Os desafios do setor varejista estiveram em debate na edição de junho do Tá na Hora. Realizado pela Associação Comercial e Industrial (ACI) Santa Cruz do Sul no Restaurante do Hotel Águas Claras, o evento teve como painelista o presidente do Grupo Passarela, Alexandre Simioni. O empresário apontou questões como a falta de mão de obra, necessidade de adaptação às práticas inovadoras e governança como pontos cruciais a serem observados pelos empreendedores.
Simioni destacou a importância de que o setor, tanto na área do atacado quanto nos demais segmentos, tenha agilidade com bom relacionamento e confiança, que podem resultar em mecanismos para a ampliação da empresa. Isso explica o crescimento do grupo, que está entre os 50 maiores do Brasil, com previsão de inaugurações no Rio Grande do Sul, incluindo em Santa Cruz.
LEIA TAMBÉM: Deputado Heitor Schuch destina R$ 16,2 milhões em emendas para municípios do Vale do Rio Pardo
Publicidade
“O mercado catarinense já está completo. Brinco que não estamos instalando uma unidade do lado da outra, mas uma em cima da outra”, avaliou ao dizer que o setor ainda tem possibilidade de desenvolvimento no Estado. Para isso, no entanto, precisa encontrar meios para superar desafios, como as alternativas de renda, que extrapolam a contratação formal. Isso representa um número menor de pessoas interessadas em atuar nesse tipo de estabelecimento. “Ainda temos o Bolsa Família, que força a informalidade, porque o benefício não sustenta uma família, daí é preciso buscar complementação informal de renda”, alertou.
O empresário falou sobre sua visita recente à China, onde viu amplos ambientes, mas sem a presença de clientes. “Logo, era percebida grande quantidade de pessoas pegando as compras para fazer a entrega. Além disso, os robôs passam a estar presentes em muitas etapas, assim como a inteligência artificial, que já vem sendo aplicada.”
LEIA TAMBÉM: Comitiva do Paraná vem ao Vale do Rio Pardo conhecer venda de tabaco
Publicidade
Sobre a implementação de medidas de governança, que são metodologias de gestão com base em planejamento e ações modernas, Simioni explicou que foram adotadas na sua empresa em 2019.Deram solidez para o empreendimento familiar que surgiu como uma lancheria de bairro, ampliando para mercado. Atualmente, conta com uma rede que se destaca nos dois estados do Sul, além de uma transportadora.
Questionado sobre como a empresa mantém a sequência de inaugurações mesmo diante do custo Brasil, que ganha força com a alta taxa de juros (definida em 14,75% na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central), o painelista explicou que é preciso investimento, captação de recursos no mercado e estabelecimento de parcerias.
Sobre a aplicação de recursos próprios, disse que se forem necessários R$ 200 milhões para a ampliação, metade do valor é da empresa e o restante é captado. Também são feitos contatos com investidores, como o caso de Santa Cruz do Sul, que podem aplicar na construção da estrutura e depois ganham com aluguéis, por exemplo.
Publicidade
Levantamento aponta as dificuldades das empresas
A 41ª Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios do Sebrae revelou que um dos principais obstáculos apontados por empreendedores do Estado, no início de 2025, é o planejamento do negócio. Lidera com 66% das menções, seguido por controle financeiro (28%), falta de mão de obra qualificada (27%) e a busca por recursos financeiros (26%).
O levantamento foi realizado com 373 clientes do Sebrae atendidos nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. O nível de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 5%.
A apuração também trouxe panorama sobre o desempenho dos negócios no período. Para 42% dos entrevistados, o faturamento permaneceu estável, enquanto 22% registraram crescimento. No entanto, 36% dos empreendedores mencionaram queda no faturamento. Destes, 76% apontaram reduções de até 50%.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Nota eletrônica será exigida de produtores rurais com receita acima de R$ 360 mil; veja como fazer
Em sua palestra, Alexandre Simioni destacou que 2025 não tem sido um ano positivo para o Passarela, com dificuldade de se alcançar as metas. Por isso, no último mês houve uma força-tarefa dentro das unidades, para conseguir otimizar custos e ampliar resultados.
Ações como a realizada no primeiro fim de mês representam, por exemplo, 13% do faturamento mensal em cada loja. Assim, Simioni destacou que todas as medidas são baseadas nos levantamentos dos indicadores financeiros – incluindo os novos investimentos.
Publicidade
Próximos eventos
Alexandre Simioni destacou que o Grupo Passarela deve inaugurar, em julho, unidade de mercado com perfil diferenciado do Via Atacadista, outro estabelecimento da empresa em Santa Cruz.
A empresa passou a fazer parte dos associados da ACI, assim como a rede de supermercados cachoeirense Tischler, que chegou ao Vale do Rio Pardo. A entidade realizará amanhã o Café Empresarial, no Antigo Bistrô, e dia 10 o projeto EmerGente, no Memorial da Unisc. A reunião-almoço Tá na Hora é mensal e tem o patrocínio de Banrisul, BRDE, BAT, Gazeta Grupo de Comunicações, JTI, Philip Morris Brasil, Unimed, Unisc e Universal Leaf.