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Conversa Sentada

Homo sapiens?

Como passo repetindo, o sedizente Homo Sapiens cismou de tomar conta da Terra. Num arroubo de falta de modéstia, houve por bem “se achar” à imagem e semelhança do, digamos, Criador.

Mas teria sido dado o alvará para o Sapiens sacanear toda a obra?

O problema é que a biodiversidade, tal como planejada nos algoritmos do Criador do universo, teve um contratempo: o “homo” devastou florestas, poluiu as águas e pôs-se  a multiplicar irresponsavelmente sua espécie. A Natureza pensou, pensou e resolveu mandar umas doenças para dar uma paradinha nessa inflação. A peste negra não adiantou, nem a influenza, nem a sífilis. O bicho homem inventou os antibióticos e outras “mezinhas”.

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Calculo que mais de 90% dos habitantes da Terra acreditam que o Mundo começou com o Homem e só ele é perfeito. Também creio que 50% da Humanidade nunca esteve no campo ou num lugar rústico, solitário, isolado. Presumo que esse percentual jamais observou de perto qualquer animal selvagem, no seu “habitat” natural, muito menos flagrou a incrível diversidade botânica que enfeita nosso Planeta.

Depois que passei a  ter contato íntimo com nosso Bioma Pampa comecei a ver coisas  interessantes: as ovelhas e as vacas, por exemplo, organizam-se em grupos e deixam suas crias, ainda mamando, com uma “jardineira” e saem elas a pastar e beber água. Aparecendo um estranho, a “jardineira” dá o alarme e as outras mães vêm correndo.

As novilhas e vacas, quando dão cria, já sabem o que fazer: o terneirinho cai ao solo, elas mesmas o lambem, cortam seu cordão umbilical e em minutos o filhote está de pé e mamando.  

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Para terminar: tenho observado os açudes e sangas. São lugares vitais para os animais beberem água. Todos, não só os domésticos. Veados campeiros, bugios, cavalos, cobras, aves, todos se reúnem nessa democracia aquífera e  se saciam. Pois basta chegar o “bicho homem”, saem todos em disparada. Como não deixo ninguém caçar nos nossos campos houve, nesses 25 anos, o aporte de espécies antes sumidas, como os veados, perdigões, bugios, marrecas. Se a gente se aproxima a pé, fogem tão logo nos pressentem. Se for a cavalo, a debandada demora um pouco mais. De certo, por se certificarem de que o cavalo carrega um ser humano.

E todo esse bicharedo não produz lixo.

(a propósito, para quem ainda não leu, recomendo Sapiens – Uma breve história da humanidade e Homo Deus – Uma breve história do amanhã, ambos de Yuval Noah Harari).

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