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Ana Hickmann

Ana Hickmann é homenageada em evento promovido pelo Rotary Clube

Foto: Divulgação

A primeira experiência em concurso de beleza de Ana Hickmann foi no Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz do Sul. Sem maiores pretensões, levou o título de “broto simpatia”. Dali em diante, a jovem de 15 anos conquistou outras faixas e viajou a São Paulo com um grupo de amigas. A viagem, também sem ambições, abriu portas para a carreira de modelo na capital paulista, onde mora desde 1996. A cidade natal, porém, jamais saiu do seu radar. Ela, inclusive, estará no município neste fim de semana para receber uma homenagem do Rotary Clube – Cidade Alta.

Para se ter uma ideia do sucesso da santa-cruzense, basta lembrar que em 2001 foi eleita uma das dez mulheres mais bonitas do mundo pela revista GQ Itália. As pernas de 1,20 metro de comprimento levaram a loira de olhos azuis ao livro de recordes do Guinness. Ela dividiu passarelas com top models como Gisele Bündchen e fez campanhas com marcas internacionais renomadas. Em 2002, criou a própria marca, Ana Hickmann (AH). Atualmente, óculos, bolsas, calçados, moda casual, moda praia, relógios, semijoias, acessórios e cosméticos compõem o catálogo de produtos. Desde 2004 é apresentadora na Rede Record de Televisão.

A popularidade de Ana também é visível nas redes sociais. A conta oficial no Instagram tem 9,6 milhões de seguidores, enquanto o canal no YouTube possui 792 mil inscritos. No mundo virtual, já foi alvo de críticas. Um dos casos mais recentes aconteceu no final de outubro, quando um tweet causou polêmica. Ela publicou uma foto ao lado de uma mesa de café da manhã com direito a croissants, espumante e salada, junto com a legenda: “Caiu o VR (vale-refeição)!”. Outro momento recente da vida da apresentadora ganhou os noticiários. Foi o trágico episódio em que um suposto fã entrou no hotel onde ela se hospedava, em Minas Gerais, em 2016. O homem tentou disparar contra Ana e o cunhado dela saiu em defesa da família, atirando contra o invasor, que morreu.

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Aos 38 anos e com currículo extenso, a mulher que cresceu em Linha Santa Cruz realizou em 2013 o sonho de ser mãe. Alexandre é fruto do relacionamento de 17 anos com o empresário Alexandre Corrêa. A família costuma vir a Santa Cruz do Sul todos os anos para visitar os parentes. Durante a semana, a Gazeta do Sul conversou por telefone com Ana Hickmann, que falou sobre a relação com sua cidade natal. Confira a entrevista exclusiva.

Modelo estará em Linha Santa Cruz neste sábado, para rever a família e receber homenagem. Foto: KARINE BASÍLIO

Gazeta do Sul – Quais são suas lembranças da infância e juventude em Santa Cruz?
Ana Hickmann – Eu nasci em Santa Cruz, no dia 1o de março de 1981 no Hospital Santa Cruz, assim como meus irmãos. Tenho muito carinho pela cidade. Volto todos os anos porque meus irmãos, meu avô, meus tios, primos, estão todos aí. Então a minha relação nunca terminou com a cidade porque foi onde cresci, estudei, onde tive uma infância no interior, em Linha Santa Cruz, que hoje não é mais interior, mas na minha época era. Boa Vista, Alto Boa Vista, a cidade toda. É um lugar pelo qual tenho muito carinho. Muito carinho mesmo.

