O Centro de Cultura Jornalista Francisco José Frantz (antiga Estação Férrea) sedia até sexta-feira, 16, uma mostra cultural que celebra os 150 anos da imigração italiana. O horário para visitas é das 8 horas às 11h30 e das 13 horas às 17 horas.
No saguão, diversos objetos ajudam a contar a história dos imigrantes que vieram para o Rio Grande do Sul e se estabeleceram em Nova Milano, atual município de Farroupilha, em 1875. A exposição, organizada pelo Circolo Culturale Bella Italia (CCBI), conta com barricas usadas para armazenar vinho, azeite e grapa; ferros de passar à brasa; telefones; rolos de massa; serrote e outros equipamentos que fizeram parte do cotidiano dos italianos. Ela também apresentou os juquiás, cestos que eram colocados nos rios para a pesca.
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O presidente do CCBI, Marcelino Seolin, evidenciou a simplicidade dos imigrantes, que precisavam confeccionar muitos produtos e sobreviver com o pouco que possuíam. O principal instrumento que tinham, segundo ele, era a enxada. “Não havia ferramentas. Ninguém trouxe nada, só algumas sementes. E a enxada tornou-se esse símbolo de sobrevivência e do desenvolvimento dos italianos no Estado.” Para Seolin, a mostra demonstra o apego ao trabalho, à religiosidade, à família e à cultura. Expõe ainda o espírito trabalhador daqueles que contribuíram para o desenvolvimento de Santa Cruz do Sul.

Na noite dessa segunda-feira, 12, integrantes do CCBI reuniram-se no Centro de Cultura com crianças e um grupo cantante para uma confraternização. Em seguida, participaram de uma homenagem de congratulação na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul.
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A programação das festividades pelos 150 anos de imigração italiana continua nas próximas semanas. No dia 17, a partir das 11h30, ocorrerá um almoço festivo no Centro Comunitário da Catedral (Rua Marechal Floriano, 670). Os ingressos podem ser adquiridos pelo telefone (51) 99997 2675.
Muita emoção na terra dos antepassados
No interior de uma mala exposta na mostra estão as fotos de imigrantes da família Dini. Eles vieram de Castiglione di Garfagnana, na Toscana, região central da Itália, e se fixaram em Caxias do Sul, onde tinham comércio. Por meio de postais, mantinham contato com os familiares que ficaram no Velho Mundo.

O acervo foi selecionado pela enfermeira Adriana Pello Dini, que reuniu documentos os quais contam um pouco a história da família do marido, Marcelo. O casal esteve com a família em Castiglione di Garfagnana, que preserva traços medievais, e se emocionou ao caminhar pelos locais onde os antepassados viveram. Encontraram parentes responsáveis pelo Café Gini e puderam conhecer a fábrica e degustar a bebida.
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Para Adriana, associada ao Circolo Culturale Bella Italia, a exposição contribui para que os filhos Rodrigo e Henrique valorizem suas raízes e as tradições. “Não tem uma árvore que se mantenha em pé sem raízes”, destacou.
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