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Exportações de Santa Cruz para os EUA têm redução amenizada em outubro

Foto: Alencar da Rosa/Banco de Imagens

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou na última semana modificações nas tarifas sobre determinados produtos brasileiros. A medida, tomada após o início das negociações entre os dois países, serve de alento para alguns setores, mas ainda é considerada insuficiente. Mesmo assim, os exportadores observam com bons olhos, em especial pelos números já registrados em outubro. Eles continuaram negativos no caso de Santa Cruz do Sul, mas com queda menor no confronto com o mesmo período de 2024. 

As indústrias do tabaco conseguiram estabelecer um cronograma que agilizou o embarque do produto antes do início da sobretaxa, em 6 de agosto. Até essa data, 70% já haviam sido encaminhados para o país norte-americano. Depois houve estagnação, à espera de mudanças na relação de comércio exterior entre as duas nações. 

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Segundo o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing, agosto foi um mês parado no envio de produto para os Estados Unidos. Em setembro, os danos da taxação foram sentidos com mais força: diminuição de 96,85% nas vendas santa-cruzenses para os Estados Unidos, sendo a maior parte em tabaco.  

Em outubro, porém, os compradores norte-americanos passaram a identificar a falta de produto e tiverem que restabelecer as compras, mesmo que ainda em pequena quantidade. Assim, as vendas santa-cruzenses para os Estados Unidos continuaram negativas, na comparação com o mesmo período de 2024, mas com queda menor – 41,55%. 

“A gente aguardava com expectativa o anúncio de que o Trump reduziria, mas para o tabaco, não mudou nada. Vamos ver como ficará novembro, sempre na expectativa de um acordo entre os Estados Unidos e o Brasil”, comentou Thesing, que está em Genebra, na Suíça, onde ocorre a 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP-11). Além desse produto, destacam-se na relação comercial com os Estados Unidos o papel para cigarros e as sementes.

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Resultados das vendas de Santa Cruz para os Estados Unidos, conforme o governo federal

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Pecuária gaúcha é beneficiada

A decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa recíproca anunciada em abril – fixada em 10% no caso do Brasil e em percentual igual ou superior para outros países – se aplica a alguns produtos agrícolas e de consumo, com o objetivo declarado de reduzir os preços ao consumidor americano. Entre os itens contemplados estão carne bovina, café, suco de laranja, frutas tropicais e cítricas, hortaliças, castanha-do-pará, fertilizantes, produtos químicos de uso agrícola e cera de carnaúba.  

No caso do Rio Grande do Sul, o impacto dessa medida é restrito a um produto de maior relevância na pauta estadual: a carne bovina. Em 2024, o Estado exportou US$ 61 milhões desse item para os Estados Unidos, o que representou cerca de 16% das vendas externas do abate de bovinos. A China permaneceu como principal destino, com US$ 71 milhões em embarques, seguida por mercados como Reino Unido, Cuba e Uruguai. As exportações do ramo gaúcho para os Estados Unidos corresponderam a 3,3% do total enviado pela indústria de transformação a esse mercado.

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O Rio Grande do Sul respondeu por 3,7% das exportações brasileiras de carne bovina aos norte-americanos, ocupando o sétimo lugar entre os principais exportadores. “A decisão reforça que o diálogo continua sendo o melhor caminho para reduzir distorções e ampliar a competitividade. Embora o impacto imediato seja concentrado apenas na carne, seguimos defendendo avanços que eliminem desigualdades e permitam a disputa em condições justas”, afirma o presidente da Fiergs, Claudio Bier. 

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Com a retirada da tarifa global, informou o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, aumentou de 23% para 26% o volume das exportações brasileiras para os Estados Unidos isentas de sobretaxas. É o equivalente a aproximadamente US$ 10 bilhões. A mudança ocorre após um trimestre em que o déficit brasileiro na balança comercial com os EUA cresceu 341%, entre agosto e outubro.

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Os efeitos variam por setor. O suco de laranja teve a tarifa de 10% zerada, beneficiando um setor de US$ 1,2 bilhão. No café, a alíquota caiu de 50% para 40%. O Brasil exportou US$ 1,9 bilhão em 2024, mas as vendas recuaram 54% em outubro na comparação anual. Nos casos da carne bovina e das frutas, as tarifas reduziram de 50% para 40%, um ganho considerado limitado devido à sobretaxa remanescente. 

Segundo Alckmin, a medida reflete avanços diplomáticos recentes, incluindo conversas dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, em outubro, e reuniões entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. “A última ordem executiva do presidente Trump foi positiva e na direção correta”, avalia. 

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