No clima do Agosto Laranja, mês voltado à inclusão, a programação dessa quinta-feira, 7, da Feira do Livro foi direcionada às pessoas com deficiências, físicas ou intelectuais, e a portadores de cegueira, surdez ou transtorno do espectro autista.

Um dos recursos presentes era a audiodescrição, permitindo que pessoas com perda total ou parcial da visão acompanhassem as atrações com a descrição dos elementos visuais do evento. O trabalho foi feito pelo produtor cultural e audiodescritor Fernando Costa.

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Ele foi responsável por retratar, por exemplo, o cenário do palco principal, com os guarda-chuvas coloridos, o chafariz, as tendas em formato piramidal e outras características do evento. “Nós tivemos público com deficiência visual aqui e, se não houvesse a audiodescrição, eles iam somente ouvir o que estava sendo falado. No entanto, puderam acompanhar no momento em que estava acontecendo”, destacou.

Já a intérprete e professora de Libras, Cintia Melissa Adam, da Viver Libras, auxiliou o público com dificuldade ou incapacidade de ouvir. A profissional ainda divulgou a programação para eles comparecerem ao evento cientes de que poderiam desfrutar das atividades. “Isso faz com que se sintam bem atendidos como merecem.”

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Quem desfrutou da programação especial foram os alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Santa Cruz do Sul. Além de visitar as bancas, eles se apresentaram no palco principal. A coordenadora pedagógica da instituição, Sandra Kirst, ressaltou que foi uma oportunidade única. “Faz muita falta esse tipo de momento. Para além da acessibilidade, promove também a inclusão.”

Lisiane Camargo, agente de Programas Sociais do Serviço Social do Comércio (Sesc), avaliou a ação como algo mágico e marcante. “Poder ver uma pessoa cega usar o aparelho de audiodescrição, assim como aquelas que têm necessidade de Libras, e perceber que estavam curtindo o que acontecia me emocionou. Com certeza, é uma programação que veio para ficar e vai ser aprimorada para as próximas edições”, afirmou.

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Atividades lúdicas

A coordenadora do Departamento de Inclusão da Pessoa com Deficiência de Santa Cruz do Sul, Alinelly Lehmen, destacou a importância de ter uma data voltada às pessoas com deficiência na programação da feira. “Qualquer momento que as pessoas possam ter acesso à cultura é positivo. Especialmente aqui, na nossa Feira do Livro, que anualmente vem trazendo essa visibilidade à pessoa com deficiência”, destaca.

Segundo Alinelly, a programação especial recebeu elogios dos participantes, que se encantaram com as palestras. Também chamaram a atenção livros com recursos de acessibilidade, com imagens maiores, mais atrativos a crianças com autismo, por exemplo. Outras opções literárias e lúdicas, voltadas ao ensino de Libras e da escrita em Braille, também são encontradas entre as bancas.

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Entre as atrações da programação, esteve a palestra-show Até quando a vida pode ser uma Super-Ação, do professor de dança e educador físico Guilherme Eduardo Alexsander Gonçalves, que foi um dos primeiros profissionais surdos da área no Rio Grande do Sul. A atividade, que lotou o palco principal, ensinou sinais de Libras ao público de forma divertida, através da relação com os esportes. O palestrante confessa que sempre gostou de interagir com crianças e, para ele, estar no palco fazendo o que ama é uma grande superação na sua vida.

Programação desta sexta

A programação desta sexta-feira, 8, começou às 9 horas com o espetáculo Todo Lugar é um Circo, do Projeto Circula Sesc-RS, no palco principal. Já à tarde, a partir das 14 horas, o Espaço Erico Verissimo recebe o Blub BOOM: Uma experiência teatral para infâncias.

À noite, o palco principal terá a apresentação Jessie Jazz: “Trans Jeito Luz”, que também integra o Projeto Circula Sesc-RS. Será às 19 horas, no palco principal. No mesmo horário, ocorrerá o Santa Sede – Crônicas de Botequim, que terá como ministrante o escritor Rubem Penz. Será no München Open Mall.

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