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INSPIRAÇÃO NO ESPORTE

Sabine Heitling: a linha de chegada é o próximo sonho

Foto: Rodrigo Assmann

Foi numa corrida de rua, aos 12 anos, que Sabine abraçou a oportunidade que mudaria a sua vida. Da primeira competição veio o primeiro pódio. E do desempenho o convite do treinador Jorge Peçanha, falecido em 2022, que a observava na plateia. Assim, Sabine Letícia Heitling, de 38 anos, deu início à maior prova de todas: a de se entregar ao atletismo como quem entende que o esporte pode, sim, transformar o futuro. Prova disso é a trajetória trilhada nos últimos 25 anos.

Os troféus distribuídos pelo apartamento, no centro de Santa Cruz do Sul, sinalizam que, por ali, mora uma campeã. Embora tenha perdido a noção do número de competições nas quais participou, Sabine entende que sair vitorioso nem sempre é sinônimo de colecionar vitórias. Junto à cozinha, a frase estampada numa das xícaras ensina a receita dos vencedores: “insista, persista e nunca desista”. E foi o que a atleta fez até se aposentar oficialmente, no dia 20 de julho deste ano, durante o Desafio de Inverno realizado pela Gazeta Grupo de Comunicações.

Para Sabine, que já vinha se preparando para o fim da carreira, o momento foi simbólico. “Corri numa modalidade que não costumava correr, passando por Rio Pardinho, que é uma localidade onde vivi muito da minha infância, e ao lado do meu sobrinho Nicolas Heitling Beckenkamp, que nasceu durante a minha caminhada.” Assim, encerrou a trajetória profissional fazendo algo novo: experimentando a adrenalina de uma meia maratona.

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Por falar nisso, a partir de agora Sabine quer se dedicar a novas práticas esportivas, mesmo que de forma amadora. “Gosto muito de musculação, vôlei, judô, bike. Quando somos atletas profissionais, ficamos limitados à própria modalidade. Esporte de alto rendimento é dedicação exclusiva.” Tanta disciplina, regramento e entrega tiveram resultado. “Muito do que sou hoje é reflexo de tudo isso.”

Boas lembranças

Ah, se os pares de tênis de Sabine Heitling pudessem falar… Ao longo dos 25 anos de atletismo, a atleta “aproveitou as oportunidades”, como ela mesma diz. Das andanças por mais de 20 países, aprendeu a falar italiano, inglês e espanhol. Conquistou as medalhas de ouro e de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2007 (Rio de Janeiro) e de 2011 (Guadalajara, no México), respectivamente. Fez história ao se tornar a primeira brasileira a conquistar o título. Em 2016, desfilou grávida, em Santa Cruz do Sul, no revezamento da tocha olímpica.

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Entre as memórias, a eterna atleta destaca justamente a conquista do topo mais alto do pódio, na capital fluminense. “Na cerimônia de entrega das medalhas, olhei para a arquibancada e vi uma senhorinha chorando ao ouvir o hino brasileiro. Ali eu percebi a emoção que a minha vitória poderia estar trazendo para a vida das pessoas. Isso é o esporte. Foi algo inesquecível.”

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Perdas e ganhos

Sabine assinou o primeiro contrato aos 14 anos. Passou a adolescência e boa parte da vida adulta dentro do esporte. Assim como hoje, colheu os frutos no decorrer dos anos. Com passagens pelas escolas estaduais Nossa Senhora do Rosário e Estado de Goiás, concluiu o Ensino Médio na Escola de Educação Básica Educar-se. O acesso ao ensino privado foi possível graças às bolsas concedidas pelo envolvimento com o atletismo. Depois, ainda vieram as graduações em Biologia e Educação Física, concluídas em 2010 e em 2018, respectivamente.

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“Meu sonho era cursar Medicina Veterinária. Cheguei a passar no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), mas optei por ficar aqui e investir no esporte. Precisei tomar essa decisão, mesmo com 17 anos.” No decorrer da carreira, convites para residir em outros estados brasileiros e até fora do Brasil também foram recusados. Essas escolhas e momentos difíceis fizeram parte do caminho. “Temos que aprender a perder. Ter maturidade para lidar com isso. Estou feliz com as decisões que tomei.”

A vida segue

Filha de Marlisa Schmidt, de 67, e Wilson Heitling, de 70 anos, hoje Sabine Heitling corre em busca de novos desafios. Além de atuar como coordenadora do Projeto + Esportes Iniciação Esportiva, realizado pela Associação de Projeto Educacional e Social para Crianças e Adolescentes (Aesca), em parceria com a Prefeitura de Santa Cruz do Sul, também oferece assessoria esportiva para atletas.

Outra novidade que está deixando Sabine animada é a criação de um canal próprio no YouTube, o Depois da corrida, que vai mostrar a realidade após a linha de chegada, da elite e da comunidade atlética em geral. Em meio a tudo isso ela vai curtindo os novos dias, acompanhando o crescimento do filho Leonardo Heitling Sena da Silva, de 8 anos, e saboreando um café que, segundo ela, “tem tudo a ver comigo”.

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