Prédio mais antigo de Rio Pardo, construído em 1790, o Solar do Almirante precisa de uma reforma urgente, com substituição de materiais, principalmente na cobertura do telhado. O sobrado fica na Rua Almirante Alexandrino, esquina com a Rua São Francisco, no Centro, e tem as características da arquitetura colonial portuguesa.
A demanda pelas intervenções integra o relatório produzido pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Ele foi entregue na última semana à Associação dos Amigos do Solar do Almirante (Aasa), que tem cessão de uso do local concedida pela Marinha em 2022. Desde então, intervenções emergenciais têm sido realizadas a partir de doações e editais para manutenção e sustentabilidade do prédio.
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O curso é parceiro desde o início do processo de cedência, em 2019. A partir de uma intermediação da ex-associada da Aasa, Mariza Christoff – já falecida –, iniciou-se o levantamento dos problemas em abril do ano passado.
Luiz Schneider, professor do curso, explica que o documento é uma compilação completa do Solar e de cada ambiente, particularmente. “A reforma da cobertura do telhado é apontada como a demanda mais urgente, em função das infiltrações que causam a degradação da madeira das estruturas, o que coloca em risco toda a edificação”, afirma.
Schneider ressalta que os trabalhos foram iniciados em abril de 2024. “No período das enchentes, em maio e junho, observou-se que houve uma aceleração do processo de degradação do Solar.”
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O trabalho foi realizado em etapas, que incluíram visitas técnicas e identificação das patologias; sistematização e organização das informações e organização, compilação e entrega do relatório técnico. Ao longo dessas fases, também houve interações entre a produção técnica e acadêmica, com apresentação dos resultados em seminários e palestras em salas de aula.
A presidente da associação, Patrícia Boeira da Fontoura, enfatiza a importância do estudo. “Essa análise de patologias nos mostra a forma como está a estrutura em geral do prédio e nos ajuda a quantificar um projeto para concorrer nas leis de incentivo à cultura”, analisa. “Porque não podemos dizer que precisamos de R$ 500 mil ou de R$ 200 mil, por exemplo, se não conseguirmos provar. Por isso, a importância de um projeto bem feito.”
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A partir da análise do documento, a Aasa organiza agora um projeto de restauro para quantificar os recursos necessários à reforma. Na realização do diagnóstico, a partir de um convênio, a Prefeitura colaborou com a cedência de uma estagiária. Durante a entrega, o prefeito Rogério Monteiro frisou que o Município vai se mobilizar em busca de recursos, como emendas parlamentares, para auxiliar no restauro.

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O prédio
A edificação se configura como um típico sobrado do século 18, reunindo soluções funcionais, construtivas e estéticas representativas do período colonial. É considerada como uma das mais significativas remanescentes dessa fase da arquitetura brasileira no Estado e uma das poucas com essa tipologia construtiva. Também é um dos principais bens tombados da arquitetura luso-açoriana no Rio Grande do Sul e foi elevado a ponto de cultura do Estado em 2023.
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A construção ocorreu em 1790 por Mateus Simões Pires, um dos primeiros açorianos a chegar a Rio Pardo. O sobrado foi erguido em barro e madeira dois metros acima do nível da rua. Inicialmente era um prédio comercial, composto de 12 salas e uma senzala em dois pavimentos. Até 2016 abrigou o Museu Municipal Barão de Santo Ângelo, inaugurado em 1935.
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