Politicamente o Brasil, estado, município, a família, o trabalho, grupo de amigos ou grupo de WhatsApp estão divididos. Só há dois caminhos possíveis: o que eu gosto ou o que sou contra. Os argumentos são os mais variados: fascistas, golpistas, comunistas, socialistas e outros “istas” com que seja possível classificar o “oponente” que – insisto – é aquele que não compartilha da mesma simpatia política que a sua.
Se a contenda se mantivesse apenas no campo da ideologia de direita, centro ou esquerda, estaria tudo bem. Mas não está. O diálogo se transformou em mentiras descabidas, teorias conspiratórias, distorções da realidade, alucinações econômicas e morais, insultos, ofensas, agressões e violência moral e física. Provavelmente serei alvo delas por conta destas linhas. Em casos mais extremos, pessoas foram mortas e outras sofreram atentados, ou ainda perseguidas e ameaçadas por alguém armado.
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Para fazer parte da discussão, basta estar nas redes sociais ou consumir notícias nas plataformas disponíveis – incluindo o famigerado “zap”.
Por força de ofício, hoje é preciso estar atento aos acontecimentos políticos. Mas há cerca de um ano, não havia necessidade. Optei por não mais ler notícias políticas de qualquer espectro – direita, centro ou esquerda. Não li comentários. Mudava de canal na TV e no rádio, deixei de seguir políticos e pessoas politicamente ativas ou colunistas formadores de opinião. Cansei, mesmo! Optei pela ignorância.
Minha decisão foi uma bênção. Quando alguém tentava uma conversa política, disparava: “não acompanho mais nada e não tenho interesse”. A justificativa era sempre a mesma. E tudo ficava bem. Podíamos ser amigos, parentes ou colegas normalmente. Sem conflitos. E cada um mantinha suas convicções políticas. Fui feliz.
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Não consumir política não é abrir mão do pensamento político. Por um tempo foi assim. Hoje acompanho tudo novamente. Mas esse “detox” foi importante para compreender que há uma maioria política privilegiada, com bons salários, vida e pouco trabalho (na comparação com a maioria dos brasileiros), munidos de celulares, gravando vídeos eloquentes para que você compartilhe nas redes sociais, com o único objetivo de se perpetuar naquele cargo. Um estilo pomposo que muitos não conseguem nem imaginar como é. Vi como é a vida do lado de fora dessa bolha maldita. E não acho justo que longas relações terminem por defender político de estimação e, indiretamente, seu estilo de vida.
A política é necessária para a organização da sociedade. As intenções de alguns políticos é que são descartáveis. De direita, centro, esquerda e todos os extremos desses três.
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