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Tolerância é para os fortes

Vivemos num mundo onde a tolerância parece estar em baixa. Sexo, raça, etnia, nacionalidade, posições políticas, futebol, religião… Quase tudo virou motivo para manifestações de intolerância. Até a morte virou motivo para expressão de ódio.

A partir da convivência vem a diferença. Entre os animais mais primitivos, a diferença é resolvida na porrada e, muito provavelmente, com a morte de uma das partes. Aqui temos o instinto animal em ação. Para prevalecer os animais atacam. Parece que tem muito ser humano agindo da mesma forma. Porém o que nos faz humanos não é o ataque feroz ao oponente, mas sim o controle de nossa agressividade e ódio pela razão. Somos (ou deveríamos ser) seres pensantes.

Ódio é um sentimento. E como todo sentimento é difícil de ser controlado, mas não impossível. Mas é preciso ser forte e evoluído para convivermos sem nos deixarmos tomar pelos instintos mais agressivos.

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A ferramenta mais sofisticada que temos para lidar com a diferença que emana do convívio é a tolerância. Tolerar envolve aceitar que existe o outro e que nossa visão de mundo não é única, muito menos a verdade absoluta das coisas. Para ser tolerante, precisamos entender que a outra pessoa também tem a possibilidade de ter seu conjuntos de regras e crenças, e que nem sempre haverá uma coincidência com a minha.

Muitas pessoas optam por conviver e se agrupar com pessoas que têm as mesmas crenças. Fecham-se em tribos na tentativa de evitar ou não ter conflitos, criando um alinhamento de opiniões. Se eu penso igual, eu gosto. Se eu gosto, fico mais aberto a aceitar. Cria-se assim um ciclo introspectivo e limitado de visão de mundo.

Com o advento das novas tecnologias da informação e redes sociais, esse isolamento se tornou cada vez mais difícil e os embates, inevitáveis. A partir disso, perece que voltamos a períodos tribais bastante primitivos. É nós contra eles. Time gay vs. time hétero. Coxinhas vs. mortadelas. Esquerdopatas vs. fascistas raivosos. E assim poderíamos enumerar várias “equipes” que se enfrentam violentamente todos os dias, em vários ringues e arenas, com suas respectivas torcidas e telespectadores.

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A intolerância é fruto da ignorância e do medo. Ignorância de acreditar que somos donos da verdade, no conforto de nossas visões estreitas da realidade. Medo em aceitar o outro na sua individualidade e de ser superado por este outro no campo da razão e do conhecimento. O intolerante é um animal acuado, latindo forte e tentando morder para defender e sustentar sua frágil existência.

Ser tolerante é uma intensa atividade intelectual. Requer respeito ao próximo e de seu direito de liberdade e expressão de idéias, com suas devidas responsabilidades. A tolerância é ingrediente indispensável para uma boa convivência. Ser tolerante é sinal de força. É alguém que tem a confiança em si para tolerar as diferenças sem ter que convencer os outros da sua opinião. Seja forte, seja tolerante.

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