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Segunda maior das localidades da Suíça, veja o que Genebra tem a ensinar

Uma das cidades com melhor qualidade de vida em todo o planeta, Genebra, na Suíça, é exuberante em termos de arborização, com parques e terrenos reservados para variadas espécies de grande porte | Foto: Romar Beling

Há um mês, entre os dias 17 e 22 de novembro, Genebra, na Suíça, sediou a 11ª Conferência das Partes (COP-11) da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, evento sob a chancela da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem ali a sua sede global. Se as atenções do setor produtivo no Brasil voltaram-se para aquele país, ao mesmo tempo a cidade proporciona um olhar diferenciado sobre algumas das principais soluções em termos de qualidade de vida e de urbanidade hoje existentes no planeta.

Com pouco mais de 200 mil habitantes, Genebra é a segunda maior das localidades da Suíça, atrás apenas de Zurique, que tem quase o dobro de população (a capital é Berna). Ao viajante que a ela chega, alguns aspectos se salientam de imediato. Por exemplo: a paisagem limpa e aberta, sem poluição visual. Ocorre que toda a fiação elétrica e os cabos de transmissão são subterrâneos e, portanto, não ocupam os espaços como em realidade de Brasil. O mesmo ocorre com o armazenamento de lixo ou resíduos, igualmente abaixo da superfície.

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O meio ambiente é muito valorizado, com arborização exuberante e de grande porte. Parques, praças e espaços abertos são cuidados, inclusive com terrenos exclusivos para árvores a cada poucas dezenas de metros. O porte das espécies evidencia que têm dezenas ou mesmo centenas de anos: uma infinidade de cedros-do-Líbano, plátanos, carvalhos, áceres, liquidâmbares e outros dominam a paisagem, que colorem com a gradação de sua folhagem diante da aproximação do inverno.

Outro aspecto que se salienta é a mobilidade. Circulam poucos carros pelas ruas, e a opção de transporte recai sobre ônibus e bondes elétricos, usados tanto pela população local quanto pelos turistas. Estes, a partir de uma taxa obrigatória de turismo no hotel, ganham cartão que proporciona gratuidade em qualquer meio de transporte público, com facilidade de acesso a todas as regiões da cidade, inclusive aeroporto. A partir disso, a estação central Cornavin torna-se o coração que viabiliza um passeio por toda a Suíça e ainda para outras cidades europeias.

Neutralidade

Genebra detém longa história, que recua até os primórdios da era cristã. Diante da condição da Suíça, hoje, de país neutro em relação aos mais diversos conflitos ou debates globais, o que lhe confere o aspecto de oásis num mundo marcado por fronteiras sempre interrompidas ou sociedades com cerceamento a liberdades individuais, a cidade é um centro que atrai cidadãos de todos os recantos do planeta. Isso pode ser testemunhado em qualquer passeio, ouvindo-se as mais variadas línguas e, logo, com a presença nos bairros de comércio variado, que proporciona acesso a hábitos e costumes de diferentes culturas.

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Um mundo em torno de um lago

Uma cidade erguida em torno de um lago. Essa é Genebra, a segunda maior cidade da Suíça e sede de algumas das mais importantes organizações mundiais. Começa que fica nesse local o Escritório das Nações Unidas em Genebra (Unog), o segundo maior centro da ONU, no Palácio das Nações. Diante dele está ainda a ampla Place dês Nations, ou Praça das Nações, ponto de confluência e convergência de muitos caminhos urbanos. Não por acaso, vários dos estabelecimentos adotam como referência a extensão Centre dês Nations, indicando a proximidade com tal espaço.

Lago Lemán com o Jet d’Eau (ou Jato de Água) em funcionamento, cartão-postal por excelência de Genebra: a cidade se espraia no entorno da água, com a parte histórica à direita e a nova à esquerda | Foto: Romar Beling

Na praça pode-se apreciar um dos cartões-postais locais, a Broken Chair (ou Cadeira Quebrada), escultura de madeira criada pelo artista Daniel Berset, que simboliza a oposição a minas terrestres e bombas de fragmentação, com sua perna quebrada representando as vítimas. Com 12 metros e 5,5 toneladas, foi inaugurada em agosto de 1997.

Nas imediações da ONU fica o imponente prédio da sede global da Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como a sede da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), razão pela qual quase cotidianamente se reúnem no entorno refugiados das mais variadas áreas conflituadas do planeta, que ali se manifestam e pedem atenção a suas causas.

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No centro de toda essa agitada vida social está o Lago Léman, ali também nomeado Genève, que, na verdade, ocupa a centralidade de quase toda a Suíça, espraiando, no seu entorno, dezenas de cidades. É o maior lago da Europa. Genebra começou a ser erguida no ponto exato em que o Léman deságua no Rio Reno (ou Rhône, para os franceses; ou ainda Ródano, em português), um dos mais importantes cursos d’água no planeta, fluindo por mais de 1.230 quilômetros pela Europa, até entrar no Mediterrâneo.

Em Genebra, há pontes e vias tanto sobre o Lago Léman quanto sobre o leito do Reno. E ali tem-se ainda o famoso Jet d’Eau (ou Jato de Água), que jorra água a uma altitude de 140 metros. O primeiro protótipo do gênero remonta ao ano de 1886, quando foi instalado.

A cidade velha e a cidade nova

Genebra é uma cidade com muita história e muita cultura. Em uma das margens do Lago Léman fica a parte antiga, com as igrejas e as construções que contam o percurso de séculos. Em uma de suas vias fica, por exemplo, a casa onde nasceu o filósofo Jean-Jacques Rousseau, em 28 de junho de 1712, e na qual morou por um período de sua vida.

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Rosseau segue atual em pleno século 21 com textos como Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de 1754, e O contrato social, de 1762. Não muito longe fica também a Catedral de São Pedro, conhecida como a igreja sede de João Calvino, um dos pioneiros da Reforma Protestante. A cadeira de madeira que ele utilizava continua em exposição na igreja.

As duas fotos abaixo apresentam perspectiva para dois lados da cidade. Na imagem da esquerda, na parte nova da cidade, a vista do cume dos Alpes, sempre tomados pelo gelo, cadeia montanhosa que se torna onipresente na paisagem, quase em 360 graus. Na mesma direção fica o aeroporto. Na imagem da direita, a parte velha, mais histórica. Entre as duas, um literal divisor de águas:— o Léman, e depois o Reno (ou Rhône).

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