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DIRETO DA REDAÇÃO

Romar Beling: Um desvio para o novo ano

Chegamos à metade de dezembro e, com isso, restam duas semanas para que se conclua mais um ano, fechando um ciclo, com o ingresso em 2026. Uma rotina intensa de compromissos, que se acumulam na agenda pessoal e profissional, por vezes nos impede de reparar em quanto, à medida que o tempo passa, mais coisas surgem por ser feitas, somando-se às que já trazemos ou carregamos conosco, como fardo a ser suportado. Nesse ritmo, é preciso aprender a, nas mais diferentes idades, dosar as tarefas, a fim de que a vida não se reduza a comportamento de hamster, que, quanto mais corre, mais precisa correr, e parar já nem se torna possível porque a queda tenderia a ser fatal.

Se por um lado os compromissos e as atividades, em um mundo conectado quase que em tempo real, se atropelam e sobrepõem, por outro há um vagar que contrasta de forma constrangedora com tal ritmo: é o que se vê na efetiva resolução pública de problemas de infraestrutura e mobilidade. É como se quanto mais rápido precisamos ir, e mais rápido precisamos atender a chamados e a demandas (inclusive de tributos), mais lento, quase parando, se tornasse o cuidado com o percurso. Exige-se do gaúcho que ele seja piloto de Fórmula-1 no dia a dia, mas se oferece a ele um percurso com tantos obstáculos que é praticamente impossível almejar alguma coisa parecida com subir ao pódio.

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Pode-se tomar como exemplo as obras de reparação de danos após a enchente do ano passado. Como a Gazeta do Sul evidenciou em sua capa na edição da última quarta-feira, 19 meses depois, a maioria das pontes que a comunidade de Sinimbu antes tinha à sua disposição seguem… não existindo. Ou seja, é como se uma região inteira tivesse voltado no tempo para uma época talvez anterior à própria colonização da área. Em questão de dias, o que existia foi levado pela água, e não tivemos, coletivamente (muito especialmente os administradores ou tomadores de decisão), capacidade sequer de chegar ao ponto daqueles pioneiros. Aqueles encontraram solução então viável; nós, hoje, 170 anos depois, nenhuma!

O mesmo vale para trechos da principal rodovia que cruza a região e que, pasmem!, mesmo que administrados pela iniciativa privada, explorados como um negócio, seguem exatamente como ficaram depois de maio do ano passado. Onde o asfalto (que já existia naquele local e pelo qual a concessionária ficou encarregada de zelar) foi danificado ou levado embora durante a enchente, os usuários se defrontam com desvios. Dezenove meses depois do ocorrido… Algum órgão público com essa atribuição poderia se ocupar de conferir a situação nesses locais ou se empenhar em cobrar alguma mínima celeridade (celeridade que, pelo visto, só se cobra mesmo do povo).

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O leitor pode fazer a associação. Imagine-se que a casa de uma família tivesse sido atingida por ocorrência climática que danificasse o telhado. Surgem as goteiras, que molham dentro de casa, mas tudo o que se faz é distribuir baldes ou arredar móveis. Por meses, o telhado segue exatamente como ficou. Os baldes também. O que ocorre na questão das pontes e dos desvios na RSC-287 é exatamente isso: não se faz o conserto efetivo, e só se arranjam… desvios (e até com algum desconforto por ter de executar tais tarefas). Não é pouco, muito pouco para um Estado que sonhava em ser referência nacional? Referência em que mesmo nos tornamos?

Pelo andar da carruagem (do clima e das obras públicas), o que mais vamos encontrar pela frente no novo ano? Mais desvios?

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