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FORA DE PAUTA

Adeus ao lunático original

Cantor havia feito show de despedida no início de julho, 17 dias antes de sua morte

Reagi com incredulidade à notícia sobre a morte de Ozzy Osbourne. Era difícil que um dos grandes ícones e fundadores do Heavy Metal poderia um dia ter o mesmo destino de um mero mortal.

Afinal, Ozzy era uma lenda viva. E nenhuma lenda morre. Após ter sobrevivido a todos os excessos da vida de rockstar na década de 1980, quem poderia derrubá-lo?

Dias antes de seu último e derradeiro show de despedida, o Back to the Beginning, estava sem ânimo de assistir à transmissão. A notícia de que ele faria apenas uma pequena aparição, algo dito pelo próprio artista, me deixou um tanto quanto decepcionado. Ele tinha desculpa para isso: o Parkinson o havia deixado bastante debilitado, com dificuldade para ficar de pé.

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Por isso, não esperava muito do concerto. Me reuni com alguns amigos para assistir à transmissão minutos antes de seu show solo, que seria o último da sua carreira. 

Ozzy, entretanto, não decepcionou. Sentado em seu trono, digno para o Príncipe das Trevas, entregou um show inesquecível e com uma energia vibrante de quem não parecia que iria partir apenas 17 dias depois. 

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A tristeza que tomou conta nas redes sociais ontem não foi por pouco. Os detratores viam Ozzy como um bêbado e um drogado que comeu a cabeça de um morcego. Mas para os fãs, ele era um ícone, responsável por algumas das músicas mais marcantes do Heavy Metal. 

Sua voz é, e sempre será, única. Nos anos de ouro do Black Sabbath, encaixou-se perfeitamente com o clima muitas vezes sombrio, aterrorizante e alucinado. Já durante sua carreira solo, conhecemos uma nova face do artista, com músicas insanas, alegres e tristes. Despiu-se e falou abertamente sobre angústias, felicidades, derrotas, fracassos, amores, saudades.

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Testemunhei Ozzy nos palcos em duas oportunidades com o Black Sabbath. A banda fez duas apresentações marcantes em Porto Alegre: em 2013, na turnê de reunião, e em 2016, na The End (o fim). Mesmo após tantas décadas, me presenteou com sua performance maluca, autêntica e inigualável, mostrando que não há ninguém no mundo capaz de substituí-lo.

Eu e milhões de fãs ficamos tristes pelo anúncio da morte. É difícil para muitos entender como é possível ficar em luto por uma pessoa com quem nunca conversamos ou estivemos cara a cara. Mas a sensação é de que Ozzy nos conhecia. Só quem já colocou uma de suas músicas para tocar e sentiu que ela parecia ter sido gravada especialmente para o fã, representando algum sentimento que estava passando no momento em que a ouviu, entenderá. 

Obrigado, Ozzy. Mesmo sendo eternizado como o príncipe das trevas, pode ter certeza de que foi a luz para muitas pessoas. Nos vemos do outro lado!

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