Um dos motivos de dor de cabeça para secretários de saúde do Vale do Rio Pardo tem sido amenizado, nos últimos anos, com a chegada de médicos via programas do governo federal e com o curso de Medicina da Unisc. Um levantamento feito pela Gazeta do Sul com secretários de Saúde e prefeitos de 27 municípios indica que, atualmente, faltam 14 médicos na região. O número é 51% menor do que o constatado em pesquisa idêntica realizada em 2014, quando faltavam 29.
A jornada de trabalho de 40 horas semanais, salários baixos e a distância em relação aos grandes centros eram os fatores mencionados por gestores para justificar a dificuldade de atrair e manter profissionais. A chegada de cubanos via Mais Médicos e de brasileiros pelo Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica (Provab) supriu a demanda, principalmente no interior. Atualmente são 29 médicos desses programas atuando na região, conforme a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde.
Já a questão dos salários foi resolvida, em alguns casos, com contratações emergenciais e terceirizações, que renderiam até R$ 24 mil para 40 horas semanais. Concursos públicos não seriam tão atrativos porque não podem oferecer salários maiores do que os dos prefeitos.
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O papel da Unisc no processo se evidenciou através de uma pesquisa feita com 90 alunos de turmas concluintes em 2012 e 2013. Conforme a responsável pelo levantamento, Giana Diesel Sebastiany, coordenadora pedagógica da Medicina da Unisc e diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão do Hospital Santa Cruz, em 2014 havia 14 desses egressos em atividade nos municípios de Candelária, Santa Cruz do Sul, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Vale do Sol, Venâncio Aires e Vera Cruz.
Segundo Giana, embora poucos estudantes tenham passado a atuar na atenção básica no Vale do Rio Pardo, pode-se dizer que o curso atrai profissionais de outras regiões, que estariam em busca de qualidade de vida, de uma estrutura melhor para trabalhar e, em alguns casos, de oportunidade na docência.
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