Santa Cruz do Sul conquistou um marco histórico no primeiro semestre do ano. O município superou as 20 mil empresas registradas. Isso se deve ao saldo positivo de 631 empreendimentos em atividade no período. É o melhor resultado desde 2022, quando foram abertas 887 entre janeiro e junho.

Os dados foram divulgados no Mapa das Empresas, elaborado pelo governo federal. O mecanismo aponta as aberturas e fechamentos de estabelecimentos ou de filiais, além de destacar os números por natureza jurídica e ramo de atividade econômica.
Em Santa Cruz, por exemplo, o ramo com maior número de representantes entre os 20.047 CNPJs registrados é do comércio varejista de vestuário, com 856 estabelecimentos. Na sequência aparecem obras de alvenaria (815), cabeleireiros e manicures (710), promoção de vendas (579) e preparação de documentos e serviços (390). Com esse desempenho, o município ocupa o 15º lugar no Estado.
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O resultado santa-cruzense evidencia a quebra de um perfil empreendedor, estabelecida em 2008. Naquele ano foi criada a lei que possibilita a instalação dos microempreendedores individuais (MEIs). Até então, o saldo do semestre ficava em torno das 300 novas empresas (número de aberturas além dos fechamentos). Depois da lei das MEIs, não baixou de 595, chegando ao pico de 965 em 2021.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Leonel Garibaldi, afirma que o município está atento e disposto a fomentar o empreendedorismo. “Temos a lei ‘Desenvolve Santa Cruz’, oferecendo incentivos fiscais, subsídio à infraestrutura e aluguel e galpões e pavilhões. Soma-se a isso a abertura de empresas em menos de dez minutos, via plataforma Tudo Fácil.”
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Garibaldi ainda ressalta equipamentos e estruturas como o berçário industrial e o Parque Tecnológico Gauten para abrigar as startups. “Um ambiente que combina velocidade, economia e acolhimento. Certamente é um convite para quem quer se desenvolver de verdade”, salienta.
Recorde no Estado
A Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul (JucisRS), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), aponta o recorde na abertura de empresas no primeiro semestre, com um total de 155.118. Desse grupo, 122.143 se enquadram como microempreendedores individuais (MEIs).
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Nos segmentos, os destaques são para os serviços, com 113.170; comércio, 29.213; e indústria, com 12.969. No mesmo período do ano passado houve a abertura de 124.197 empresas, das quais 98.845 são MEIs.
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Conforme o titular da Sedec, Ernani Polo, o dado reflete a maturidade do serviço e uma série de ações que vêm sendo implementadas para modernização e desburocratização do Estado. “Estamos trabalhando para a melhoria do ambiente de negócios, esse é um dos pilares do Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável”, disse.
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Santa-cruzenses buscam a formalização
Os números referentes à abertura de empresas no município mostram a busca pela formalização. Um exemplo disso é a quantidade de microempreendedores individuais, com 9.555 dos 20.047. Essa constatação é destacada pelo coordenador do Banco do Povo, Paulo Mans. A unidade de fomento foi criada como uma forma de incentivar o empreendedorismo.
Segundo Mans, a procura de investidores tem sido dentro dos objetivos, com a formalização e a abertura de seus CNPJs. “Quando iniciou o Banco do Povo, os atendimentos ao crédito eram de 80% de pessoas sem CNPJ, hoje esse número caiu para 22%”, exemplifica.
Com essa medida, passam a pagar menos impostos na aquisição e também podem fazer a emissão de notas fiscais, representando maior arrecadação para o poder público. Atualmente, diz o coordenador, a modalidade mais procurada é entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, que compreende os pequenos empreendedores com tíquete médio de R$ 12 mil por contrato.
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As mulheres representam a maior parte dos que contraem os financiamentos. São 54,9%, tendo 45,1% dos homens empreendedores. Esse público costuma pagar em dia o crédito conquistado. “O percentual de inadimplência é de apenas 1,79%, o que é muito pequeno para essa modalidade de crédito.”
O potencial de investimento, além da captação de recursos para os pequenos no Banco do Povo, é destacado também pelos grandes empresários. É o caso do presidente do Grupo Passarela, Alexandre Simioni, que foi palestrante da reunião-almoço Tá na Hora, promovida pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul.
Durante o encontro com políticos e empresários, ele reforçou que há potencial para investimento no município. O conglomerado já conta com uma unidade do atacarejo Via Atacadista e prepara a instalação do mercado Passarela. Apontou potenciais parceiros e o bom desempenho. No caso do Via, houve necessidade de ampliação da área de estacionamento para melhor atendimento. O segundo empreendimento no município está em fase de contratação de pessoal.

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