O prefeito de Rio Pardo, Rogério Monteiro, do MDB, está no comando do Executivo Municipal desde abril de 2022. Natural de Porto Alegre, mas rio-pardense de coração, é morador do município há 31 anos e tem acompanhado as principais demandas da população. Nesta terça-feira, 7, nos 216 anos de Rio Pardo, um dos quatro municípios mais antigos do Estado, Monteiro reforça que tem trabalhado para mostrar a cidade a todos os rincões e defende que todos devem ter orgulho de ser rio-pardenses. Mais do que isso, evidencia a importância de cada um de seus “conterrâneos de coração” se apropriarem da sua história, marcada por heroísmo.
Com esforços para melhorar a infraestrutura do município, Monteiro também anunciou a atração recente de uma empresa do setor arrozeiro e que vai gerar emprego e renda para Rio Pardo. Em entrevista à Gazeta do Sul, ele falou ainda sobre o trabalho de valorização dos produtos típicos, como os sonhos e o peixe.
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Entrevista
Prefeito Rogério Monteiro
Gazeta: Como o senhor define esses 216 anos de história e emancipação de Rio Pardo?
Rogério Monteiro: São realmente 216 anos de história de um município que, lá em 1809, detinha três quartos do Rio Grande do Sul. Tivemos aproximadamente 347 municípios que se criaram a partir de Rio Pardo. O primeiro a ganhar vida, a cortar o cordão umbilical de Rio Pardo, foi Cachoeira do Sul. Então, é com muito orgulho que vamos comemorar esses 216 anos da nossa “Tranqueira Invicta”. Uma cidade que tem, por si só, uma grande história dentro do Estado – e não só no Rio Grande do Sul, mas também em nível de Brasil.
Nós recebemos vários historiadores que vêm em busca de informações na nossa biblioteca, para que eles também possam pesquisar e contar um pouco da nossa história para todo o Brasil. Então, me sinto muito orgulhoso em estar nesse momento gestor de Rio Pardo e comemorar os nossos 216 anos de história.
E nessa programação de aniversário, o que vocês tentaram evidenciar?
Nós estamos reestruturando a cidade, fazendo uma total reformulação, para receber as pessoas de fora e também muitos turistas. Já temos a nossa sinalização, indicando os vários pontos turísticos de Rio Pardo, entre prédios, igrejas e museus. Também temos os totens em frente aos prédios públicos, com o QR Code que direciona a uma página com informações sobre a história do local. Para acessar, cidadãos e turistas só precisam direcionar a câmera do celular. Então, estamos fazendo esse trabalho para receber melhor os visitantes e preparar a cidade para que seja divulgada.
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E mais: neste ano, estivemos na Expointer mostrando Rio Pardo. Tinham cinco municípios lá e um deles era Rio Pardo. Foi muito bom, porque milhares de pessoas passaram pelo nosso estande e ficaram encantadas com o que viram em nosso fôlder e vídeos institucionais. Acho que Rio Pardo merece ser mostrado, merece destaque não só no cenário do Estado, mas também do Brasil. É uma cidade que tem história, e essa história tem que ser contada.
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E que imagem o senhor acredita que os turistas estejam levando de Rio Pardo?
A imagem que eu quero passar para as pessoas que vêm a Rio Pardo é de uma cidade acolhedora.
O nosso povo tem arraigado esse acolhimento. Então, é isso que queremos divulgar e estamos divulgando. Uma cidade mais feliz, mais aberta, uma cidade acolhedora. Essa é a imagem que queremos passar e também mostrar as qualidades de nosso município. Sempre disse que não quero que as pessoas que vêm para visitar ou conhecer fiquem apenas horas; quero que fiquem, pelo menos, um dia na nossa cidade porque ela tem muito para mostrar, muito para contar.
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Um dos esforços já mencionados nesse sentido é a valorização e o restauro de prédios públicos. Como estão as obras de revitalização do prédio da “antiga” Prefeitura?
Esse prédio fica na esquina da Rua Andrade Neves, com a Rua Júlio de Castilhos, a chamada Rua da Ladeira, que é uma das primeiras ruas calçadas – se não a primeira rua calçada – do Estado, por onde Dom Pedro II circulou. Esse prédio antigo era conhecido como “Prefeitura Velha”. Estamos resgatando esse prédio e fazendo um investimento de quase R$ 1,8 milhão, com recursos próprios do município. Ali teremos o nosso arquivo histórico, que já está sendo digitalizado, para que seja consultado pelas pessoas que vêm em busca de informações. Há vários historiadores e vários pesquisadores que vêm em busca de informações e de história também. E será uma maneira de a gente facilitar o trabalho desses pesquisadores.
