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PASSA SETE

Produtores complementam renda com o cultivo do kiwi

Foto: Nathana Redin/Gazeta da Serra

Casal Marcos e Jussara Cândido durante a colheita

Cada estação do ano possui suas peculiaridades. De acordo com as condições climáticas, há meses considerados ideais para a produção de cada fruta, verdura ou legume. Neste período em que estamos, o qual se estende entre março e junho, marcado pelo outono, entre as frutas que melhor se desenvolvem estão o caqui, o figo, a laranja, o abacate e o kiwi.

Introduzido na alimentação dos brasileiros a partir de 1900, o kiwi pode ser considerado uma fruta mais recente, em relação a outras bastante conhecidas. Segundo o técnico da Emater/RS-Ascar de Passa Sete, Elimar dos Santos, a fruta é originária do Sul da China, onde ocorre espontaneamente.

“A nível mundial a China aparece como maior produtor da fruta, seguido por Itália, Nova Zelândia, Irã, Grécia e Chile. No Brasil a introdução ocorreu em 1971 por sementes vindas da França através do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Aqui no Estado a primeira colheita foi no município de Farroupilha, em 1989”, contou.

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Segundo o técnico, para produzir o kiwizeiro precisa-se de plantas masculinas e femininas, sendo estas últimas responsáveis pela produção do fruto. “Tecnicamente é recomendado oito plantas fêmea e uma planta macho para fazer a polinização adequada do pomar. Esta proporção deve ser distribuída de forma uniforme dentro da área a ser cultivada”, lembrou Santos.

Conforme dados da Emater, o município de Passa Sete chegou a ter 17 hectares de kiwi há cinco anos. Devido a doenças e problemas fitossanitários, bem como dificuldades na comercialização, houve redução significativa no número de pomares.

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Hoje a estimativa é de 7 hectares destinados ao cultivo, num total de nove produtores. Entre as principais variedades encontradas no município estão Bruno, Monty e Hayward, sendo as duas últimas com frutos de maior tamanho e a primeira mais produtiva em quilos por plantas ou quilos por hectare.

Colheita

A equipe de reportagem da Gazeta da Serra foi recebida na propriedade da família Cândido, na localidade de Lajeado Sapopema, junto com a extensionista da Emater, Marly Todendi. No local, o casal Marcos e Jussara destina um hectare, do total de 42 hectares da propriedade, para os kiwizeiros, o que totaliza 500 pés da planta. “Nós iniciamos em 2005, aí levamos dois anos para plantar essa área. Produzindo é menos da metade deste tempo”, contou o agricultor.

Na primeira produção conseguiram colher 300 quilos da fruta. Já no ano mais produtivo, que ocorreu por volta de 2015, foram 11 toneladas. Em 2021 a expectativa é de finalizar a colheita totalizando 6 toneladas.

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Conforme explica Marly, na região o período da colheita ocorre nos meses de abril e maio, quando o fruto apresenta um excelente nível de açúcar, indicando sua maturação. “O kiwi se adapta bem aqui por conta das baixas temperaturas”, reforçou ela.

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Na propriedade dos Cândido, a colheita realizada entre quatro pessoas, iniciou em 15 de abril e deve seguir por mais duas semanas. Para eles, a produção contribui na diversificação da renda, além do fumo de estufa e do mel. Outros cultivos, como o milho, são para consumo próprio. “Estamos bem assessorados pela Emater. Quando surge alguma dúvida ou para medir o açúcar, sempre contribuem”, reforçaram.

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Conforme o casal, o serviço mais difícil foi a montagem do pomar. Depois de estruturado, o cuidado maior é com a poda, que leva em torno de um mês, além da roçada e colheita. Hoje, em média, o produtor está recebendo R$ 2,50 o quilo da fruta.

Um problema encontrado no pomar da propriedade e que se repete em outros locais é um fungo de solo, o qual afeta o sistema vascular, impedindo a circulação de seiva e causando a morte da planta em poucos dias.

“A luz no fim do túnel com relação a esta doença que causou grandes danos à cultura no município é que a pesquisa avançou e hoje já se sabe o agente causador da doença, já existem produtos químicos registrados para controle da doença, bem como porta enxerto resistente a doença”, destaca a extensionista da Emater.

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Kiwi pode ser consumido in natura e em diferentes preparos, como sucos, cucas, bolos e geleias

O kiwi, além do sabor característico, é rico em nutrientes, especialmente a Vitamina C. Por isso, além de ser consumido in natura, vai bem em receitas, como sucos, cucas, bolos e até para fazer vinagre, como acompanhamento em saladas.

“É recomendado na alimentação por possuir elevado teor de compostos bioativos que funcionam como antioxidantes no organismo. Além da luteína, um composto fitoquímico que auxilia na prevenção contra o câncer, e inclusive, em doenças cardíacas, degeneração muscular e na catarata. Possui ainda muitas fibras, que auxiliam na prevenção de doenças como o diabetes”, reforçou Marly Todendi, falando sobre alguns dos muitos benefícios do kiwi. Com relação à cultura, novas variedades, com polpas vermelha e amarela, devem estar chegando ao mercado em um futuro bem próximo.

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