Dá para dizer que foi aqui que você deu os primeiros passos como modelo?
Como modelo não, na época eu não fazia muito ideia do que era uma revista de moda, do que era ser modelo. Em Santa Cruz, participei de alguns concursos de beleza. O primeiro foi no Colégio São Luís, onde estudei meus três últimos anos. Estudei em algumas escolas diferentes em Santa Cruz, comecei pelo colégio pequeno, municipal, em Linha Santa Cruz, e depois colégio estadual. No finalzinho do primeiro grau fui para o São Luís, onde me convidaram para participar de um concurso. De verdade, foi muito incentivo das gurias: “Você tem que fazer, você tem cara de manequim”. Acabei ganhando o título de “broto simpatia”. Foi horrível, a verdade é que foi um horror (risos). Mas foi minha primeira experiência. Depois, percebi que havia algumas coisas de que eu gostava. Então comecei a participar de outros concursos: fui rainha das piscinas do Clube Aliança, Mais Bela Gremista, Garota Dourada e cheguei quase a entrar no concurso para ser Miss Rio Grande do Sul. Isso não aconteceu porque eu vim para São Paulo com um grupo de amigas que estavam fazendo curso de modelo na cidade. Tinha uma turma com meninas de Porto Alegre e de outras cidades do Rio Grande do Sul que vieram para cá (São Paulo) para conhecer a agência. E foi assim que a minha história começou.

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Com que frequência você costuma vir ao município?
Todos os anos, com certeza. Tem horas que a gente registra e publica. Tem horas que não publicamos porque a gente respeita as pessoas em casa também, tem gente que gosta de aparecer e gente que não quer. Mas umas três ou quatro vezes por ano, estou por aí. E se não vou, o pessoal vem me ver. O meu irmão, principalmente, vem.

Você tem uma ampla carreira, mas também é muito jovem. Tem pretensão de seguir na apresentação de TV, expandir os negócios?
Hoje eu preciso cuidar daquilo que a gente começou. Televisão já são 15 anos e me vejo fazendo isso até ficar bem velhinha. Tem uma promessa que eu tenho com o meu avô. Eu disse que ele teria de ser centenário, e vou seguir os mesmos passos que ele (risos). Então me vejo trabalhando ainda com bastante idade na televisão. Nos negócios, tenho a minha própria marca, já são quase 20 anos de história. Então tem bastante coisa para fazer e cuidar do que a gente vem projetando. Ano passado, comecei as minhas escolas profissionalizantes. Isso dá oportunidade para outras pessoas terem a mesma chance que eu tive, de poder começar em uma nova profissão. Conhecimento é uma das coisas mais importantes na vida de qualquer pessoa. E eu digo isso porque saí cedo do colégio para poder trabalhar e depois percebi que conhecimento, educação, esse é seu maior tesouro. Hoje já são quatro escolas pelo Brasil. Tenho uma vontade muito grande de ter uma escola em Santa Cruz ou na região. Acho que poderia beneficiar muita gente também. Dentro da escola, falamos de profissões que são mais ligadas à área da beleza e da moda por enquanto. Temos barbearia, cabeleireiro, manicure, pedicure, maquiador, curso de fotografia, curso de costura. Mas tenho vontade de expandir isso para outras áreas, poder levar essas oportunidades para as pessoas.

Você é muito ativa nas redes sociais. Recentemente, uma postagem que fazia referência a vale-refeição gerou polêmica. Como foi isso para você?
Foi no Twitter, foi uma brincadeira que fiz durante uma viagem. Mas acabei apagando porque sou a favor 100% de ter rede social para uma coisa positiva. Onde as pessoas podem se comunicar, aprender, expressar opiniões, desde que façam bem ao próximo. Quando postei aquela brincadeira, não foi uma coisa para ofender ninguém. Porém, comecei a perceber que algumas pessoas acabam falando algumas bobagens, coisas pesadas, desnecessárias. Mas senti principalmente em pessoas que me seguem que aquilo machucou. E eu disse: não estou na rede social para machucar ninguém, estou aqui para poder compartilhar momentos divertidos e legais com as pessoas. Então apaguei. Se não foi legal, não é para estar na rede. Se não foi divertido, não é para dar continuidade. Mas tem muita gente que acaba falando coisas muito pesadas, fazendo piadas com coisas que ofendem todo mundo. Acabam transformando uma brincadeira que não era para ofender ninguém em algo gigante.

