A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) recebeu mais uma edição do Tecendo Saberes. A iniciativa realizada quarta-feira, 3, mobilizou as escolas estaduais da área de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE), que elaboraram projetos de educação antirracista. 

Ao todo, 19 instituições marcaram presença com práticas voltadas à educação étnico-racial. A EEEM Guia Lopes, de Candelária, apresentou a peça Nossa Voz, na qual passado e presente são entrelaçados para revelar a memória e a herança da ancestralidade negra do Brasil.

O espetáculo envolveu 30 alunos, de 15 a 17 anos, sob a coordenação do professor Robson Thomas Ribeiro. Conforme o docente, o nome do trabalho reflete a construção coletiva no desenvolvimento da peça, que evidenciou o protagonismo dos jovens. 

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Outra iniciativa foi o podcast Vozes da Igualdade, da escola Dr. Mariano da Rocha, de Encruzilhada do Sul. Coordenado pelas professoras Juliete Leal e Daiane Melo, o programa visa fortalecer a reflexão e o diálogo sobre educação antirracista no ambiente escolar. Assim, conversaram com pessoas que são referência na área, com histórias reais de luta, resistência e conquistas. 

Segundo Juliete, o podcast tornou-se um espaço de escuta ativa, aprendizagem e consciência crítica, para que os alunos entendessem a necessidade do combate ao racismo como um compromisso coletivo. “Ao longo dos episódios, nossos convidados compartilharam suas vivências, desafios e perspectivas sobre o racismo estrutural, destacando a relevância de uma educação que valorize a diversidade, reconheça as desigualdades históricas e promova ações concretas de inclusão e respeito”, disse.

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Lucijane Ferreira, coordenadora-adjunta da 6ª CRE, ressaltou que o projeto ocorre desde 2023. O intuito é o de realizar encontros formativos e oficinas com professores multiplicadores sobre os temas da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ). Segundo ela, as atividades são organizadas em torno de questões que envolvem memória, educação e cultura, valorizando a diversidade étnico-racial e social brasileira, sobretudo no contexto regional.

Cultura

Para falar sobre racismo e ancestralidade negra na América Latina, alunas da escola Frederico Kops, de Sinimbu, prepararam lapbooks – uma espécie de livros com várias camadas – com assuntos pertinentes. Katiane Eliza Gabe Bertó, de 15 anos, e Maria Eduarda Winck, 16, fizeram um sobre o Brasil.

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O trabalho foi feito em quatro aulas. Nesse processo, chamou a atenção de Katiane o fato de a diversidade negra ter destaque no País. Segundo ela, a iniciativa é importante para evidenciar o quanto o racismo ainda está presente e não deve continuar.

Vanessa Thais Kuester, de 15 anos, e Laura Mira, 15, fizeram um lapbook sobre a Argentina. Elas descobriram que o país buscou de todas as formas apagar a presença negra da sua história. “Foi algo que descobrimos no processo. Muito diferente do Brasil, que não tenta apagar isso e destaca essa cultura”, disse Vanessa. Para ela, o evento foi uma forma de valorizar ainda mais a cultura negra. 

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