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ao mestre, com carinho

Santa Cruz celebra o legado de Luis Fernando Verissimo

Foto: Dulce Helfer/Divulgação/GS

No dia 30 de agosto, o País despediu-se de Luis Fernando Verissimo. O jornalista e cronista faleceu aos 88 anos, após ficar internado por quase 20 dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Entretanto, essa não é uma reportagem para lamentar a morte do Verissimo. É uma celebração da vida e a valorização do legado de um dos mais marcantes escritores do Rio Grande do Sul e do Brasil.

Nascido no dia 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre, Luis Fernando passou a alegrar e a inspirar escritores desde abril de 1969, ao fazer sua estreia em Zero Hora. Essa não foi sua primeira experiência como jornalista: escreveu, ainda menino, o Patentino, um jornal que colocava na porta do banheiro da sua casa. E atacou de astrólogo, escrevendo o horóscopo de ZH – até os leitores descobrirem que ele mudava as previsões dos signos.

O filho de Erico Verissimo, um dos maiores escritores da literatura brasileira, nunca ficou preso à imagem do pai. Suas crônicas, que transformaram fatos corriqueiros da vida em histórias marcantes, logo começaram a conquistar outros estados brasileiros. Além do jornal gaúcho, escreveu para O Globo, O Estado de S. Paulo e a revista Veja. Na literatura, marcou gerações com O analista de Bagé e As mentiras que os homens contam, entre outros. Mas seu talento não se limitou à escrita. Ao mudar-se para os Estados Unidos, aos 16 anos, aprendeu a tocar saxofone e teve a banda Jazz 6, manifestando seu amor pela música.

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Longe da máquina de escrever e do instrumento musical, Verissimo era conhecido por ser uma figura muito reservada que sabia expressar-se com poucas palavras. “Não sou eu que falo pouco. São os outros que falam muito”, brincava. Em outra das suas frases marcantes, disse que morreria sem realizar seu maior sonho: não morrer nunca. A depender de Santa Cruz, Luis Fernando Verissimo permanecerá eternizado. Durante os 50 anos de carreira, o escritor marcou presença no município. Aqueles que testemunharam suas visitas compartilham os momentos memoráveis ao lado do cronista.

Em 21 de agosto de 1998, uma sexta-feira, os jornalistas Sandro Viana e Leandro Fontoura aguardavam na Rodoviária de Santa Cruz do Sul a chegada de um ônibus que havia saído de Porto Alegre. Do veículo, desembarcou Luis Fernando Verissimo, que vinha ao município para prestigiar a formatura da primeira turma de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), como patrono.
Uma vez que a solenidade representava um marco para a instituição e para os graduandos, que haviam ingressado na Unisc em 1994, os futuros comunicadores foram desafiados a encontrar uma personalidade que representasse os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. A tarefa, entretanto, poderia ser bem mais desafiadora do que parecia.

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A jornalista Ana Cristina Santos afirma que o grupo, formado por 24 formandos, era extremamente crítico. No entanto, o nome de Verissimo acabou sendo um consenso entre eles.
Fontoura, atual editor-chefe dos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho, evidencia que, na época, havia fronteiras mais rígidas entre esses cursos. O patrono precisava estar além delas. “Verissimo era o maior nome da crônica e se tornou unanimidade entre os alunos em razão de sua criatividade, de sua sagacidade e de seu espírito crítico”, enfatiza. Após baterem o martelo, iniciaram as tratativas para fazer o convite ao cronista. “Em um primeiro momento, achamos que não conseguiríamos”, comenta Ana. Após conseguir o contato da residência dos Verissimo, ela conversou diretamente com Lúcia, a esposa do escritor, e fez o convite, que de pronto foi aceito.

