de fácil transporte, elas já são um equipamento que tem a sua procura muito acentuada devido a essa facilidade, de poder movimentar o utensílio para todos os cômodos da casa.  Então é preciso ter esse cuidado com animais domésticos para que eles não esbarrem nessa lareira e acabem derrubando ou aproximando ela de alguma cortina, por exemplo”, explicou.

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Na hora da compra

Conforme o sargento Filipe Martins da Cunha é preciso ter atenção, sobretudo na hora da compra das lareiras. Ele explica que as principais empresas que fabricam esse tipo de equipamento, produzem uma manta de segurança que vai no interior do utensílio. “Essa manta absorve o líquido combustível que é usado para acendimento da lareira e não deixa esse líquido vazar, se a lareira vier a tombar. Ela tomba, continua queimando, mas não extravasa aquele líquido pela casa”, disse.

Ao adquirir um lareira ecológica, o sargento indica que se procure um fabricante de confiança. O equipamento deve vir acompanhado de um manual, que indique a forma correta de uso, bem como a quantidade de combustível que deve ser utilizado para cada modelo. “Não tentem fabricar esses equipamentos em casa, isso pode ocasionar um incidente grave e levar até a perda de um ente querido por causa da utilização de um produto que não está devidamente fabricado”, reforçou.

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Em relação aos ambientes, Cunha ainda explica que é preciso manter o mínimo de entrada e circulação de ar no local, pois as lareiras queimam parte do oxigênio no ambiente. “Principalmente nesse momento em que as pessoas estão mais dentro de casa, então que as famílias tenham atenção especial para esses protocolos de segurança. Uma lareira tradicional, à lenha, também pode ocasionar algum incidente, com alguma fagulha em tapete, por exemplo.”

Segundo o sargento, as estufas, aliadas a um chuveiro ligado, também podem gerar uma sobrecarga no sistema elétrico da residência, resultando em alguma explosão, por isso todos os equipamentos para aquecimento de ambientes exigem muito cuidado.

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