A onipresença da tecnologia fez desaparecer hábitos arraigados há muitas décadas mundo afora. Manter leitores que insistem no livro físico – “de papel” –, por exemplo, é apenas uma das rotinas que desafiam editores e escritores. Ávidos leitores temem que, mais dia, menos dia, sejam reféns das telas, acessando conteúdos apenas no celular ou computador.
Há pouco tempo tivemos a moda de colorir livros que varreu o Brasil. Pessoas de todas as idades – de crianças a idosos – acorreram às papelarias para comprar caixas com lápis de cor. Alguns falaram sobre o passatempo para combater a solidão e prevenir a depressão.
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No último final de semana, em um churrasco de família, minha filha Laura assim que cheguei foi logo avisando, antes mesmo de espalhar o carvão e fazer o fogo:
– Pai, tenho um presente muito legal pra ti!
Antes de servir a maminha ao ponto, ela me entregou um pacote. Dentro, um livro. Ao abrir e conferir o conteúdo, concluí que não se tratava de um livro qualquer. Logo de cara, o título chamou a minha atenção: “Pai, me conta a sua história?”. A publicação contém 160 páginas, dividida em quatro capítulos e confeccionada em capa dura.
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O livro se assemelha àqueles álbuns que antigamente os pais preenchiam no nascimento dos filhos e afilhados. Ali se anotavam detalhes dos primeiros anos de vida da gurizada. Também servia para guardar a primeira mecha de cabelo, dia e hora do primeiro banho, a data dos primeiros passos e o balbuciar das primeiras palavras.
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No livro que ganhei de Laura, o primeiro capítulo denomina-se “Me fale sobre sua infância e sobre como você cresceu”. A sessão reserva espaço para escrever sobre a infância, os pais e avós, a vida em família e como crescemos. Também se pode descrever episódios e momentos especiais vividos com os familiares mais próximos.
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Depois há o “Me fala sobre o amor e sobre ser pai”, seguido de “Me fale sobre seus hobbies” e o último é “Me fale sobre quem você se tornou”.
Achei a ideia sensacional, empolgante e, por isso, recomendo a todos a aquisição. Logo no primeiro dia já preenchi cerca de 15 páginas. É pouco diante de tantas páginas desafiadoras, mas foi o suficiente para me fazer voltar no tempo. Lembrei da infância vivida na colônia, de caminhar na estrada de chão para ir à escola, dos domingos com parentes e vizinhos e do Natal. Nesta noite íamos à igreja cantar em português e alemão e depois fazer o mesmo em casa, antes de – finalmente! – ganhar os presentes. O mote do livro é evocar lembranças para recordar episódios, personagens e momentos especiais.
Em pleno império tecnológico, descobri um valioso livro que conseguiu despertar as minhas recordações e me fazer voltar no tempo. Recomendo!
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