Nasci em Arroio do Meio, pequena cidade do Vale do Taquari, recentemente devastada por triplas enchentes de setembro/novembro de 2023 e setembro de 2024.
Há mais de 40 anos vivo em Porto Alegre, mas visito a terrinha natal todo mês. Além disso, tenho ido com frequência cada vez maior ao litoral norte do Estado, região que passou por grande transformação em consequência de dois fenômenos: a epidemia e as cheias.
Nesta seara da vida, não raras vezes me vejo saindo da cidade grande em busca do Interior, à procura de qualidade de vida, reencontros e novos desafios. Apesar de não “cozinhar na primeira fervura”. Aliás, muito longe disso. Amigos chamam de loucura.
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– Nesta altura da vida fazer uma mudança assim destas? Largar tudo… sério! – indagam incrédulos diante de meus planos.
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Vejo com certa inveja – confesso! – pessoas que na maturidade pra lá de avançada dão um cavalo-de-pau na vida, modificam hábitos, ficam indignados com a mesmice e, como é moda dizer, deixam sua zona de conforto para encarar novidades mundo afora.
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Voltar a morar numa cidade média do Rio Grande do Sul pressupõe ter mais paz, tranquilidade e segurança, sem abrir mão de necessidades fundamentais como segurança, estrutura de saúde, universidade e proximidade com Porto Alegre para rever amigos e afetos.
Santa Cruz do Sul e Lajeado despontam como lugares pelos quais meu coração balança quando o assunto é mudança. Em Santa Cruz vivi dois anos de intensa atividade profissional. Conheci grandes parceiros com os quais mantenho contato até hoje, mas me penitencio por não visitá-los pessoalmente. Mas há sempre tempo de agir.
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A cidade do Galo e do Periquito é limpa, organizada, dotada de uma moderna instituição de ensino superior, além de possuir infraestrutura básica – rica e variada. Confesso que há tempo não visito, talvez três anos de minha última passagem, mas as impressões continuam intactas em meu coração e alma.
Em Lajeado, tenho vários familiares, fica perto de Arroio do Meio, tenho inúmeros amigos e a empresa fundada por meu avô materno – Bebidas Fruki – tem sua sede. Lá, meu pai trabalhou por quase toda a vida e onde, aos 12 anos, nas férias, cumpria jornada na fábrica batendo cartão-ponto. Hoje seria exploração do trabalho infantil. Mas sobrevivi, sem sequelas.
A chamada “Capital do Vale do Taquari” é centro de convergência de 36 municípios que suportaram com galhardia a pandemia e se reinventa no doloroso pós-enchente. Tem na Univates farol a iluminar a região com diversidade de pensamento, formação e aperfeiçoamento de cérebros e obsessão pela inovação.
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São reflexões “em voz alta” e texto solto que faço aqui. Resta, agora, colocar em prática o que seriam devaneios da pós-maturidade?
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