Um dos setores que servem de termômetro da economia é o de hospedagem. Quando os números são positivos e a ocupação ampla, é sinal de que o município está movimentado, atraindo visitantes, tanto entre empreendedores quanto turistas. O levantamento Sondagem de Meios de Hospedagem, divulgado pela Fecomércio-RS, mostra como o segmento tem se reestruturado após a tragédia de 2024.
A pesquisa foi feita com 385 estabelecimentos, nos dias 5 a 23 de junho. Os dados apresentados revelaram que no setor a maior parte dos hóspedes vem do próprio Estado: em média, 62,4% são gaúchos. A participação de outros estados é de 32,1%, em média, sendo 5,6% de outros países.
O principal tipo que movimenta o segmento gaúcho é o turismo de negócios – esse é o caso para 56,6% dos entrevistados. O de lazer aparece com 37,1% e o de eventos com 6,2%. Em linha com esses resultados, o maior nível de ocupação se dá em dias úteis (59,7%).
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Santa Cruz se destaca pela ocupação hoteleira
Santa Cruz do Sul está entre os municípios que se destacam pela boa ocupação hoteleira, em função dos eventos. Um dos exemplos é a realização da etapa da Fórmula Truck no Autódromo Internacional. Segundo o presidente da Associação de Turismo do Vale do Rio Pardo (Aturvarp), Djalmar Marquadt, não há mais vagas na rede para o período.
Ele reforça a necessidade de mais investimento dos empreendedores no setor. “É a grande demanda da região. A rede não comporta todos os turistas. Estamos perdendo visitantes”, afirma.
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Uma das expectativas é pela unidade da rede Ibis, que tem início das obras previsto para o primeiro semestre de 2026. Com cem novos quartos, será no modelo condo-hotel, que tem cada quarto vendido para um proprietário diferente, funcionando como condomínio.

Segundo a Aturvarp, em Santa Cruz há 16 hotéis, quatro motéis e seis pousadas. Todos têm capacidade para recepção em diferentes quantidades de hóspedes. Um dos mais tradicionais é o Charrua Hotel, que se enquadra no grupo dos 5,2% dos empreendimentos entre 101 e 150 unidades (tem 110); e entre os 30,1% com 11 a 50 profissionais (tem 40).
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A gerente-geral, Cristiane Holanda, salienta o potencial de atração de hóspedes durante a realização de eventos. Em casos como Oktoberfest, Enart e Expoagro Afubra, a média varia de 90% a 96% de ocupação. “Sem eventos, fica de 83% a 89% de ocupação por mês”
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O público é diferenciado conforme o período da semana. Em dias úteis, os hóspedes são de todo o Brasil e de outros países, mais no segmento corporativo. “Nos finais de semana, amplia o número de gaúchos em ações e lazer”, frisa.
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Cenário positivo
Sobre a avaliação atual da situação financeira, que mostra 57% como boa ou muito boa, os resultados da sondagem sobre os reflexos das enchentes do ano passado auxiliam a compreender esse quadro: 13,5% tiveram impactos patrimoniais e 66,2% relataram impactos financeiros.
Entre os atingidos, quase dois terços (65,6%) ainda não se recuperaram totalmente – 9,2% não se recuperaram, 37,4% parcialmente e 19,1% quase totalmente. Os principais efeitos remanescentes são a redução do faturamento (79,1%), a perda de clientes (63,4%), e o prejuízo financeiro (40,7%).
Sobre a ocupação no primeiro semestre de 2025, a média ficou em torno de 54%, com maior concentração nas faixas entre 40% e 70% (46,8% dos negócios); para 30,6% foram maiores que 70%; e para mais de um quinto (22,6%), a ocupação média não chegou a 40%.
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Para 38,4% dos entrevistados, a procura frustrou as expectativas. Sobre os desafios que mais impactam os negócios do segmento, a sazonalidade da ocupação (53,0%) e a alta rotatividade de funcionários (28,8%) destacam-se entre os aspectos internos. Nos aspectos externos, os mais citados foram a carga tributária (51,7%) e o aumento de custos (29,4%).
Para os próximos seis meses, em um cenário melhor para a economia gaúcha que para o Brasil, na perspectiva dos entrevistados, mais da metade (58,4%) esperam vendas melhores e 36,6% projetam estabilidade. Sobre as equipes, 27,3% dos entrevistados projetam mais contratações.
“A sondagem nos mostra: os efeitos da recuperação das cheias ainda pressionam o setor, somando-se aos desafios crônicos — como a carga tributária, apontada como principal desafio externo do setor — e à conjuntura de juros altos e desaceleração econômica esperada”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
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