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Literatura

Cidade terá Academia Santa-cruzense de Letras

Em breve, Santa Cruz do Sul se unirá a um grupo de cerca de 25 cidades gaúchas que já contam com agremiações para salientar a relevância da produção literária. Algumas, como as academias de letras de Pelotas e de Santa Maria, são muito dinâmicas na cena cultural. No Vale do Rio Pardo, a mais atuante é a Academia Centro-Serra de Letras, de Sobradinho, fundada em 17 de julho de 2009. 

A proposta do agrupamento de escritores em Santa Cruz surgiu em 2016, com o então vereador Nasário Bohnen. É de sua autoria a Lei nº 7.697, sancionada em 6 de janeiro de 2017 pelo prefeito Telmo Kirst, que cria a Academia Santa-cruzense de Letras. Ela prevê a formação de uma Comissão Especial para cuidar da implantação. Obedecendo à regra, o vereador Alex Knak, na condição de presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara de Vereadores, a quem compete a medida, convidou pessoas do meio literário para iniciar o processo. 

Foi a partir desse grupo que Knak, ao lado do assessor parlamentar Cláudio Marino Stein Garcia Júnior, formalizou na última segunda-feira a Comissão que se ocupará da criação da Academia: Margaret Carvalho Rodrigues, Nasário Eliseu Bohnen, Elenor José Schneider, Benno Bernardo Kist, Mauro Ulrich, Bruno Eugênio Mahl e Romar Rudolfo Beling. Mahl foi escolhido para presidir os trabalhos, e a secretaria ficará a cargo de Beling. Giovana Goretti Feijó de Almeida dará apoio.

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Nos próximos dias, a comissão deverá desencadear os trâmites que, adiante, resultarão nos Estatutos da entidade. A partir de uma assembleia de fundação, a ser convocada, devem ser formulados convites aos prováveis candidatos a acadêmicos, dentro de critérios e respeitando parâmetros de meritocracia.

Bohnen, autor da lei, frisa que Santa Cruz é polo regional no saber, com intensa vida cultural e literária. “Estava na hora de a cidade contar com entidade que preste reconhecimento a seus escritores”, refere. “Escrever, em qualquer sociedade, deve ser valorizado, pela difusão do conhecimento e pelo registro da memória.” 

Lembra que a ideia já entusiasmava o jornalista Guido Kuhn e que pessoas como Jorge Cervi, do Instituto Padre Reus, a defendiam. “Que a academia possa ajudar a estimular pessoas a ler, a ler cada vez mais. Isso é vital para a comunidade.”

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“ESPAÇO PRIVILEGIADO”

Da Academia Centro Serra de Letras, de Sobradinho, vem um caloroso estímulo aos pares santa-cruzenses. O jornalista e escritor Hélio Scherer, fundador e ex-presidente da entidade, vê com entusiasmo a iniciativa local. “Será um espaço privilegiado e precioso para a interlocução de todos que escrevem, com reflexos sobre a cultura em geral, e não tenho dúvida de que dará certo”, afirma. “Tenho convicção de que em pouco tempo Santa Cruz contará com um grupo que poderá realizar trabalho em edições, eventos e palestras, e na interação com outras academias, inclusive a nossa, de Sobradinho.”

Homenagem por força de lei

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A Lei nº 7.697 dá indicativos de como tende a ser a composição da academia. Ela teria até 25 membros efetivos e perpétuos, pelo menos 20 nascidos e/ou residentes no município, de maneira que a entidade poderá congregar também cidadãos nascidos em outras regiões mas que se radicaram em Santa Cruz. Os demais cinco seriam membros correspondentes, escritores de outras regiões que poderão ser convidados a ter o nome vinculado à agremiação. 

Uma vez acadêmico, o escritor toma posse de uma das cadeiras. Esta só ficará vaga com a sua morte, quando então, por convite ou por opção pessoal, novos autores poderão se candidatar, com eleição em assembleia. A entidade ainda prestará homenagem a personalidades ilustres das letras regionais com a escolha dos nomes para patrono de cada cadeira, a serem então ocupadas pelos fundadores. Essas questões serão todas avaliadas pela Comissão Especial. Por fim, Estatuto e Regimento Interno serão aprovados em assembleia, a partir de cujo momento a academia existirá de fato.

O aplauso da ARL

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Quem festeja a notícia do surgimento de uma Academia Santa-cruzense de Letras é o presidente da Academia Rio-grandense de Letras (ARL), Avelino Alexandre Collet. Por telefone, parabenizou as lideranças locais por terem desencadeado o processo e colocou a entidade à disposição para auxiliar no que for necessário. “Teremos imenso prazer e honra em nos fazermos presentes, com comitiva, na fundação da Academia Santa-cruzense”, anunciou.

 Natural de Erechim, Collet frisou que recentemente apoiou a criação de academia naquele município. “E está funcionando muito bem”, disse. “A ARL está pronta a dar todo o apoio ao grupo”, acrescentou. “Uma academia sempre significa uma elevação para a cidade, como estímulo direto à cultura, à leitura, à valorização do saber. Estão de parabéns.” Collet antecipou que em 2018 a ARL vai liderar a realização de um encontro das academias estaduais de todo o Brasil, em Gramado, e pretende ver as academias municipais gaúchas também representadas.

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