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De que forma o episódio em Belo Horizonte marcou você?
Aquilo quase tirou a minha vida. Quase levei um tiro na cabeça. Deus estava do nosso lado naquele dia e fez aquele rapaz errar. Infelizmente, o tiro pegou na minha cunhada, que quase perdeu a vida no meu lugar. E meu cunhado Gustavo foi um herói, salvando a gente. Teve coragem de enfrentar aquela pessoa que estava lá e só veio com uma intenção, mas não conseguiu concluir. Deus deu força para ele (Gustavo) nos defender. Infelizmente, as nossas leis acabam não protegendo pessoas de bem. Eu não estou falando isso pela posição que ocupo, mas sei que muitas outras pessoas também passam por situações como nós passamos e estão sofrendo com isso até hoje. Graças a Deus, nós tivemos recursos financeiros para defender o Gustavo e a nossa família até o último instante, e essa história acabou. Mas o trauma, isso não vai sair nunca da nossa vida. Infelizmente não. Espero que esse caso sirva como combustível para poder mudar alguma coisa nas nossas leis. Para poder defender aqueles que defendem a própria casa, a sua família, que defendem quem amam. E principalmente as pessoas que nos defendem. Eu sei que muitos PMs sofrem com isso porque muitas vezes estão na linha de frente, têm que tomar atitudes e, às vezes, são penalizados.

Como você enxerga a sua representação no universo feminino? Acredita que motiva outras mulheres?
Já experimentei algumas sensações que foram únicas e me fizeram ver o quanto é importante o trabalho que a gente faz. Há mulheres que me disseram: “Ana, você foi minha inspiração para sair da minha casa e começar um novo negócio” ou “larguei uma coisa que não me fazia bem e entrei de cabeça nesse outro sonho”. Quando a gente fala de empoderamento, não é só daquela mulher que trabalha fora, é chefe de família e traz sustento para dentro de casa. O empoderamento feminino é a gente como mulher poder fazer escolhas: eu quero ser mãe, quero ser empresária, quero ser dona de casa, eu quero cuidar dos meus filhos. Empoderamento é o poder da nossa escolha.

Como você recebe a homenagem do Rotary e que recado quer deixar aos conterrâneos?
Fiquei muito feliz, lisonjeada. Quero dizer para todo mundo de Santa Cruz e região que eu agradeço todo o carinho que sempre recebo. Vira e mexe, em aeroporto ou em rede social, encontro com alguém de Santa Cruz. O mais legal é que as pessoas falam que são de Santa Cruz com a boca cheia. Isso é bom demais! O pessoal em São Paulo pode até dizer que o gaúcho é bairrista. Quer saber de uma coisa? Eu sou bairrista sim, sou santa-cruzense e estou muito feliz de poder voltar para casa.

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Ana: “Minha relação com Santa Cruz do Sul nunca terminou”. Foto: KARINE BASÍLIO

O evento

O 5º Jantar Baile da Imigração é promovido pelo Rotary Clube Santa Cruz do Sul – Cidade Alta e integra as comemorações dos 170 anos da imigração alemã. O evento ocorre a partir das 20h30 deste sábado, 16, no pavilhão da Comunidade Católica de Linha Santa Cruz. De acordo com o membro dos festejos e rotariano Ricardo Bringmann, a escolha de Ana Hickmann como homenageada aconteceu porque ela “é filha da terra, criada em Linha Santa Cruz, e muito nos orgulha, pois leva o nome de Santa Cruz a nível nacional e internacional”. Além da apresentadora, também serão homenageados o empresário Loreno Luiz Heck e o rotariano Paulo Afonso Trinks. Após as homenagens, os grupos de danças germânicas do Centro Cultural 25 de Julho e Oktobertanz se apresentarão. Depois, a animação será por conta da banda Tropical. Os ingressos estão à venda ao custo de R$ 40,00 na Linha Santa Cruz Imóveis, MM Presentes ou com os integrantes do Rotary Clube – Cidade Alta. A organização alerta que restam poucas entradas.

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