De acordo com matéria da Forbes Brasil, publicada em 5 de janeiro deste ano, com dados do Federal Reserve (FED) regional de Nova York, a dívida total das famílias nos Estados Unidos atingiu 17,94 trilhões de dólares, equivalente a 111 trilhões de reais. São números astronômicos que revelam as crescentes pressões financeiras enfrentadas por muitos americanos, em que custos elevados e despesas inesperadas desestabilizam até os planos financeiros mais organizados.
Claro que em números bem mais modestos, mas, nem por isso, preocupantes, pesquisas recentes mostram que, no Brasil, também há muita gente endividada. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em junho passado, o número de famílias endividadas no Brasil subiu para 78,4%. O levantamento considera dívidas em modalidades como cartão de crédito, cheque especial, carnês de lojas, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheques pré-datados e financiamentos de imóveis e veículos. Apesar de ser o quinto mês seguido de alta, ainda não atingiu o percentual de 78,8% de junho de 2024. A inadimplência 29,5% se mantém estável, nos últimos meses, um pouco acima do 28,8% do mês de junho de ano passado.
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Para reduzir o estresse e encaminhar uma solução para as dívidas, além de evitar novas sem avaliação prévia e criteriosa, a matéria da Forbes sugere sete estratégias para os americanos endividados e que podem ser observados por cidadãos de outros países, inclusive o Brasil:
- Analisar a situação financeira atual: o primeiro passo é ter uma compreensão clara da situação financeira, fazendo uma lista de todas as obrigações pendentes, com cartões de crédito, financiamentos do carro e do imóvel, empréstimos pessoais e outras. Para cada dívida, apurar o valor, a taxa de juros, dias de vencimento. Identificar também quais dívidas requerem mais atenção, sob risco de corte de serviços ou recolhimento de bens.
- Criar e seguir um orçamento: começar pelo diagnóstico das despesas. Durante 30 ou 60 dias, anotar todos os desembolsos efetuados, desde o valor de um cafezinho até a prestação do imóvel, classificando-os em categorias, como moradia, alimentação, transporte, saúde, etc. Com este levantamento, já é possível reduzir, substituir ou eliminar itens. Preparar um orçamento, seguindo a metodologia inovadora da DSOP Educação Financeira que prevê Receitas (-) valor para a independência financeira (plano de previdência privada) (-) valor para a realização de sonhos (-) prestações de dívidas (-) reserva financeira (-) valor para gastos discricionários – com lazer, por exemplo (=) valor para demais gastos. Ao final de cada mês, comparar os gastos realizados com os valores orçados para identificar diferenças e analisar os eventuais motivos, fazendo as necessárias correções ou ajustes.
- Criar ou aumentar um fundo de reserva: para atender a eventual imprevisto, como o reparo do carro, do imóvel, de eletrodoméstico e, também, aproveitar alguma oportunidade de negócio.
- Limitar o uso do cartão de crédito: os cartões de crédito são muito convenientes e facilitam a vida, mas também incentivam o gasto excessivo porque o pagamento é postergado.
- Evitar compras impulsivas: as compras impulsivas minam a disciplina financeira e desviam a pessoa ou família de objetivos maiores. O impacto da soma de pequenas compras frequentes pode sobrecarregar o orçamento. Reconhecido o padrão, combater as compras impulsivas de duas formas:
- a) aguardar 24 horas ou até alguns dias antes de fazer a compra ou contratação de serviço não essencial;
- b) reduzir a exposição aos gatilhos de marketing, cancelando a inscrição em e-mails promocionais, limitando o acesso a sites de vendas online e evitando lojas onde costuma fazer compras não planejadas.
- Planejar compras maiores: antes de comprar alguma coisa de maior valor, pesquisar vários fornecedores e aguardar promoções; considerar alternativas como itens recondicionados ou usados em bom estado. Se tiver que financiar, pesquisar opções de baixo custo ou sem juros mesmo (algumas lojas oferecem parcelamentos sem juros, mas, na real, os juros estão incluídos no valor da prestação). Atentar também para os custos adicionais que acompanham a compra de um bem como, por exemplo, IPVA, seguro e combustível de um veículo.
- Gerenciar e reduzir dívidas existentes: a matéria da Forbes sugere duas estratégias para realizar os pagamentos:
- a) método da bola de neve, que prioriza o pagamento das menores dívidas, o que gera motivação por ver dívidas menores sendo eliminadas, enquanto efetua a pagamentos mínimos nas maiores;
- b) método da avalanche que foca no pagamento das dívidas com as maiores taxas de juros, economizando mais dinheiro ao longo do tempo. Cabe também considerar a possibilidade de consolidar as várias dívidas em um único empréstimo com uma taxa de juros mais baixa.
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