Sandro e Leandro haviam se oferecido para ir até a capital gaúcha buscar o escritor em sua casa. Porém, contrariando a esposa Lúcia – preocupada, porque ele havia contraído um resfriado –, o cronista optou por fazer a viagem de ônibus, para a frustração dos dois formandos. A justificativa, lembra-se Viana, era catar inspiração para as crônicas. Inicialmente, pretendiam buscar o escritor na Rodoviária com o automóvel de Fontoura, um Fusca bege. No entanto, optaram pelo veículo do pai de Sandro, um Omega.
Durante o trajeto até o Hotel Charrua, os estudantes comprovaram a fama de tímido de Verissimo. Embora muito educado, pouco conversou com a dupla no caminho, apesar das tentativas. Ao chegarem na porta do hotel, onde o convidado descansaria até a noite, o patrono dispensou a carona para a Unisc, pois iria de táxi.

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“Talvez esse rápido encontro tenha, indiretamente, produzido uma lição para jovens jornalistas, como eu era aos 22 anos: nunca deixem de anotar uma conversa como essa”, frisa Fontoura. Paraninfo da turma, Leonel Aires ficou incumbido de acompanhar Verissimo e aguardar o início da solenidade. O jornalista recorda-se de que o escritor parecia feliz, embora acredite que a movimentação das pessoas, que falavam alto e andavam de um lado para o outro, o tenha deixado nervoso.

“Limitava-se a sorrir, a fazer algum aceno e a apertar a mão de alguns que o procuravam, mas não falava nada. Ainda assim, percebia-se que ele queria estar ali”, detalha Aires. Enquanto aguardavam no auditório o começo do evento, Verissimo rompeu o silêncio e perguntou ao paraninfo se ele precisava falar alguma coisa. Aires respondeu ao patrono que havia espaço para uma fala, mas, caso não desejasse, falaria no lugar dele. “É melhor”, respondeu o escritor. Eis que no final da cerimônia, ele encerrou o diálogo com Leonel: “Agradeço muito”. “Apesar das poucas palavras, nunca esqueci meu momento de prosa com Luis Fernando Verissimo”, salienta.

Patrono marcou presença na festa

Eis que, durante a solenidade na Unisc, chegou o momento de Luis Fernando Verissimo encarar o microfone para fazer um breve discurso aos graduandos. Além de expressar orgulho por fazer parte do momento, brincou que não sabia qual era exatamente o papel de um patrono. Porém, desejou sucesso aos novos comunicadores nas habilitações que haviam escolhido.

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Terminada a cerimônia, os formandos e o patrono seguiram para a festa no Salão dos Espelhos do antigo Club União. Enquanto o coquetel era servido, a Orquestra Cassino embalava a celebração.
Mantendo seu perfil discreto, Verissimo ficou em uma mesa pequena, próximo dos convidados. Sua presença nos festejos foi curta, mas marcante, interagindo e tirando fotos com os formandos. 
Mais tarde, Sandro Viana, que foi o motorista de Verissimo e orador da formatura, levou-o de volta ao Hotel Charrua. Recorda-se do nervosismo de estar perto do cronista. “Estávamos diante de um grande escritor, alguém que admiramos muito”, explica. No entanto, qualquer tensão foi quebrada com o acolhimento e a humildade do patrono.

Ana Cristina Santos, que fundou a Four Comunicações com Viana, seu esposo, descreve a passagem do escritor pela formatura como momento mágico. “Estávamos tão felizes e tão lisonjeados por ele ter vindo. Nós vivemos um sonho.”

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Para sempre uma referência

Apesar das peças que a memória prega, a presença de Verissimo ficará marcada para sempre entre os integrantes da primeira turma de formandos da Comunicação. Passados 27 anos, eles refletem sobre o legado do escritor e o impacto do seu trabalho em suas carreiras. O professor e jornalista Leonel Aires considera Luis Fernando uma grande referência para a literatura e o jornalismo. Para ele, trata-se de um escritor que sabia dizer muito com poucas palavras. “Sempre busquei escrever dessa maneira. Seu olhar crítico sobre a realidade é uma lição para qualquer jornalista”, evidencia.

