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Francisco Teloeken: “Previdência pública pode não bancar nossa aposentadoria no futuro”

Foto: Agência Brasil

Em 2026, os gastos do governo federal com a Previdência Social vão ultrapassar a marca de R$ 1,11 trilhão, conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), divulgado em agosto de 2025. Esse valor responde por 44% de toda a despesa do governo federal.

Como funciona a previdência pública no Brasil? 

O modelo atual é o sistema de repartição simples. Significa que os trabalhadores atuais, com sua contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), financiam quem já está aposentado. Esse tipo de organização depende diretamente da relação entre o número de contribuintes e beneficiários. É nessa equação que as contas do sistema começam a não fechar mais.

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Quando o sistema de repartição simples foi implantado, a relação era de 8 contribuintes para 1 beneficiário. Em 1990, a relação já diminuiu de 6 para 1. Hoje, está em 2 por 1 e a projeção paras 2050 é de 1 contribuinte para 1 aposentado. Dos 175 milhões de brasileiros em idade de trabalhar, menos da metade – 74 milhões – são contribuintes da Previdência Social, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa baixa proporção eleva o déficit da Previdência. Na avaliação de Gleisson Rubin, diretor de Previdência do Grupo MAG e do Instituto de Longevidade “Este elo fraco da corrente (do sistema de repartição simples) vai arrebentar, não é uma questão se vai, mas quando vai”.

Desde 1998, já foram realizadas seis reformas da Previdência Pública, em média uma a cada cinco anos. E há quem defenda uma nova reforma até 2030. O fato é que a previdência pública já está deficitária há muito tempo, com o Tesouro Nacional compensando a falta de recursos. É claro que nenhum governo vai deixar o INSS quebrar, mas certamente vai ter que promover ajustes e novas reformas, como aumentar a base de contribuintes, combater fraudes e diminuir a disparidade entre os regimes envolvendo funcionários públicos, privados e militares.

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O principal problema é a mudança demográfica, no Brasil, com o aumento da expectativa de vida da população, a queda na taxa de natalidade e o crescimento da informalidade no mercado de trabalho. Para manter o regime de repartição simples teria que ser aumentada a contribuição previdenciária, dividida entre empregados e empresas, e aumentar a idade mínima para a aposentadoria. As duas alternativas seriam inviáveis ou difíceis de serem implementadas.

Para quem já está aposentado há mais tempo, vem convivendo com um regime previdenciário relativamente tranquilo, com uma base folgada de contribuintes e poucos beneficiários, o que permitia preocupar-se apenas com os reajustes dos benefícios, muitas vezes defasados. Já os que estão aposentados há menos tempo ou pensando em aposentar-se, podem ter dúvidas se o modelo atual conseguirá manter os benefícios em dia, no futuro.

O que fazer? 

O preocupante é que esse cenário da Previdência Pública, de sustentação no mínimo duvidosa, e a falta de contribuição ao INSS, por opção de muitos trabalhadores, ainda não se refletiu para a adoção de alternativas privadas. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) revela que apenas 18% dos entrevistados já começaram a formar uma reserva financeira para a aposentadoria; outros 55% disseram ter a intenção de fazer isso, mas ainda não deram o primeiro passo.

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Para se aposentar com segurança financeira será preciso muito mais do que contribuir para a Previdência Social. É de extrema importância pensar em uma aposentadoria complementar. Quanto mais cedo a pessoa começar a contribuir para um plano de Previdência Complementar mais tempo ela terá e mais fácil será para acumular um saldo de investimento que gere rendas que lhe garanta uma velhice mais tranquila. Quem começa mais tarde também pode se beneficiar, embora os aportes mensais ou periódicos terão que ser maiores.

 Muitas pessoas ainda acreditam que é preciso aplicar grandes quantias, mas o segredo está na constância e na disciplina. Hoje, é possível começar a investir em previdência com valores acessíveis, a partir de R$ 50,00 por mês. Existem outras opções de investimento, como imóveis para alugar, ações, títulos do Tesouro e outras alternativas. O importante é guardar e investir dinheiro com foco na aposentadoria e que seja algo frequente e realizado com disciplina.

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