Após um ano do lançamento do livro Primeiro Cemitério Evangélico Comunitário de Santa Cruz do Sul – que preserva a memória do espaço em Alto Linha Santa Cruz, que tem 151 anos –, um novo capítulo se registra na história do projeto.
Os autores da obra, os pastores Élio Scheffler e Regene Lamb, em recente viagem à Alemanha, visitaram o Sepulkralkultur, museu na cidade de Kassel. O local, que apresenta a cultura sepulcral – ou seja, que aborda os aspectos relacionados à morte e seu papel na experiência humana –, conta com exposições de lápides, memoriais e caixões, além de obras de arte que tratam sobre a perspectiva histórica de artistas ao longo dos tempos. Outros temas são trabalhados no local estabelecido em 1992, como questões sobre o luto e a celebração da vida em diferentes culturas.
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Por lá, os pastores falaram do trabalho de recuperação de um dos patrimônios históricos de Santa Cruz do Sul e que conta com sepulturas de diversos pioneiros que atravessaram o Oceano Atlântico para iniciar uma vida nova no Sul do Brasil, bem como de seus descendentes. A partir dos relatos, foi solicitado aos pastores o envio de materiais como fotos e o próprio livro, para serem incluídos nos arquivos e exposições do museu. O despacho do material ocorreu na última semana e ele deve chegar em solo alemão em cerca de 20 dias.
“Eles ficaram impressionados com a riqueza do que temos aqui, desse pedaço da história que está preservado e agora registrado no livro. Com certeza, também encontrarão conexões com a história deles, da emigração do seu povo”, explica Élio Scheffler. Ele acrescenta que a partir da inclusão da obra na biblioteca do museu, o tema e as informações ganharão uma dimensão global.
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Regene Lamb ressalta que o museu é o primeiro independente com fins culturais e científicos sobre a temática da morte, além de ser o maior desse tema na Europa. “Mas da América Latina, eles não têm praticamente nenhum material. E assim como nos impressionou lá no princípio do nosso trabalho de organização do livro, eles também ficaram impactados com as inscrições em alemão gótico deixadas nas lápides”, destaca.
“Elas transmitem consolo e a fé do povo daquela época e a valorização dada ao finado, que traduzimos e compilamos neste livro.” A expectativa é de que painéis com imagens do cemitério de Alto Linha Santa Cruz sejam incluídos em alguma exposição temática do local.
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Com o mergulho no assunto, os pastores acreditam que novos projetos, junto a escolas e comunidades, podem ser pensados e desenvolvidos no futuro, transcendendo a publicação do livro, que ainda está à venda com a diretoria da Associação Cultural, Recreativa, Esportiva e Social (Acres) da Juventude Evangélica de Alto Linha Santa Cruz (Jealisc). O contato para acessar a obra pode ser feito pelo telefone (51) 99997 7001, com Rogério Harz.
O livro
Após o trabalho de restruturação do local, de 1989 até meados de 2017, os pastores tiveram a ideia de compilar as escritas em alemão presentes nas lápides em um livro lançado em abril do ano passado, cuja tiragem foi de 500 exemplares. Na época, eles atuaram na comunidade e elaboraram o projeto junto com Cláudio Kistenmacher e Rogério Harz. Para organizar o material, usaram registros fotográficos, pesquisas e traduções para o português. No cemitério, cuja primeira sepultura é de 1874, estão 105 túmulos. Desses, mais de 30 são de crianças.
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