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5º Festival Santa Cruz de Cinema terá o brilho de Júlia Lemmertz

Atriz de TV, cinema e teatro é a homenageada desta edição do festival, que acontece entre segunda e sexta-feira da próxima semana

Se Santa Cruz do Sul vivenciou três semanas seguidas de animação por conta da 37ª Oktoberfest, cuja programação se estende até este domingo, a comunidade mal terá tempo de curar a ressaquinha depois do chope para logo emendar com a agenda cultural seguinte. E que agenda! Vem aí, entre esta segunda, 24, e sexta-feira, 28, nada menos do que o 5º Festival Santa Cruz de Cinema, mantendo a cidade no circuito dos eventos de expressão nacional.

A estrela da edição, em par com os 18 filmes selecionados na Mostra Nacional, além dos seis da Mostra Olhares Daqui, que disputam o troféu Tipuana em diversas categorias, é a atriz Júlia Lemmertz, a homenageada. Ela simboliza a visibilidade que as produções cinematográficas proporcionam, firmando-se no imaginário de gerações. E, de certo modo, avaliza um evento que, no quinto ano de realização, projeta também as produções do cinema local e regional para outros centros.

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Aos 59 anos, Júlia Lemmertz Dias é mais uma gaúcha a levar o nome do Estado para o País e para o mundo graças à aparição nas telas (da TV e do cinema) e nos palcos. Ela estará em Santa Cruz entre quinta-feira, 27, e sábado, 29, para homenagens durante a programação do festival, num reconhecimento a uma carreira de mais de 40 anos, como recordou em entrevista exclusiva aos comunicadores Maria Regina Eichenberg e Leandro Porto, no programa Rede Social da Rádio Gazeta FM 107,9, na última quarta-feira, 19.

Filha dos também atores Lilian Lemmertz e Lineu Dias, mãe de Luiza (com o produtor Álvaro Osório, com quem se relacionou entre 1986 e 1990) e de Miguel (com o ator Alexandre Borges, com o qual foi casada entre 1993 e 2015), Júlia é porto-alegrense, tendo sido criada em Capão da Canoa, e está radicada no Rio. A presença dela no cinema, na televisão, em novelas e séries; e nos palcos se estendeu por dezenas de títulos, desde 1981.

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Naquele ano, por volta dos 18 anos, estreou em Os Adolescentes, telenovela de drama adolescente (na linha de Malhação), exibida na Band naquele ano e no seguinte, em 135 capítulos. Fez a personagem Bianca (Bia). A partir de então, acumulou papéis, com cada vez mais destaque, e firmou o rosto em novelas da Globo, como Ti Ti Ti, em 1985. Na década de 1990, elevou-se à condição de uma das atrizes mais importantes da geração, e nos anos 2000 tornou-se amplamente conhecida e admirada junto ao público.

Em turnê com a peça “Tudo”

Em novelas, as mais recentes participações de Júlia Lemmertz foram em Novo Mundo, em 2017; Espelho da Vida, em 2018, ambas no horário das seis da Globo; e Quanto Mais Vida, Melhor, esta no ano passado. No cinema, estreou em 1982, logo no ano seguinte à primeira aparição na TV, e esteve em dezenas de produções, entre curtas e longas. Na entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, enfatiza a predileção pelo formato de curta-metragem, pelo tanto de virtuosismo que requer de roteiristas, diretores e atores.

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Enquanto a carreira na TV e no cinema se desenvolvia com novidades a cada ano, Júlia não deixou de aparecer com frequência nos palcos, no teatro, a partir do mesmo ano de 1982, quando fez Lição de Anatomia. E assim segue até a atualidade: está em cartaz e cumpre turnê com a peça “Tudo”, uma comédia dramática, adaptação de texto do dramaturgo, ator e diretor argentino Rafael Spregelburd, de 52 anos, que questiona o capitalismo e as ideologias, sob direção de Guilherme Weber, na qual contracena com Vladimir Brichta. “Tudo” acaba de concluir a temporada paulista, depois de uma igualmente bem-sucedida temporada carioca, e ainda não tem agenda prevista para visita ao Rio Grande do Sul.