Aires destaca ainda o fato de que o cronista conseguiu se descolar da figura e da sombra do pai. O que, na sua avaliação, já é, por si só, um grande feito. “Ele foi igualmente grandioso. Um cronista como poucos, usou o humor com maestria para tratar de temas contemporâneos – da política ao futebol. Nunca escondeu suas convicções políticas e contribuiu, com críticas cuidadosamente lapidadas, para que pudéssemos compreender o que acontecia ao nosso redor”, afirma.

Leandro Fontoura, editor-chefe de Zero Hora e do Diário Gaúcho, relata que nunca cruzou com o cronista nos corredores do jornal, já que Verissimo não costumava frequentar a redação. “Isso não impediu que seus ensinamentos circulassem pelas mesas dos jornalistas”, enfatiza. Enquanto repórter de política, teve como editor Luiz Antonio Araújo, que chamava sua atenção com uma máxima de Verissimo: nem todos os leitores conseguem entender ironia. “Se nosso grande cronista identificou essa dificuldade, não seriam as minhas ironias as mais compreensíveis”, reflete.

O jornalista recorda ter lido O Analista de Bagé na adolescência. Na mesma época, passou a acompanhar as crônicas de Verissimo na Zero Hora dominical, comprada pelo pai. A obra do escritor ficará marcada pela leveza com que ele tratava de temas sérios, pela elaboração de diálogos rápidos com poucas palavras e a construção de personagens que não serão esquecidos – menciona a socialite Dora Avante, a Dorinha. “Posso afirmar que seus textos estão entre as razões pelas quais mergulhei no universo do jornalismo”, completa. Para Ana Cristina Santos e Sandro Viana, o cronista jamais será esquecido. “Vai passar muito, muito tempo, e as pessoas vão continuar falando do Verissimo”, reforça Viana.

“Aceitei. Não me arrependi”

As visitas de Luis Fernando Verissimo a Santa Cruz e ao Vale do Rio Pardo foram eternizadas nas páginas da Gazeta do Sul. E a presença do escritor na formatura da primeira turma de Comunicação Social da Unisc não foi diferente. O jornalista Romar Rudolfo Beling, hoje gestor de Conteúdo Multimídia da Gazeta, foi destacado para entrevistar o escritor no dia 21 de agosto de 1998. O evento social, no Club União, foi concorrido. 

Beling comenta que, de entrevistas anteriores que lera, sabia que Verissimo era reservado e de poucas palavras. Para sua surpresa, ele respondeu a várias perguntas, à vontade, e discorreu amplamente sobre os assuntos.  A matéria foi veiculada em três páginas do suplemento Sábado, do fim de semana de 29 e 30 de agosto (detalhe). O patrono admitiu que sempre resistia a participar de solenidades e a ser homenageado. “Não tenho muito jeito”, disse. Porém, nesse caso, considerou importante, sobretudo por ser a primeira turma da Unisc e o convite ter sido feito com muita simpatia. “Então aceitei. E não me arrependi. Foi uma solenidade muito bonita, e a homenagem me tocou bastante.”

Verissimo foi franco ao afirmar que, embora fosse descrito como escritor, se reconhecia como jornalista. Aos futuros colegas de profissão deixou dica: “A única maneira de aprender a escrever é lendo os outros”. Na sua avaliação, para aprender como se faz um texto criativo, só lendo os outros e vendo como fazem. “Claro que não imitando os outros, não plagiando ninguém, mas ver como é que se faz, como é o processo. A única maneira é ler, e ler muito.”

