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MEIO AMBIENTE

Ações para ampliar a reciclagem de lixo devem ganhar força em Santa Cruz após audiência pública

Foto: Rodrigo Assmann

Além de estimular a conscientização, meta é combater o descarte irregular

O recolhimento e a destinação dos resíduos sólidos em Santa Cruz do Sul pautaram audiência pública nessa quarta-feira, 26, na Câmara de Vereadores. A proposição de Raul Fritsch (Republicanos) ocorreu por meio da comissão de saúde, ação social e meio ambiente da Casa, a partir de reclamações de moradores e da constatação de que o percentual de material reciclado no município é baixo. Atualmente, conforme apresentado na reunião, apenas 4% dos resíduos dos santa-cruzenses são reciclados.

Ampliar esse indicador é considerado fundamental sob o ponto de vista ambiental e foi defendido por todos os participantes. Estavam representados a Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat), a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, a Fundação para Proteção Ambiental de Santa Cruz do Sul (Fupasc) e o Instituto Lixo Zero.

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“A única política efetiva de reciclagem, com economia de recursos públicos e impacto no meio ambiente é o trabalho da Coomcat”, destacou o coordenador administrativo da Coomcat, William Mendes. Ele apresentou propostas da organização, como a criação de um grupo de trabalho permanente sobre a coleta seletiva, a revisão do sistema de contêiner com padronização, a disciplina de recicláveis com a proibição de atravessadores, e a revisão contratual com segurança jurídica e prazo de cinco anos.

Secretária do Meio Ambiente, Prissila Bordignon alertou sobre o problema detectado na cobrança da taxa de recolhimento de lixo. Segundo ela, há um déficit de R$ 7 milhões, que demandará revisão da forma como é estabelecido o valor a ser pago pelos moradores e estabelecimentos comerciais. “A quarta maior despesa do Município é com os resíduos”, disse.

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Além disso, Prissila adiantou que o Ministério Público fez um repasse de R$ 200 mil, que permitirá a realização de campanha de conscientização sobre a importância da reciclagem, como os moradores devem armazenar seus resíduos e quando colocar na rua para a coleta. “A comunidade tem uma responsabilidade. Enquanto não assumir e jogar toda a responsabilidade para o setor público, não vai resolver”, apontou.

Segundo o vereador proponente, o sistema atende diferentes situações, como a logística reversa, coleta de pilhas, pneus e material eletrônico, entre outros. Raul Fritsch ressaltou que é fundamental conscientizar o cidadão sobre isso. “Foi uma oportunidade para abordar esse assunto que é tão importante”, avaliou.

Representantes de entidades e do poder público participaram da audiência | Foto: Jacson Stülp/Divulgação

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Exemplos bem-sucedidos

O Movimento Lixo Zero Santa Cruz do Sul é um exemplo de combate ao descarte. Conforme o grupo, não há dados oficiais sobre o volume total de descarte irregular de resíduos no município. “No entanto, pela vivência de campo, relatos de moradores e observação direta de diferentes pontos, sabemos que esses casos ocorrem em grande quantidade e em diversos locais urbanos e rurais”, diz Débora Leonhardt, engenheira ambiental e embaixadora do coletivo. Betina Bender, também embaixadora, citou exemplo positivo de Venâncio Aires, que distribuiu composteiras para acomodar lixo orgânico.

A Fupasc, segundo o representante na audiência, Sebastião Bohrer, trabalha com resíduos industriais. Ele aponta discrepância do que é feito na indústria e na cidade. Em números, a entidade gerencia 35 milhões de quilos de resíduos por ano e nenhum vai para aterro industrial, porque dentro da indústria há tecnologia para tratamento e nos municípios não – mesmo com material com risco inferior.

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Descarte irregular chama a atenção

A prova de que ainda é necessário avançar em torno do descarte de resíduos pode ser vista com facilidade em diferentes pontos de Santa Cruz. Um dos locais onde isso acontece fica nas proximidades do Autódromo Internacional. Em uma estrada de chão nos arredores, a quantidade de material acumulado chama a atenção.

Pelas laterais, onde deveria existir apenas vegetação, estão móveis, roupas, calçados, sobras de podas, eletrônicos, eletrodomésticos e outros objetos. Imagem semelhante pode ser vista no trevo do Bom Jesus, que liga a BR-471 com a ERS-409, um dos principais acessos ao município vizinho de Vera Cruz. Nas proximidades do Lago Prefeito Telmo Kirst, impressiona a quantidade de resíduos acumulados de forma irregular.

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Em janeiro de 2020, a Prefeitura de Santa Cruz chegou a instalar contêineres para depósito de materiais no espaço, medida que ocorreu após o Portal Gaz noticiar uma infestação de ratos que preocupava moradores do Bairro Bom Jesus.

Como uma das propostas para reduzir esse problema, a secretária de Meio Ambiente, Prissila Bordignon, adiantou que está sendo feita parceria com uma empresa para que a inteligência artificial aponte quando o lixo for descartado de forma irregular. Isso facilitaria a identificação dos autores. Representantes do Município seriam acionados automaticamente.

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Destinação à Coomcat

Muito daquilo que se vê por terrenos baldios, margens de rodovias, praças, arroios, entre outros espaços, poderia ser destinado ao grupo de recicladores que atuam na Coomcat, na Rua Venâncio Aires, 1445, no Centro. Papéis, plásticos, vidros, metais, sucatas, latinhas, resíduos eletrônicos e óleo de cozinha usado são aceitos na unidade. Mas a Coomcat lembra: é importante que as embalagens estejam limpas, caso contrário, viram rejeito.

Para fazer o descarte correto, é possível ir aos pavilhões de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 19h18, e aos sábados, das 7h30 às 12 horas. Vale lembrar que o ponto é de entrega voluntária de coleta seletiva solidária. Se não der para ir nos horários mencionados, é possível deixar os volumes na gaiola, localizada em frente à porta. E há uma câmera externa registrando tudo, inclusive descartes irregulares que também ocorrem por lá.

“Resíduos perigosos não recebemos, como lâmpadas, pilhas, latas com tinta, blisters com medicamentos. Estes devem ser entregues nos pontos de compra, orientados a praticar a logística reversa”, orientou a Coomcat, por meio de nota enviada pela assessoria de comunicação. Outro item comumente destinado à Coomcat de forma errônea são roupas.

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