Inúmeras vezes premiada, atualmente Júlia aguarda inclusive pelo resultado da premiação do Festival Sesc de Melhores Filmes, no qual concorre como Melhor Atriz nacional por “Música para Quando as Luzes se Apagam”, drama/documentário escrito e dirigido por Ismael Caneppele, de 41 anos, gaúcho de Lajeado.

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Presenças ilustres

Numa evidência de quanto um evento como o 5º Festival Santa Cruz de Cinema a cada ano posiciona mais a região no circuito nacional, os cinco dias da programação motivarão a vinda à cidade de várias outras personalidades do universo cinematográfico. O primeiro movimento natural será o comparecimento dos diretores e dos responsáveis envolvidos nos 18 curta-metragens selecionados na Mostra Nacional, o que envolve cineastas, atores e atrizes já com carreira estabelecida.

Mas também está confirmada a presença de nomes como o do diretor Jorge Furtado, que fora o homenageado na 2ª edição do festival, em 2019. A esposa dele, a produtora porto-alegrense Nora Goulart, é uma das juradas desta edição, e Furtado a acompanhará e aproveitará para estabelecer contatos. Outra personalidade que estará em Santa Cruz, na sexta-feira, 28, é o ator e cineasta Werner Schünemann, de 63 anos, também porto-alegrense, rosto conhecido da TV e do cinema.

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Homenageados

  • 2018: Liliana Sulzbach
  • 2019: Jorge Furtado
  • 2020: Léa Garcia
  • 2021: Matheus Nachtergaele
  • 2022: Júlia Lemmertz

“Não tenha tanta pressa”

Com a autoridade e a experiência de quem já contabiliza mais de quatro décadas de mergulho e de envolvimento com cinema, televisão e teatro, a atriz Júlia Lemmertz deixou um recado às novas gerações de artistas em entrevista para a Rádio Gazeta FM 107,9, na última quarta-feira. Em conversa com os comunicadores Maria Regina Eichenberg e Leandro Porto, no programa Rede Social, por volta das 14 horas, refletiu igualmente sobre a trajetória, antecipando a expectativa de visitar Santa Cruz do Sul na próxima semana para receber a homenagem principal do 5º Festival Santa Cruz de Cinema.

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Ela deve chegar à cidade, que ainda não conhece, ao final da tarde de quinta-feira, e a presença na programação oficial do evento está marcada para sexta-feira, o último dia. Júlia retornará ao Rio de Janeiro na manhã de sábado, 29.

Entrevista – Júlia Lemmertz, atriz, homenageada do 5º Festival Santa Cruz de Cinema

