São tempos em que a sociedade vive momentos e fatos que têm fragilizado as relações sociais, que têm minimizado o valor das amizades, e que, muitas vezes, têm dividido inclusive os próprios núcleos familiares.

Logo, é muito importante reafirmarmos e valorizarmos as oportunidades que comemoram e ratificam a hierarquia, o valor e a herança ética dos ancestrais familiares. Em suma, confraternizarmos. Dito isso, e com a compreensão emocional dos leitores da coluna, quero registrar que nesse fim de semana ocorreu o centenário da senhora Edi Schulz (foto abaixo), minha tia, minha madrinha. Junto com seu marido, tio Ervino (falecido), construiu uma história de trabalho, de educação familiar e de participação social.

Comportamentos mantidos e ricos em gestos de delicadeza e bom humor, o cumprimento das tarefas e o exercício da fé religiosa. Atos extensivos aos filhos, netos e bisnetos. Minha homenagem à tia Edi vai muito além da atenção e do carinho que lhe devo, desde minhas periódicas incursões em nosso querido distrito natal, Rio Pequeno (hoje parte de Sinimbu), onde morou e educou seus filhos Clarice, Anete, Lisani, Siegfried e Ingrid, meus primos.

Exemplarmente, dona Edi exercita, ainda hoje, uma rotina diária que merece destaque. Logo após o café matinal, além de seus trabalhos manuais de crochê e tricô, sua lucidez também contempla o noticiário televisivo, mas sobretudo a leitura da Gazeta do Sul.

Diariamente, há 75 anos, na condição de assinante do jornal. Que feito, que exemplo! Enquanto isso… Mais um privilégio da elite estatal. Concursados para defender os interesses da União, os procuradores (advogados) da Advocacia-Geral da União (AGU) recebem adicionalmente honorários de sucumbência. Verbas de sucumbência são valores pagos pela parte perdedora da causa judicial à vencedora (no caso, a União). Ou seja, é dinheiro público que pertence à União.

Se já recebem altos salários para seu trabalho, por que os procuradores deveriam receber um “bicho extra”? Em janeiro, o próprio ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, recebeu R$ 193 mil a mais no seu salário. Esses adicionais contemplam mensalmente mais de 11 mil servidores. No ano passado, o montante distribuído alcançou R$ 1 bilhão.

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