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Uma vez que seus trabalhos foram adaptados para a televisão, incluindo Comédias da vida privada, Verissimo afirmou que eles criam uma curiosidade nas pessoas. E o mais importante é levar as pessoas para dentro de uma livraria. “Aquelas que não estão habituadas a comprar livros veem a referência na televisão e acabam entrando em uma livraria. No momento em que entram numa livraria, tudo pode acontecer; podem descobrir a literatura”, afirmou. Verissimo também esteve nas páginas da Gazeta da Serra em 2014, quando foi patrono da 20a Feira do Livro de Sobradinho. Os registros do impresso narram a alegria do público ao ver o cronista, que foi recebido com aplausos durante a abertura. Ele circulou pela Praça 3 de Dezembro e concedeu autógrafos.

“Meu pai sempre foi generoso”

Fernanda Verissimo, filha de Luis Fernando Verissimo, esteve em Santa Cruz do Sul no primeiro final de semana da 35a Feira do Livro e da 1a Festa Literária Internacional, no sábado, 2 de agosto, para conversar com o público sobre o seu avô, Erico Verissimo, na inauguração do Espaço Sesc Erico Verissimo – 120 anos, no evento. Nessa semana, em conversa com a Gazeta, ela enfatizou o que seu pai, Luis Fernando, deixa como legado de vida e afeto para ela e a família.

“Meu pai sempre foi um homem generoso, que, junto com a minha mãe, proporcionou aos filhos maravilhosas experiências de vida. Apesar de não falar muito, era afetuoso e desavergonhadamente orgulhoso de cada um de nós.” Fernanda Verissimo, filha de Luis Fernando

Luis Fernando pelo olhar de Dulce Helfer

Ao longo da sua carreira como fotógrafa, a santa-cruzense Dulce Helfer eternizou, pelas lentes de sua câmera, uma série de artistas nacionais e internacionais. No processo, nutriu amizades com os seus modelos fotográficos, incluindo os escritores Mario Quintana e Lya Luft. E com Luis Fernando Verissimo não foi diferente. Na Porto Alegre de 1985, passou a trabalhar com o jornalista Araken Távora no projeto Encontro Marcado, no qual entrevistava renomados autores brasileiros, e entre eles esteve Verissimo.

Dulce passou a desenvolver uma relação de afeto com o escritor e sua esposa Lúcia. Se não ia até a residência do cronista, encontrava o casal em eventos. “Como eu me dava bem com eles, me aproximava e ficavámos juntos, para evitar os chatos e não nos sentirmos uns ‘bichinhos do mato’”, brinca Dulce.
Apesar de ser conhecido pelas poucas palavras, a fotógrafa recorda-se que ele se empolgava ao falar sobre política, música e futebol. “Mas eram observações econômicas. Ele falava o necessário, não jogava palavras fora”, afirma.

Para Dulce, não há Verissimo sem Lúcia. Segundo ela, o suporte da esposa foi fundamental na vida do escritor. “Ele não seria ‘O’ Luis Fernando sem ela. Não poderia seguir a vida sem a companheira. A Lúcia era metade dele e poucos dão o devido valor à sua grandiosidade.” Ela guarda os bons momentos que viveu com o escritor e a sua família na casa que pertenceu aos pais dele, Erico e Mafalda, localizada no Bairro Petrópolis, em Porto Alegre. Considera o lar dos Verissimo um ambiente muito acolhedor, que respira literatura e arte, repleto de livros e quadros maravilhosos. Não à toa, salienta a fotógrafa, que os filhos do casal – Fernanda, Mariana e Pedro – também se destacam na cultura. 

Recorda-se de acompanhar Luis Fernando tocando saxofone ou ensaiando com sua banda, a Jazz 6. Fez vários registros do cronista tocando no escritório.  Nas visitas ao autor, a atenção da fotógrafa era atraída para o talento na escrita e o conhecimento gramatical. E admirava a maneira como ele conseguia expressar-se de forma simples, ainda que sofisticada, permitindo que qualquer pessoa pudesse ler e entender. “Era uma das características dele. Conheci muitos escritores famosos que buscavam palavras no dicionário para encaixar no texto. Mas o Luis Fernando, aquilo fluía. Era inerente a ele. Não procurava usar termos sofisticados só para causar. Era a maneira única dele.”

