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Estreia

Guerra fria, tela quente: Estranho Passageiro – Sputnik

Uma curiosa banda britânica que ficou em atividade ao longo dos anos 80 surfou na onda da popularidade, na época, de todas as abordagens ou todos os temas associados à Guerra Fria, a queda de braço entre norte-americanos e russos que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, e que permeou todas as áreas (inclusive, como se pôde ver, a cultura). Era, como alguns lembrarão, a banda Sigue Sigue Sputnik, numa mistura de punk com new wave, que fez algum sucesso mundo afora, e até emplacou uma canção na trilha do filme norte-americano Curtindo a Vida Adoidado, de 1986, dirigido por John Hughes e estrelado por um (então) garoto, o Matthew Broderick, e por uma (então) jovem Mia Sara.

Curtindo a Vida Adoidado insere-se na linha das comédias ou aventuras de viés adolescente. Bem diferente de uma nova produção cinematográfica na qual o Sputnik agora é referido. Entrou em cartaz quinta-feira no Cine Santa Cruz, na esteira da estreia nacional desta semana, Estranho Passageiro – Sputnik, desta vez uma iniciativa russa, terra de onde vem a própria palavra Sputnik. Este, e muitos certamente recordarão, é o nome do primeiro satélite artificial, lançado pelos soviéticos, sob o emblema da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em outubro de 1957. Foi o pontapé inicial da disputa espacial, que se estendeu bravamente pela década seguinte, entre norte-americanos e russos, entre Ocidente e Oriente. Que resultou, como se sabe, em uma conquista ainda maior dos EUA, um pouso tripulado na Lua, em julho de 1969.

O termo Sputnik, portanto, atravessou o restante do século 20 como um emblema da conquista do espaço em favor de inovações tecnológicas para a humanidade. E inclusive, na atualidade, foi emprestado pela Rússia para nomear a sua vacina contra a Covid-19, a Sputnik V. Já a banda Sigue Sigue Sputnik granjeou sucesso até 1989, quando encerrou suas atividades na primeira formação, curiosamente no mesmo ano em que ruiu o Muro de Berlim, e com ele começou a derrocada do mundo soviético, fragmentado, desde então, em inúmeras repúblicas autônomas, das quais a Rússia é a grande referência.

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E é da Rússia a iniciativa, agora, de um filme de terror e de ficção científica, na linha de Alien, o 8º Passageiro, clássico de Ridley Scott, de 1979, e de O Predador, outro sucesso pleno, de John McTiernan, com Arnold Schwarzenegger, este de 1987. Como se pode ver, muitas abordagens culturais feitas ao longo da década de 1980.

Numa mistura de efeitos e de referências a esses dois filmes, e a tantas outras produções de ficção científica que exploraram as viagens e a colonização espacial, os russos, em direção de Egor Abramenko, fizeram a “sua leitura” da situação. Se o Alien de Ridley Scott tinha Sigourney Weaver no papel principal, os russos agora apelam para a atriz Oksana Akinshina. Ela faz o papel de uma psicóloga, convocada a atender um sobrevivente de uma incursão espacial e buscar elucidar um contratempo enfrentado. O momento histórico é 1983 (uma vez mais os anos 80), e, portanto, anterior à derrocada da influência soviética sobre o Leste Europeu e outras partes do mundo.

É ali que uma cena chocante é testemunhada: no local em que a espaçonave Orbit-4 pousou, reaparece um único sobrevivente, e este está tão abalado que perdeu a memória. Algo de muito grave e de muito violento se verificou, e pelo visto atacou aos demais da equipe. Surgirá em cena, como se descobrirá, um ser alienígena na linha do “oitavo passageiro”, um predador que dará muito o que falar. Por todas as associações e referências culturais, em especial as do próprio cinema e da música, e, claro, da história, eis um filme para ser conferido com gosto. Independente de maior ou menor originalidade que venha a ter em seu enredo.

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Onde assistir
Estranho Passageiro – Sputnik está em cartaz na Sala 1 do Cine Santa Cruz em dois horários, às 19 horas e às 21h15, em formato 2D dublado. Dirigido por Egor Abramenko e estrelado por Oksana Akinshina, tem 100 minutos de duração

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