  • Gazeta – Há muita expectativa diante da vinda a Santa Cruz do Sul na próxima semana, para essa homenagem?
    Júlia Lemmertz – Recebi com muita alegria o convite e fiquei surpresa em saber que tem um festival tão bacana assim aí. Sou gaúcha e fico mais feliz ainda em saber que tem coisas bacanas acontecendo, especialmente no cinema. Por isso, fico contente de poder participar, de estar aí, para conhecer o festival e as pessoas todas. Nessa homenagem, me sinto um pouco homenageando os meus pares, porque na arte, no cinema, no teatro, a gente nunca faz nada sozinho. Então, me sinto homenageando as outras pessoas, tantos atores e tantas atrizes, que, comigo, fazem cinema e cultura, e que estão inseridas também nessa homenagem.
  • Como a senhora enxerga esses movimentos que buscam dar espaço ao cinema em cidades fora dos grandes centros?
    Confesso que não era sem tempo de isso acontecer. Porque as coisas não ocorrem só no eixo das cidades grandes, o eixo Rio-São Paulo-Porto Alegre, as grandes capitais. Tem muita coisa acontecendo em cinema, teatro, cultura em geral, em pequenos lugares, e muita gente produzindo. Dar visibilidade para esses espaços novos, que estão começando, é fundamental. Em Santa Cruz é a quinta edição, mas é um início. É uma criança de cinco anos, ficando forte das pernas, por assim dizer. E é preciso ajudar mesmo, não só a dar visibilidade, mas também a conhecer mais profundamente essa gente boa, fazendo coisas diferentes. Às vezes, não há visibilidade ou espaço pelo próprio fato de que os grandes centros absorvem muito, todos se deslocam até lá para fazer teatro, ou cinema e TV. E, na verdade, não precisa: o que se tem de fazer é falar da tua história, do lugar. É bom que seja assim, e acho que a cultura gera muitos empregos, que vão além do pessoal da equipe diretamente envolvida nas produções. É bacana que a cidade se mobilize para isso também, que seja incluída, o seu entorno, os demais ambientes que podem ser usados nas produções. É como se a gente estivesse jogando uma pedra no rio e ela estivesse reverberando em todas as direções, em todos os lugares, como ondinhas.
  • Nesse momento, há algum projeto em andamento?
    Estou com uma peça em cartaz, que acabou a temporada de São Paulo. É “Tudo”, peça argentina, do Rafael Spregelburd, dirigida pelo Guilherme Weber, e tem no elenco eu, Vladimir Brichta, Dani Barros, Claudio Mendes e Márcio Vito. É uma peça incrível, entrou no Festival de Curitiba em abril. Fizemos Rio, depois São Paulo, e estamos viajando com ela. Em algum momento deve chegar em Porto Alegre. Esse ano infelizmente não conseguimos chegar porque não tinha pauta no Theatro São Pedro, e isso pesou. Quem sabe no ano que vem. Vou continuar com a peça, e com outras coisas. Tem uma série no Canal Brasil, que filmei no início do ano, a “Chuva Negra”, que estreia agora em novembro, com o Rafael Primot, que é o autor e o diretor. E tem um filme que fiz, o primeiro dirigido pelo Marcos Bernstein, que fez “Central do Brasil”. É um diretor incrível, fez muita coisa boa, e é o primeiro filme dele como autor e diretor. Chama-se “Terapia de Vingança”; foi filmado antes da pandemia, e deve estar para ser lançado em algum momento nos cinemas.
  • Em sua carreira, houve algum momento que a senhora entende ter sido um divisor de águas? Como foi essa caminhada?
    Olha, não tenho exatamente divisor de águas. No meio da pandemia, no ano passado, postei uma foto minha do primeiro espetáculo que fiz, em 1981, e me dei conta de que estava fazendo 40 anos de carreira. Falei: “caramba, há 40 anos que estou trabalhando“. Não tinha me dado conta. Não fico fazendo as contas, pensando: ah, quanto tempo! Olho para frente, sempre indo em frente, e acho que é um pouco isso: o fazer de um ator é processo. Me sinto sempre em processo, as coisas sempre caminhando para algum lugar, e não consigo direcionar muito. Apesar de que depois de 40 anos de carreira você consegue dizer “não“ a algumas coisas, e desejar fazer e realizar outras. Mas me lembro muito do meu início de carreira, em que fazia tudo o que pintava, TV, cinema, curta. Queria descobrir! Quando comecei a carreira, pensei: minha vida não está ganha pelo fato de ser de família de atores. Que atriz sou eu? Quem sou eu nessa história? Nessa descoberta, fiz escolhas. Não fiz faculdade. Adoraria ter feito uma EAD, uma super faculdade de teatro, artes cênicas, mas não deu. Quando vi, estava na lida fazendo tudo, e, logo depois, com 24 anos, já tive filho, e não deu tempo.
  • Que mensagem deixaria para as novas gerações?
    Para as novas gerações: se interessar por tudo, e não ter pressa de fazer sucesso ou ser reconhecido. Isso é consequência. O processo de aprendizagem é tão grande, tão vasto, que é muito bom estar nesse lugar em que você passa muito tempo. Ainda estou nesse lugar: do processo, de conhecimentos novos, de conhecer gente nova, fazer coisas que ainda não fiz, fazer curta-metragem… Os curtas são importantes não só para quem está começando: no curta, os roteiristas são caras que têm a síntese do que querem falar em pouco espaço de tempo. É um exercício muito bacana. Sou fã de curta, adoro fazer. E manter a curiosidade e a cabeça aberta para o que vier, sem ficar se preocupando com o resultado. Porque fracassos virão, e surpresas boas virão também, com certeza. Só o trabalho persistente, de fé mesmo, árduo, é o que faz com que você ande, caminhe nessa profissão, porque não há uma fórmula.

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