A última fotografia de Luis Fernando feita por Dulce exibe o escritor de costas, caminhando no pátio, antes de entrar em seu escritório. Ao recordar a imagem, descreve-a como uma despedida.
Tão logo soube da partida do amigo, tratou de conseguir transporte para ir até Porto Alegre participar do velório e dar o adeus. Para Dulce, não perdemos apenas um grande escritor, com um humor único e sofisticado. Mais do que isso, Luis Fernando era um exemplo de simplicidade, generosidade e conhecimento. “Apesar da fama, fruto do seu talento, era uma das pessoas mais humildes e simples. E é uma lição que todos deveriam aprender com ele.”

Foto: Dulce Helfer/Divulgação/GS
“Apertar o botão, qualquer um aperta. O aparelho do fotógrafo mesmo está atrás da máquina. Chama-se olho. Existe há anos. Os olhos do fotógrafo veem o que os outros não veem: o gesto, o contraste, a luz, o detalhe. Enfim, o momento certo. Às vezes, os próprios fotógrafos se surpreendem com o que pegaram. Nem sabiam que tinham visto! Eles podiam não saber, mas o olho sabia. O fotógrafo é o olho. O resto só existe para transportá-lo e conseguir o ângulo necessário. E apertar o botão, claro. A Dulce levou seus olhos para fotografarem o mundo e isso é o que eles fizeram. A Dulce tem olhos da melhor qualidade.
E ainda por cima são azuis.” Luis Fernando Verissimo sobre Dulce Helfer

“Vendo-o, era impossível imaginar que dali sairiam tantas verdades em forma de histórias hilárias”

O professor aposentado Elenor Schneider dividiu o palco com Luis Fernando Verissimo em julho de 2011, durante o Seminário de Literatura Sul-Rio-Grandense de Rio Pardo. Como coordenador do evento, inventou de convidá-lo para uma palestra, sem muita esperança de que o escritor viesse a aceitar o convite. Verissimo respondeu que não fazia palestras. Mas Schneider sugeriu que isso não era necessário, e que ele conduziria uma conversa entre o cronista e a plateia.

A proposta foi aceita e o dia 1o de julho daquele ano transformou-se em um dos momentos mais marcantes e inesquecíveis do seminário, que recebeu grandes nomes da literatura gaúcha e nacional. “Quem esteve naquela manhã, certamente a guarda de forma irretocada na memória”, afirma Schneider, colunista que escreve quinzenalmente na Gazeta do Sul.

Schneider conheceu Verissimo de perto nas Jornadas de Literatura de Passo Fundo. Hospedados no mesmo hotel, observava-o na roda de grandes escritores. Enquanto discutiam questões sérias ou rindo de banalidades, Luis Fernando não falava nada, apenas sorria. “Mãos cruzadas atrás, só observava a vida que ali fluía, para logo adiante torná-la arte, portanto eternizada”, recorda Schneider. Para o educador, Verissimo era uma pessoa amável, doce e suave. Segundo ele, mesmo cravando lanças nos segmentos mais poderosos da sociedade, poucos (ou ninguém) ousavam contestá-lo pela forma irrefutável de expor, sem socos, mas com luvas de pelica. “Vendo-o, era impossível imaginar que dali sairiam tantas verdades em forma de histórias hilárias, quadrinhas de uma simplicidade maravilhosa e profunda.”

Schneider não tem dúvidas de que a obra do cronista vai cruzar séculos, e que suas observações sobre a vida jamais perderão a atualidade. “Essa é a grande obra, a que pode ser lida por doutores das academias, mas, da mesma forma, pelas pessoas mais humildes da sociedade. Meu sentimento de gratidão com certeza é compartilhado pela multidão de seus leitores.”

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