Ao mesmo tempo, temos documentos valiosíssimos que precisam ser preservados. Teremos uma sala especial, climatizada, que abrigue todos esses documentos para que não se percam no tempo; e o Memorial de Rio Pardo, no qual as pessoas terão acesso às informações da história do município, de forma totalmente digitalizada.
No andar de cima, serão instalados o gabinete do prefeito e a sala de imprensa. E, aos fundos, teremos uma cafeteria para receber o turista, além de um ambiente para que nossas artesãs desenvolvam o trabalho delas e uma lojinha onde comercializem os seus trabalhos manuais. Ali ainda teremos banheiros públicos para poder bem receber o turista, assim como temos feito em nossas praças.
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Além dessas melhorias estruturais na cidade, como estão os trabalhos de divulgação dos produtos típicos do município?
Nós queremos vender e mostrar o sonho, porque é um produto intimamente ligado com o nome de Rio Pardo. É uma especiaria trazida pelos portugueses e que tem alguns segredos. O nosso sonho é diferente dos demais; é leve, não é massudo. Queremos resgatar isso e também as danças portuguesas. Inclusive já pedi para a secretária de Turismo trabalhar nisso. Estamos pensando em fazer um grupo de danças, para que se apresente não só em Rio Pardo, mas também em outras cidades, mostrando a nossa cultura e divulgando o nome do município. Na semana de Rio Pardo, durante o 5º Motosonhos, que reuniu motociclistas do Estado, já inserimos a comercialização do sonho.
E com relação ao peixe?
Através da Secretaria de Meio Ambiente e da Pesca – inclusive nosso secretário Cícero Garcia é filho de um pescador e que morou muito tempo ali na praia –, estamos melhorando a questão da comercialização do peixe. Queremos disponibilizar à Associação de Pescadores um local para que possam comercializar o produto e uma câmara fria para que façam a armazenagem. O local está pré-definido, perto da praia, até para facilitar o trabalho deles, mas antes precisamos reformar e entregar um lugar limpo e acolhedor.
Então, temos uma perfeita harmonia com os pescadores e vamos incentivar melhores condições de comercialização e de visibilidade. Esse investimento na área vai fazer a economia circular no município e terá reflexos também na economia de cada pescador.
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O senhor já havia falado sobre o esforço para atrair novos investidores. Há, nesse aspecto, alguma novidade?
Estamos conversando com uma empresa, não está nada fechado ainda, mas tenho outra notícia que, inclusive, anunciei na Expointer: uma grande empresa vai vir para Rio Pardo. Já fizemos uma carta de intenções. É uma empresa de industrialização de arroz, com investimento em torno de R$ 110 milhões e que terá, já no terceiro ano, uma receita de R$ 300 e poucos milhões.
Estamos em busca do terreno para entregar a essa empresa, mas terá que passar ainda pela Câmara de Vereadores, óbvio. É uma empresa que vai gerar emprego e renda. É de Goiânia e está instalada em Goiás e também no Espírito Santo, em São Paulo e no Paraná. Então, essa empresa vai receber os grãos aqui do entorno e gerar renda para o município.
Mais importante: trata-se de uma indústria, que vai gerar ICMS e que, consequentemente, ficará no município. O prazo para instalação da planta até o momento de iniciar as atividades é de dois anos, porque é um complexo grande e envolve uma série de coisas.
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Que mensagem o senhor deixa para a comunidade nesse aniversário?
Apesar de eu não ser nascido em Rio Pardo, mas sou rio-pardense de coração e estou aqui há 31 anos, quero agradecer a todos os rio-pardenses, pois são um povo trabalhador, um povo sério, um povo correto. Tenho sorte de ser o prefeito, o gestor desse município, que tem pessoas acolhedoras e alegres – e por isso o nosso carnaval é o maior e melhor carnaval popular do Rio Grande do Sul.
A mensagem que eu deixo é de vida longa para a nossa cidade. Se depender de mim, vou fazer, e estou fazendo, todo o esforço possível para colocar o nome de Rio Pardo nas alturas. É isso que estamos fazendo hoje. Nós somos um povo heroico, e nossa própria história conta isso. Devemos ter orgulho de ser rio-pardenses e meu trabalho também é esse: mostrar nossa cidade para outros rincões, dizer quem somos e fazer com que nos apropriemos da nossa história.
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