O senhor, que tem uma vasta experiência como homem público, e é protagonista da história, em seu terceiro mandado como chefe maior da nação, certamente não pode saber ou pode acompanhar tudo, saber tudo, ou estar informado de tudo. Mas é incontornável, inevitável, inadmissível que o senhor não seja informado, por seus servidores nas mais diversas instâncias, sobre o que vivencia uma das mais importantes cadeias produtivas que essa nação alguma vez viu surgir.
O senhor é do Nordeste, homem calejado, e nesse mesmo sertão de gente forte e resiliente deve ter aprendido a saber o que representa o tabaco para o povo brasileiro. O tabaco que, cultivado com esmero em milhares de pequenas áreas por todo o território nordestino, se transforma em charutos, cigarrilhas, fumo picado e de mascar, que pessoas consomem a seu gosto. Consomem desde que o mundo é mundo, porque os nativos das Américas já o faziam, como viu Colombo, quando pela primeira vez estendeu seu olhar sobre “um novo continente”.
Direto da redação: De olho em mais uma COP
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Esse mesmo tabaco, seja o das variedades escuras cultivadas no Nordeste, seja o das variedades claras hoje largamente produzidas em todo o Sul do Brasil, como o senhor bem sabe, tem tamanha importância histórica, social, cultural, econômica, de subsistência, que se elevou à condição de produto símbolo do País. Símbolo, isso mesmo. Retrato. E jamais negativo, jamais com demérito. Para os indígenas, as folhas eram “santo remédio”. Para o corpo e para a alma. Como o chimarrão, para os gaúchos; como um gole de aguardente, para tantos mais.
Quando os primeiros imigrantes europeus se fixaram no Sul do Brasil, no século 19, descobriram que essas terras eram vocacionadas para o cultivo de tabaco. Que produziam para seu próprio consumo, e logo para a exportação. Hoje, o País é o segundo maior produtor dessas folhas, e desde 1993 o maior exportador mundial. Em 2025, senhor presidente, a receita com as vendas para o exterior vai ultrapassar US$ 3 bilhões. O senhor sabia? E sabia que a produção segue em franco crescimento, pois a demanda está igualmente aquecida? E que o produto brasileiro, o melhor do mundo, chega a mais de cem nações?
Direto da redação: É preciso cuidar da casa
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Pois então, presidente Lula, como se explica que esse mesmo país, o Brasil, tenha em Genebra, na Suíça, na COP-11, ao longo desta semana, gente autorizada a falar, em nome do governo brasileiro, CONTRA O TABACO? Se isso não é uma aberração, uma afronta, nada mais é. Alguma outra nação poderia fazer algo do gênero, jamais o Brasil! Como se explicará, como se justificará, perante o passado glorioso, perante o presente de forte relevância econômica e social (e ambiental, é muito importante mencionar, em tempos de COP-30, em Belém), e perante o futuro (que é alvissareiro para o mais competente produtor mundial de tabaco de qualidade), que a planta que tem um ramo eternizado no Brasão de Armas do Brasil, ao lado do café (o senhor o sabe), seja espezinhada pelo governo desse país?
Eis um paradoxo (a exigir a intervenção de psiquiatras) que o senhor e sua equipe deverão reparar. O tabaco, legal, formal, histórico, é muito, mas muito!, maior do que seus histéricos detratores. E, vale dizer, histeria também é problema de saúde.
Direto da redação: Exaltação da memória
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