A medicina, historicamente movida por descobertas científicas e avanços tecnológicos, passa por uma transformação sem precedentes com o desenvolvimento da robótica, da inteligência artificial e da transmissão de dados em tempo real a longas distâncias. Essas inovações ampliam as possibilidades de diagnóstico e tratamento, tornando os procedimentos cada vez mais seguros e precisos.

Na busca por trazer essas novidades, o médico urologista Rodrigo Cattelan Donaduzzi esteve recentemente no maior evento mundial de cirurgia robótica, na cidade de Estrasburgo, na França. O congresso reuniu, além de médicos, os maiores experts no desenvolvimento de tecnologia para tratar dos avanços da cirurgia robótica.

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Donaduzzi, que foi o primeiro cirurgião do interior do Estado certificado nesse tipo de técnica, ressalta o quanto o campo da cirurgia mudou nos últimos anos. “Há pouco tempo tínhamos apenas um modelo de robô cirúrgico, hoje já temos diferentes tipos desenvolvidos para diversas especialidades e funções.”

Um dos grandes momentos do congresso foi o debate com os cirurgiões que fizeram recentemente cirurgias a distância. A mais notória foi realizada com 14 mil quilômetros de distância, entre Angola, na África, e a Flórida, nos Estados Unidos.

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“Essa tecnologia abre caminho para que comunidades distantes tenham acesso a cirurgiões altamente experientes, algo que antes seria inviável. Ainda há debates importantes sobre regulamentações, mas o futuro aponta para a democratização do acesso a procedimentos complexos”, explica o médico.

Outros pontos debatidos foram o uso da inteligência artificial, que auxiliará o cirurgião em alguns passos da cirurgia. Ela permitirá identificar melhor as diferentes estruturas anatômicas, trazendo mais agilidade e segurança aos procedimentos.

Donaduzzi, que também treina cirurgiões em diferentes municípios do Sul do Brasil, destaca que, apesar de os robôs cirúrgicos ainda não estarem presentes nos hospitais da cidade, todas essas mudanças têm permitido diminuição de custos. A esperança é que se tenha em Santa Cruz do Sul equipamentos como esse em um futuro próximo.

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“Hoje os pacientes da região têm acesso fazendo todo o preparo pré-operatório e pós-operatório no nosso consultório aqui em Santa Cruz, com a cirurgia sendo realizada por nós nos municípios que possuem essa tecnologia”, afirma. A grande vantagem da cirurgia robótica, segundo Donaduzzi, é ser menos invasiva, com cortes menores, menos sangramento e maior precisão.

Uma boa notícia recente é a recomendação da incorporação no Sistema Única de Saúde (SUS) da cirurgia robótica para tratar o câncer de próstata, pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). O fato de a cidade ter equipes com experiência na execução e ensino dessa cirurgia pode acelerar a futura incorporação.

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