Nesta sexta-feira, 26 de setembro, é celebrado o Dia Nacional do Surdo. A data foi instituída pelo Decreto no 11.796/2008 e homenageia a criação da primeira escola para surdos no País, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), em 1857. Esse dia serve para lembrar a luta da comunidade surda por inclusão social, reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e para combater estigmas e preconceitos.
Ao longo da história, a comunidade surda vem empenhando esforços para assegurar o reconhecimento de seus direitos e o estabelecimento de uma sociedade mais igualitária. Um dos principais marcos dessa luta ocorreu em setembro de 2010, com a regulamentação da profissão de tradutor e intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), amparada pela Lei no 12.319.
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Elisandra de Vargas da Silva, que há 12 anos é intérprete de Libras, explica que essa é a forma de comunicação natural da comunidade surda. “Sem ela, muitas pessoas ficariam sem acesso à informação, educação e até a coisas básicas do dia a dia. A Libras garante inclusão e dá voz, ou melhor, mãos e expressão para quem precisa ser percebido.”
Segundo ela, esse profissional tem um papel fundamental na promoção da inclusão e do acesso à informação de milhões de pessoas surdas. “O intérprete de Libras é a ponte entre o surdo e o ouvinte. Ele interpreta o que está sendo falado para a Libras e o que está sendo sinalizado em Libras para o português. Ou seja, faz a comunicação fluir de forma justa e acessível”, acrescenta.
De acordo com a profissional, o intérprete de Libras pode atuar em diferentes contextos e ambientes, como escolas, universidades, hospitais, empresas, igrejas, eventos, palestras, shows, gravações de vídeos, entre muitos outros. Ou seja, praticamente em qualquer situação na qual exista interação entre surdos e ouvintes. Dessa forma, é possível proporcionar uma comunicação mais inclusiva e garantir a integração da comunidade surda na sociedade.
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A Língua Brasileira de Sinais
Apesar de a Libras ter sido criada no século 19, ela só foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão em abril de 2002, com o estabelecimento da Lei no 10.436. Essa conquista também foi um passo muito importante no processo de regulamentação da profissão de tradutor e intérprete de Libras e na inclusão de pessoas surdas no mercado de trabalho.
De maneira geral, o reconhecimento da Libras deu mais visibilidade para essa comunidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), 5% da população brasileira é composta por pessoas surdas, ou seja, mais de 10 milhões de cidadãos, dos quais 2,7 milhões possuem surdez profunda, portanto, não escutam absolutamente nada.
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Posteriormente, em 2005, essa conquista também teve um grande impacto no ensino. A Libras tornou-se obrigatória nos cursos de licenciatura, pedagogia e fonoaudiologia.
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Mesmo que a Língua Brasileira de Sinais não seja considerada universal, como a língua oral, ela tem uma organização gramatical própria, com construções mais objetivas e flexíveis e estrutura morfológica, fonológica, sintática e semântica. Cada palavra corresponde a um sinal específico. Nos casos em que não houver um sinal equivalente, é possível utilizar a soletração por meio do alfabeto em Libras.
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Formação
A comunicação participativa, que é facilitada pelo uso da Libras, é fundamental para o desenvolvimento e o exercício da cidadania do surdo. Por isso, é necessário estimular e investir cada vez mais na capacitação de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais, que têm papel fundamental na promoção da inclusão social e do acesso à informação.
Segundo Elisandra, para ser intérprete, não basta só gostar. É preciso estudar Libras até alcançar fluência, fazer cursos de formação (como Letras-Libras ou especialização em tradução e interpretação) e se qualificar. Além disso, quanto mais contato com a comunidade surda, melhor, porque a prática faz toda a diferença.
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