Em uma época em que os animais de estimação ocupam lugar de destaque nas famílias, cresce também a contradição mais cruel: o abandono. Em poucas semanas, o número de cães literalmente descartados dentro do Parque de Eventos, em Capão da Cruz, saltou de quatro para 23, revelando o avanço alarmante de uma prática cruel e criminosa. Somente na última quinta-feira, 13, outros quatro cães foram deixados à própria sorte no local.
No início de outubro, durante a etapa da Moto GP 1000, a situação chegou ao limite: um cachorro quase invadiu a pista no momento da prova, fato que poderia ter provocado um acidente grave envolvendo pilotos, equipes e público. O episódio acendeu o alerta definitivo sobre os riscos que o abandono tem causado não só aos animais, mas também à segurança de eventos esportivos de grande porte.
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A secretária municipal de Turismo, Jaqueline Marques, ressalta que, além do total descaso de quem deveria cuidar e proteger, animais soltos no local representam um perigo e comprometem a realização de eventos. “O parque recebe competições de grande porte, visitantes e turistas. Um animal circulando solto coloca tudo isso em risco. Vamos reforçar o monitoramento e buscar parcerias para ampliar a vigilância, porque essa prática criminosa não pode continuar.”
Diante da escalada de casos, a Prefeitura buscou reforço institucional e participou nessa semana de audiência com o promotor de Justiça Especializada, Érico Barin, no Ministério Público. A reunião contou com a presença dos secretários municipais de Bem-Estar Animal, Bruna Molz; Turismo, Jaqueline Marques; Segurança e Trânsito, Reginaldo Martins Brito de Campos, e da chefe de gabinete do Executivo, Juliana Bach.
O encontro teve como pauta a adoção de medidas mais rigorosas para coibir o abandono e fortalecer a vigilância na área do parque e, mais especificamente, dentro do autódromo. O Município disse que pretende ampliar as ações integradas de fiscalização e responsabilização, garantindo que a legislação seja cumprida e que os autores desse tipo de crime não permaneçam impunes.
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